Projeto no Rio pode liberar construções em estacionamentos

Imagem de um estacionamento vazio em um shopping, no Rio de Janeiro.

Você já imaginou morar ou trabalhar onde antes era o estacionamento de um shopping? 

Um projeto de lei proposto pela prefeitura do Rio de Janeiro quer permitir construções em estacionamentos de shoppings, supermercados e até hospitais. 

Mais do que uma ideia curiosa, a proposta abre espaço para repensar o uso de áreas subutilizadas e incentivar novas formas de ocupação nas grandes cidades

E, claro, reacende o debate sobre sustentabilidade, mobilidade e o futuro do mercado imobiliário.

E não para por aí. O Banco Central quer deixar o financiamento imobiliário mais estável, a Caixa planeja criar um fundo com imóveis dos Correios, e uma pesquisa inédita mostra como a IA já virou aliada na hora de comprar ou alugar um imóvel.

Pensando nisso, neste artigo, reunimos tudo o que você precisa saber para ficar por dentro das principais novidades e tendências do mercado imobiliário.

Assuntos que você irá encontrar: 

Financiamento pode ficar mais estável com novo modelo do Banco Central

O Banco Central apresentou um novo modelo que visa trazer mais previsibilidade para quem financia um imóvel. 

A ideia é incluir um “amortecedor” nas parcelas dos financiamentos imobiliários corrigidos pela inflação, reduzindo oscilações e tornando os pagamentos mais estáveis - mesmo quando os preços sobem.

Na prática, esse amortecedor funciona como uma proteção contra a inflação. Quando a correção é menor que o valor da amortização, a parcela diminui e se for maior, o aumento é limitado e diluído ao longo do tempo.

Isso significa menos surpresas no valor das prestações e uma gestão financeira mais tranquila para as famílias.

A novidade foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no dia 10 de outubro. 

O teto da amortização extra será calculado com base na média da inflação dos últimos 20 anos, e o Banco Central vai divulgar mensalmente o valor máximo que pode ser aplicado.

Essa mudança faz parte da reformulação do modelo de financiamento imobiliário no Brasil, que passará a depender mais dos recursos captados pelos bancos no mercado e menos da Taxa Referencial (TR). 

A TR garante estabilidade, mas também trava o rendimento da poupança, criando um descompasso entre o custo do crédito e o retorno para os investidores.

Ao adotar contratos indexados à inflação, o objetivo é equilibrar o sistema e manter a previsibilidade das parcelas, com o novo componente de amortização atuando como um freio para variações bruscas.

Segundo o BC, esse modelo ajuda a resolver o problema antigo de descompasso entre o aumento dos preços e o reajuste da renda, especialmente em períodos de inflação alta. 

Com prestações que sobem mais rápido do que os salários, o risco de inadimplência aumenta, algo que o novo formato deve reduzir de forma significativa.

Nos testes feitos pelo Banco Central, o sistema mostrou bons resultados tanto no Sistema Price quanto no Sistema de Amortização Constante (SAC).

No Price, as parcelas permanecem estáveis, mas a primeira seria cerca de 53% maior. Em compensação, os juros pagos ao longo do contrato cairiam 34,6%.

Já no SAC, o comportamento foi ainda mais favorável: mesmo em cenários de inflação entre 2% e 7%, as últimas parcelas ficaram menores que as iniciais, mostrando um padrão mais previsível e vantajoso.

O sucesso do modelo, segundo o estudo, depende de calibrar bem o valor da amortização extra. 

Mesmo quando o cálculo se baseia na meta de inflação e não na inflação real, já há uma redução considerável na variação das parcelas, o que representa uma boa notícia para quem busca estabilidade no financiamento.

RJ quer liberar construções em estacionamentos de shoppings e mercados

Um novo projeto de lei complementar da Prefeitura do Rio de Janeiro pode mudar o destino de muitos estacionamentos pela cidade. 

A proposta, que deve ser votada pela Câmara Municipal, abre caminho para que shoppings, supermercados e hipermercados construam novos empreendimentos como prédios residenciais ou comerciais nos espaços hoje usados como vagas de estacionamento.

(Não, você não leu errado! A ideia é construir novas moradias em estacionamentos).

Para isso, os estabelecimentos precisarão pagar uma contrapartida à prefeitura, e o valor arrecadado pode chegar a R$300 milhões nos próximos cinco anos, segundo o setor de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento. 

Além de shoppings e mercados, o texto também beneficia hospitais e clínicas, que poderão adicionar até dois novos andares sobre suas coberturas, desde que compensem financeiramente o município.

Como o projeto funcionará

O projeto autoriza que os empreendimentos ampliem a taxa de ocupação horizontal em até 20%, ou seja, poderão aproveitar parte das áreas atualmente ociosas para construir novos andares ou expandir suas estruturas.

Para subir mais do que a legislação local permite, os interessados precisarão comprar potencial construtivo de uma das Operações Urbanas Consorciadas (OUC) em vigor, como as do Autódromo Parque Guaratiba, Estádio São Januário e Parque Legado Olímpico.

Esses metros quadrados adicionais poderão ser aplicados em regiões específicas, como Barra da Tijuca, Recreio, Jacarepaguá e parte da Zona Norte, respeitando o gabarito (limite de altura) de cada local.

Entre os empreendimentos que poderiam ser beneficiados estão o Barra Shopping, VillageMall, Rio Design Barra, Via Park e grandes redes como Carrefour, Assaí e Mundial.

A ideia tem respaldo do Sinduscon-Rio, que vê no projeto uma forma de revitalizar terrenos subutilizados.

Com a popularização dos aplicativos de transporte e o declínio da necessidade de grandes áreas de estacionamento, muitos desses espaços se tornaram vagas ociosas, que agora poderiam ser reaproveitados para novos negócios e moradias.

4 em cada dez brasileiros usam IA para comprar ou alugar imóveis

Homem de terno cinza usando IA para procurar imóveis.

Não é novidade que a inteligência artificial já faz parte da rotina de quem busca um novo lar e, de acordo com uma pesquisa do Grupo OLX, quatro em cada dez brasileiros já utilizaram ferramentas de IA para procurar um imóvel.

O estudo foi feito com 1.000 usuários dos portais OLX, ZAP e Viva Real que buscavam tanto imóveis para venda quanto para locação. 

O levantamento mostra que a tecnologia está ganhando espaço na jornada imobiliária e 60% dos usuários que já experimentaram recursos de IA consideram essa ajuda importante ou muito importante no processo de busca.

Entre as principais aplicações, estão a filtragem de imóveis por características específicas, recomendações personalizadas e buscas mais rápidas em portais imobiliários.

Por outro lado, 80% dos entrevistados que ainda não usaram IA afirmam considerar o recurso irrelevante ou indiferente.

Em outras palavras, para essas pessoas a adoção ainda depende de maior familiaridade com a tecnologia.

A pesquisa traz um retrato interessante da digitalização do mercado imobiliário.

Com a popularização da IA em ferramentas de busca, a forma de encontrar um imóvel está ficando cada vez mais inteligente, rápida e personalizada - e quem não quiser ficar para trás precisa acompanhar com atenção essas transformações do mercado.

Fundo imobiliário da Caixa busca fortalecer os Correios

A Caixa vai criar um fundo imobiliário com imóveis dos Correios para ajudar a estatal a captar recursos e equilibrar suas finanças, confirmou o presidente do banco, Carlos Vieira, em entrevista à Folha de S. Paulo.

A iniciativa será complementar a um empréstimo cujo valor e participação da Caixa ainda estão em estudo. 

Vieira ressaltou que os Correios têm mais de R$5,5 bilhões em imóveis, e a ideia é transformar esses bens em ativos de um fundo. Ou seja, o investidor aplica, os imóveis ficam para locação, e a empresa arrecada com isso.

Além disso, o presidente da Caixa também abordou os investimentos em crédito habitacional. Segundo ele, recentes medidas do governo devem acrescentar R$80 bilhões ao mercado de financiamento nos próximos 12 meses. 

Ele explicou que dois grandes movimentos impulsionam isso: liberar parte dos recursos da poupança para habitação e lançar o programa Reforma Casa Brasil, que prevê cerca de R$40 bilhões (com R$30 bilhões do fundo do pré-sal e R$10 bilhões próprios da Caixa). 

A meta é aumentar o crédito habitacional ao longo de uma década, com potencial de até R$1 trilhão para o sistema.

Vieira afirmou que não se trata de uma ação eleitoral, mas de uma política voltada à classe média - até então pouco atendida - para garantir moradia e reformas com mais condições. 

Ele também ressaltou que o banco está focado em liberar o restante dos recursos do compulsório da poupança e que o plano é estruturante, não um “voo de galinha”.

Atualmente, a Caixa detém cerca de 68% do crédito habitacional proveniente da poupança, mas o banco não pretende manter esse percentual. A meta é chegar a aproximadamente 50%, abrindo espaço para outros bancos. 

Nos próximos três a quatro anos, acredita-se que o crédito habitacional possa responder por até 15% do PIB, frente aos 10% de 2014.

Pesquisa revela prioridades dos curitibanos ao comprar imóvel

Na hora de escolher onde morar, os curitibanos sabem bem o que querem: segurança, acessibilidade e praticidade.

É o que aponta a pesquisa Retratos do Morar, realizada pela Ipsos-IPEC a pedido do QuintoAndar e do Imovelweb. 

O levantamento mostra que 48% dos entrevistados colocam segurança e tranquilidade como prioridade, seguidos por acesso a serviços e comércios (30%) e proximidade do trabalho ou da escola (29%), número bem acima da média nacional, de 18%.

Outros fatores também aparecem na lista de preferências: privacidade (20%), proximidade de familiares e amigos (15%) e infraestrutura de lazer e cultura (14%).

Itens como transporte público (11%), baixo custo de vida (11%) e áreas verdes (8%) completam o ranking.

Em resumo, os dados mostram que o curitibano busca qualidade de vida e otimização do tempo. Afinal, morar perto do trabalho ou da escola significa ter mais tempo para a família e lazer.

Motivações e desafios para comprar um imóvel

A pesquisa aponta que os principais motivos para a compra de um imóvel em Curitiba são melhoria da moradia (30%) e investir (30%).

Outros motivos incluem ter um imóvel próprio (28%), deixar de pagar aluguel (24%) e realizar um sonho (23%).

No entanto, o maior obstáculo continua sendo o fator financeiro, já que 38% afirmam não ter condições de pagar a entrada ou as parcelas do financiamento e outros 38% destacam o alto preço dos imóveis na cidade.

Além disso, 30% dos curitibanos dizem que gostariam de poupar, mas as despesas consomem quase toda a renda mensal.

Perfil de moradia e planos futuros

O estudo revela que as residências em Curitiba têm, em média, três moradores, e 66% da população vive em casas. Já 30% moram em apartamentos, studios ou kitnets.

Apesar disso, o mercado é considerado estável e maduro: 82% dos entrevistados estão satisfeitos com suas moradias atuais, e 41% não têm planos de se mudar.

Além disso, a pesquisa também investigou o interesse por novos modelos de moradia. As tiny houses (casas compactas de até 37 m²) tiveram boa aceitação entre 69% dos entrevistados.

Já as cohousings, moradias colaborativas com áreas compartilhadas, ainda enfrentam resistência: apenas 45% disseram que morariam em uma, e 87% dos que recusam citam a falta de privacidade como principal motivo.

Foram realizadas 2.485 entrevistas online com brasileiros de 18 anos ou mais, entre 14 e 31 de agosto.

A amostra inclui as cinco regiões do país, com foco em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.

Na capital paranaense, 200 pessoas foram entrevistadas, com margem de erro de 7 pontos percentuais.

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