Ação revisional de aluguel: quando e como solicitar?

Imagem de uma corretora analisando uma ação revisional de aluguel.

Quando o valor do aluguel está desproporcional ao valor de mercado, tanto proprietários quanto inquilinos têm o direito de buscar uma correção através da ação revisional de aluguel.

Este instrumento jurídico, previsto na Lei do Inquilinato, permite que qualquer uma das partes solicite a revisão do valor locatício quando há descompasso entre o que está sendo cobrado e o preço praticado na região.

Para corretores e gestores imobiliários, compreender como funciona a ação revisional de aluguel é fundamental para orientar clientes adequadamente e evitar conflitos desnecessários durante a gestão de contratos.

Mas quando exatamente é possível entrar com essa ação? Quais documentos são necessários? E qual o papel do profissional imobiliário nesse processo?

Neste artigo, vamos esclarecer todas essas dúvidas e mostrar como você pode usar esse conhecimento para oferecer um serviço mais completo e assertivo aos seus clientes.

Assuntos que você irá encontrar:

O que é ação revisional de aluguel?

A ação revisional de aluguel é um instrumento jurídico previsto no artigo 19 da Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91) que permite a revisão do valor do aluguel quando este se torna desproporcional ao valor de mercado.

Esta ação pode ser solicitada tanto pelo proprietário quanto pelo inquilino, quando há comprovação de que o valor praticado está significativamente acima ou abaixo dos preços de imóveis similares na mesma região.

O objetivo principal é garantir o equilíbrio contratual, evitando que uma das partes seja prejudicada por valores que não condizem com a realidade do mercado imobiliário local.

É importante destacar que a ação revisional não se confunde com o reajuste anual do aluguel, que é baseado em índices como IGP-M ou INPC. 

A revisional busca corrigir desproporções substanciais entre o valor cobrado e o praticado no mercado.

Para que serve essa ação?

A ação revisional de aluguel serve para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de locação, garantindo que o valor praticado esteja alinhado com a realidade do mercado.

Para o proprietário, serve para:

  • Aumentar o valor do aluguel quando este está muito abaixo do mercado;
  • Recuperar perdas decorrentes de desvalorização monetária não coberta por reajustes;
  • Adequar o valor a melhorias realizadas no imóvel.

Para o inquilino, serve para:

  • Reduzir o valor do aluguel quando este está desproporcional ao mercado;
  • Contestar aumentos abusivos não justificados;
  • Garantir que pague um valor justo pelo imóvel locado.

Para o mercado imobiliário, contribui para:

  • Manter a transparência e equidade nas relações locatícias;
  • Estabelecer parâmetros de mercado mais consistentes;
  • Reduzir conflitos entre proprietários e inquilinos.

Como funciona a ação revisional de aluguel?

O processo da ação revisional de aluguel segue um rito específico estabelecido pela legislação:

  1. Petição inicial: a parte interessada, através de advogado, ingressa com a ação no fórum da comarca onde está localizado o imóvel.
  2. Fundamentação: é necessário demonstrar que existe desproporcionalidade entre o valor praticado e o valor de mercado, apresentando laudos técnicos e pesquisas de preços.
  3. Citação: a parte contrária é citada para apresentar defesa no prazo legal.
  4. Produção de provas: são apresentados laudos periciais, pesquisas de mercado e outros documentos que comprovem os valores praticados na região.
  5. Perícia judicial: o juiz pode determinar a realização de perícia técnica para avaliar o imóvel e comparar com similares.
  6. Sentença: o magistrado decide se procede ou não a revisão, estabelecendo o novo valor e a data de vigência.
💡
O processo pode levar de 6 meses a 2 anos para ser concluído, dependendo da complexidade do caso e da movimentação processual.

Situações em que a ação revisional pode ser solicitada

Existem diversas situações que justificam o pedido de ação revisional de aluguel:

Por parte do proprietário:

  • Valores muito abaixo do mercado devido a contratos antigos;
  • Melhorias significativas realizadas no imóvel (reformas, ampliações);
  • Valorização da região não refletida no valor do aluguel;
  • Mudança de destinação do imóvel (comercial para residencial ou vice-versa).

Por parte do inquilino:

  • Valores muito acima do praticado em imóveis similares;
  • Deterioração das condições do imóvel ou do bairro;
  • Redução de área útil ou perda de vantagens antes existentes;
  • Cobrança de valores incompatíveis com a realidade local.

Situações mistas:

  • Mudanças significativas no mercado imobiliário regional;
  • Alterações na infraestrutura urbana que afetam o valor dos imóveis;
  • Crises econômicas que impactam os valores de locação.

Quando é possível entrar com uma ação revisional de aluguel?

A ação revisional de aluguel pode ser solicitada a qualquer momento durante a vigência do contrato, desde que preenchidos os requisitos legais:

Prazo mínimo: embora a lei não estabeleça prazo mínimo, é recomendável aguardar pelo menos 12 meses do início do contrato ou da última revisão.

Desproporcionalidade comprovada: deve haver diferença significativa (geralmente acima de 20%) entre o valor praticado e o de mercado.

Fundamentação técnica: é necessário apresentar laudos, pesquisas e avaliações que justifiquem o pedido.

Situações especiais:

  • Contratos com mais de 3 anos têm maior chance de procedência;
  • Imóveis em regiões com grande variação de preços;
  • Locações comerciais com cláusulas de revisão previstas;
  • Casos de sucessão ou transferência de contratos.

Importante: A ação não suspende o pagamento do aluguel no valor atual durante o processo.

Quais documentos são necessários para entrar com a ação?

Para ingressar com uma ação revisional de aluguel, é necessário reunir documentação específica:

Documentos básicos:

  • Contrato de locação original e eventuais aditivos;
  • Comprovantes de pagamento dos últimos 12 meses;
  • Certidão de matrícula atualizada do imóvel;
  • IPTU e condomínio atualizados.

Documentos probatórios:

  • Laudo de avaliação técnica do imóvel;
  • Pesquisa de valores de mercado na região;
  • Anúncios de imóveis similares (mínimo 5 comparáveis);
  • Fotos atuais do imóvel e da região.

Documentos complementares:

  • Histórico de reajustes aplicados;
  • Comprovantes de melhorias realizadas (se aplicável);
  • Documentos que comprovem mudanças na região;
  • Pareceres técnicos especializados.

Para pessoas jurídicas:

  • Contrato social ou estatuto;
  • Ata de eleição de diretoria;
  • Procuração com poderes específicos.

A qualidade e quantidade da documentação apresentada são fundamentais para o sucesso da ação.

Qual a importância da orientação jurídica nesse processo?

A orientação jurídica especializada é fundamental no processo de ação revisional de aluguel por várias razões:

Análise de viabilidade: um advogado especialista pode avaliar se o caso tem chances reais de sucesso antes de iniciar o processo, evitando gastos desnecessários.

Estratégia processual: cada caso requer uma abordagem específica, desde a escolha dos argumentos até a seleção das provas mais adequadas.

Conhecimento técnico: A legislação inquilina é complexa e tem nuances que apenas profissionais especializados dominam completamente.

Relacionamento com peritos: advogados experientes conhecem profissionais qualificados para realizar avaliações técnicas precisas.

Acordo extrajudicial: muitas vezes é possível resolver a questão através de acordo, evitando o desgaste e os custos do processo judicial.

Acompanhamento processual: o processo requer acompanhamento constante, cumprimento de prazos e apresentação de manifestações técnicas.

Para profissionais imobiliários: é essencial ter uma rede de advogados especializados para indicar aos clientes, fortalecendo o relacionamento e demonstrando conhecimento do mercado.

Dicas para profissionais imobiliários

Como corretor ou gestor imobiliário, você pode:

👉
Explicar aos clientes sobre a possibilidade de revisão antes da assinatura do contrato;

Ter sempre informações sobre valores praticados na região para fundamentar orientações;

Manter o contato com advogados especializados em direito imobiliário paraindicações;

Mediar conflitos, pois em muitos casos, é possível evitar a ação judicial através de negociação direta entre as partes.

E se você chegou até aqui e está em busca de automatizar seus processos, saiba que com o sistema de gestão de locação da Jetimob, você mantém todos os contratos organizados em um só lugar, com histórico completo de reajustes e relatórios detalhados que facilitam a análise de valores de mercado.

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