
A alienação de imóvel é um termo jurídico que gera dúvidas tanto em proprietários quanto em profissionais do mercado imobiliário, mas que está presente em praticamente todas as transações imobiliárias do país.
Seja em uma simples venda, em financiamentos bancários ou em doações familiares, a alienação representa a transferência de propriedade de um bem imóvel de uma pessoa para outra.
O problema é que muitos profissionais confundem alienação de imóvel com alienação fiduciária, ou desconhecem as implicações legais e os riscos envolvidos em cada tipo de transação.
Por isso, neste guia completo, você vai entender o conceito amplo de alienação de imóvel, como funciona na prática, os diferentes tipos existentes, como identificar se um imóvel está alienado, os riscos envolvidos e as oportunidades estratégicas para corretores que dominam esse tema.
Assuntos que você irá encontrar:
- O que é alienação de imóvel?
- Como funciona a alienação de imóvel?
- Como saber se um imóvel está alienado?
- Quais os tipos de imóvel alienado?
- Quais os riscos de comprar um imóvel alienado?
- Como regularizar um imóvel alienado?
- Quais são as oportunidades e estratégias para os corretores?
- Como é o contrato de alienação de imóveis?
O que é alienação de imóvel?
Alienação de imóvel é o ato jurídico pelo qual o proprietário transfere total ou parcialmente seus direitos sobre um bem imóvel para outra pessoa, seja física ou jurídica. Em termos simples, alienar significa transferir a propriedade ou direitos sobre algo.
No contexto imobiliário, a alienação pode ocorrer de diversas formas e em diferentes situações. Toda vez que um imóvel muda de mãos, seja por venda, doação, permuta ou dação em pagamento, está acontecendo uma alienação.
Como funciona a alienação de imóvel?
O processo de alienação de um imóvel é composto por etapas legais e burocráticas que asseguram a validade e a segurança jurídica da transferência de propriedade.
O primeiro passo é verificar a situação do imóvel por meio da certidão de matrícula atualizada no cartório de registro de imóveis, documento essencial para identificar possíveis restrições, ônus ou pendências que possam impedir a negociação.
Sem essa verificação, a transação pode ser considerada inválida.
Após essa etapa, as partes formalizam o acordo conforme o tipo de alienação. O pagamento é feito de acordo com o combinado, podendo ser à vista, parcelado, via financiamento, doação ou permuta.
Por fim, o registro da alienação no cartório é a etapa mais importante, pois é somente com ele que a transferência passa a ter efeito legal perante terceiros, até esse momento, o vendedor continua sendo o proprietário oficial do imóvel.
Documentação necessária
Para realizar uma alienação de imóvel, é necessário reunir documentação completa.
Do imóvel são exigidos certidão de matrícula atualizada, IPTU quitado ou certidão negativa de débitos, certidão de quitação de condomínio quando aplicável e Habite-se ou documento equivalente de regularização.
Das partes envolvidas são necessários documentos de identificação (RG e CPF), comprovante de estado civil, certidão de casamento ou união estável quando aplicável e procuração pública se houver representantes atuando.
A ausência de qualquer documento essencial pode atrasar ou inviabilizar completamente a transação, por isso os corretores devem sempre solicitar a documentação completa logo no início das negociações.
Como saber se um imóvel está alienado?
A principal forma de fazer isso é por meio da certidão de matrícula, emitida pelo cartório de registro de imóveis, que reúne todo o histórico do bem, incluindo financiamentos, penhoras, hipotecas e outras restrições.
O documento pode ser solicitado presencialmente no cartório da comarca ou, em muitos casos, de forma online, o que torna o processo mais rápido e acessível.
Na análise da matrícula, é importante observar atentamente as averbações e registros.
- Indicações de “alienação fiduciária” revelam imóveis financiados;
- “Penhora” indica vínculo judicial;
- “Cláusula de inalienabilidade” impede a venda ou transferência.
Também vale checar registros de usufruto e emitir outras certidões, como negativas de débitos municipais e de ônus reais.
Essas verificações combinadas asseguram uma negociação segura e sem surpresas jurídicas após o fechamento do negócio.
Quais os tipos de imóvel alienado?
Existem diferentes formas de alienação de imóveis, cada uma com características, finalidades e implicações jurídicas específicas.
Alienação por venda
É a forma mais comum de alienação, onde o proprietário transfere a propriedade do imóvel mediante pagamento de um preço acordado.
A venda pode ser à vista, parcelada diretamente com o vendedor ou através de financiamento bancário com alienação fiduciária.
Alienação por doação
Na doação, o proprietário transfere gratuitamente a propriedade do imóvel para outra pessoa, sem contrapartida financeira.
É comum em transmissões patrimoniais entre familiares, planejamento sucessório ou como forma de antecipação de herança.
Embora não haja pagamento, a doação gera custos com escritura, registro e impostos como ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis). Além disso, o doador pode estabelecer condições e encargos para o donatário.
Alienação por permuta
A permuta é a troca de um imóvel por outro, onde ambas as partes alienam suas respectivas propriedades reciprocamente.
É frequente em negociações onde uma parte deseja um imóvel maior e a outra um menor, ou quando há interesse em trocar imóveis de diferentes localizações.
Do ponto de vista tributário, a permuta pode ter tratamento diferenciado, especialmente quando há pagamento de diferença entre os valores dos imóveis permutados.
Alienação fiduciária em garantia
Como já mencionado, é a transferência temporária da propriedade ao credor como garantia de financiamento. O devedor mantém a posse e uso do imóvel, mas o banco é o proprietário legal até a quitação total da dívida.
Essa modalidade está presente na maioria dos financiamentos imobiliários atuais devido à sua segurança jurídica e rapidez na recuperação do crédito em caso de inadimplência.
Alienação judicial
Ocorre quando a transferência de propriedade é determinada por decisão judicial, como em leilões judiciais, arrematações em execuções fiscais, partilhas em divórcios ou inventários e adjudicações em processos de execução.
Nesses casos, a alienação independe da vontade do proprietário original, sendo imposta pela autoridade judicial para satisfazer uma obrigação ou direito.
Dação em pagamento
É a alienação onde o devedor transfere a propriedade do imóvel ao credor para quitar uma dívida. Ao invés de pagar em dinheiro, o devedor "entrega" o imóvel como forma de pagamento, com a concordância do credor.
Essa modalidade tem se tornado mais comum em renegociações de dívidas empresariais e em situações onde o devedor não consegue honrar suas obrigações financeiras.
Quais os riscos de comprar um imóvel alienado?
Adquirir um imóvel que possui alguma forma de alienação ou restrição sem o conhecimento adequado pode gerar problemas graves e prejuízos significativos, como:
- Alienação fiduciária ativa: o comprador pode perder o imóvel e o valor pago se o vendedor estiver inadimplente ou se a dívida não for quitada ou transferida com autorização do banco.
- Cláusula de inalienabilidade: impede a venda ou transferência do bem, tornando a compra nula e impossibilitando o registro da propriedade.
- Penhora ou indisponibilidade: imóveis envolvidos em processos judiciais não podem ser vendidos. Se a transação ocorrer, o bem pode ser leiloado para quitar dívidas.
- Débitos não quitados: impostos, taxas condominiais e contas atrasadas acompanham o imóvel, podendo gerar cobranças ao novo proprietário.
- Ausência de regularização: imóveis sem habite-se ou com construções irregulares não podem ser financiados, podem sofrer embargo e têm menor valorização de mercado.
Esses riscos reforçam a importância de realizar uma análise completa da documentação e da situação jurídica antes de fechar qualquer negociação imobiliária.
Como regularizar um imóvel alienado?
A regularização de um imóvel alienado varia conforme o tipo de restrição existente e exige procedimentos específicos.
No caso de alienação fiduciária, é preciso quitar totalmente o financiamento para que o banco emita o termo de quitação e solicite o cancelamento da alienação junto ao cartório, processo que pode levar de 15 a 60 dias.
Já em imóveis penhorados, a liberação depende da quitação da dívida, substituição da garantia ou decisão judicial favorável.
A remoção de cláusulas de inalienabilidade costuma exigir ação judicial que comprove justa causa, exceto quando o prazo da restrição já expirou. Além disso, débitos como IPTU e condomínio precisam ser pagos antes da alienação, sendo recomendável emitir certidões negativas atualizadas.
Em alguns municípios, programas de regularização fiscal podem facilitar esse processo, oferecendo descontos e condições especiais para quitar dívidas antigas.
Quais são as oportunidades e estratégias para os corretores?
Dominar o tema de alienação de imóveis abre diversas oportunidades de negócio para corretores que enxergam além das transações convencionais.
Assessoria em quitação de financiamentos
Muitos proprietários desejam vender seus imóveis financiados, mas não sabem como proceder com a quitação da alienação fiduciária.
Corretores que dominam esse processo podem oferecer assessoria completa, intermediando o contato com o banco, calculando o saldo devedor exato e coordenando os prazos entre vendedor, comprador e instituição financeira.
Essa expertise não apenas facilita o fechamento de negócios, mas também justifica honorários mais elevados pela complexidade do serviço prestado. Muitas transações que pareciam inviáveis se tornam possíveis com a orientação adequada.
Negociação de imóveis em leilão
Imóveis que passaram por processo de alienação judicial ou retomada por alienação fiduciária frequentemente vão a leilão com valores abaixo do mercado.
Corretores que acompanham esses leilões podem identificar oportunidades para investidores ou até intermediar a compra para revenda posterior.
É fundamental conhecer os procedimentos dos leilões, os riscos envolvidos e como fazer a due diligence adequada antes de recomendar um imóvel arrematado.
Intermediação de transferência de financiamento
Em alguns casos, é possível transferir um financiamento com alienação fiduciária do vendedor para o comprador, mantendo as condições originais do contrato.
Essa operação é vantajosa quando as taxas de juros atuais estão mais altas que as do financiamento original.
O corretor que domina esse processo pode viabilizar negócios que de outra forma não aconteceriam, seja por falta de capital do comprador para quitar o saldo devedor, seja porque as condições do financiamento existente são mais vantajosas.
Consultoria em regularização
Proprietários com imóveis que possuem restrições ou pendências muitas vezes não sabem por onde começar a regularização.
Por isso, oferecer consultoria sobre os passos necessários e custos estimados agrega valor significativo ao serviço do corretor.
Educação de clientes
Muitos compradores e vendedores desconhecem completamente os aspectos legais da alienação de imóveis.
Corretores que investem tempo educando seus clientes sobre verificação de matrículas, importância do registro, riscos de transações irregulares e processo adequado de alienação se posicionam como autoridades no mercado.
Gestão de prazos e documentação
Uma das maiores dificuldades em transações que envolvem alienação é o gerenciamento dos múltiplos prazos e documentos necessários.
Corretores organizados que utilizam sistemas adequados para controlar cada etapa do processo se destacam pela eficiência e profissionalismo.
Ter checklists detalhados, alertas de vencimento de documentos e comunicação proativa com todas as partes envolvidas reduz drasticamente os problemas que costumam surgir nessas operações.
Como é o contrato de alienação de imóveis?
O contrato de alienação de imóveis formaliza a transferência de propriedade e deve incluir informações essenciais como:
- Qualificação das partes (vendedor e comprador);
- Descrição detalhada do imóvel (endereço, área e matrícula);
- Preço e forma de pagamento;
- Responsabilidade por débitos;
- Custos de escritura.
Também devem constar cláusulas importantes, como:
- Definição da transferência de posse;
- Garantia de livre propriedade (assegurando que o imóvel está livre de ônus)
- Cláusulas de resolução (para desfazimento do negócio);
- Reserva de domínio (para contratos parcelados, garantindo a transferência da propriedade após pagamento integral).
Após a assinatura, o contrato ou escritura deve ser registrado no cartório de registro de imóveis, o que garante que a transferência de propriedade tenha efeitos legais perante terceiros.
Desse modo, dominar os aspectos legais da alienação de imóveis é essencial para os corretores que desejam oferecer um serviço completo e seguro aos seus clientes.
Mas gerenciar todas as etapas, documentos e prazos envolvidos exige organização e ferramentas adequadas.
O sistema imobiliário da Jetimob oferece recursos completos para gerenciar transações complexas: cadastro detalhado de imóveis, controle de documentação centralizado, histórico completo de cada negociação e muito mais!
Simplifique sua gestão e ofereça profissionalismo em cada negociação. Teste grátis por 7 dias:
 
        
 
                         
                         
                 
                 
                