
Uberlândia está se tornando um dos maiores polos imobiliários de Minas Gerais. A cidade, que fica a pouco mais de 500 km de Belo Horizonte, já superou a capital e outras cidades do estado em número de lançamentos imobiliários.
Em 2025, o município foi o segundo com mais projetos no primeiro trimestre, atrás apenas de Contagem. E o mais interessante disso tudo?
Esse crescimento está puxado pela alta demanda por imóveis e pela falta de espaço em Belo Horizonte, o que tem feito o interior se destacar como uma excelente opção para novos empreendimentos.
Com a cidade atraindo grandes investimentos, o mercado imobiliário em Uberlândia está em plena expansão.
Neste artigo, vamos explorar como a cidade tem se tornado um dos destinos mais procurados para empreendimentos imobiliários e como aproveitar o crescimento do setor no interior de Minas Gerais.
Assuntos que você irá encontrar:
- Rua à venda? Prefeitura de SP quer privatizar travessa no Jardins;
- Setor imobiliário lidera ganhos na bolsa com alta de 46%;
- Com vendas em alta, estoque de lançamentos deve esgotar em 8 meses;
- Crescimento imobiliário em Uberlândia e expansão do setor no interior;
- Leblon perde a coroa de m² mais caro do Brasil.
Rua à venda? Prefeitura de SP quer privatizar travessa no Jardins
Você já pensou em ver uma rua à venda? Sim, isso mesmo que você leu, uma rua inteira só para você (ou neste caso, para uma incorporadora).
A Prefeitura de São Paulo está com planos de privatizar uma travessa nos Jardins, uma das áreas mais valorizadas da Zona Oeste.
O projeto visa vender a travessa Engenheiro Antônio de Souza Barros Júnior por aproximadamente R$16 milhões para uma incorporadora, que pretende transformar o local em um condomínio de altíssimo padrão.
A empresa já adquiriu os imóveis da antiga vila que ocupava o espaço, demoliu as construções e agora aguarda a aprovação da venda da rua para viabilizar a obra.
O processo passa por um projeto de lei enviado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) à Câmara Municipal, que já foi aprovado em primeira votação por 34 votos a 4.
Se o projeto for aprovado no segundo turno, a travessa deixará de ser pública, tornando-se uma área privada. Atualmente, parte da rua já está fechada ao público, desde um pedido da incorporadora em 2023.
Em entrevista para o G1, Célia Marcondes, advogada e vice-presidente da Sociedade de Amigos e Moradores do Cerqueira César, que representa a área dos Jardins, criticou o projeto.
Ela afirma que a privatização da travessa beneficia apenas interesses privados, com foco no lucro imobiliário, e que a região já sofre com o aumento de prédios e condomínios, sem que a infraestrutura tenha acompanhado o crescimento.
Já a prefeitura da capital paulista defende a privatização, afirmando que o projeto foi cuidadosamente avaliado.
Segundo a administração municipal, a rua não conecta com outras vias, e sua transformação em área privada não teria impacto no trânsito local.
A Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) concordou com a viabilidade do projeto, e a Procuradoria Geral do Município (PGM) também aprovou a medida.
Setor imobiliário lidera ganhos na bolsa com alta de 46%
Depois de um final de 2024 mais desanimador para o mercado de capitais, o setor imobiliário entrou em 2025 com tudo, entregando alguns dos melhores retornos para os investidores.
O índice IMOB, que reúne ações de construção civil e shoppings, subiu impressionantes 45,8% entre o início do ano e meados de agosto, deixando para trás até o Ibovespa, que avançou 13,3% no mesmo período.
A principal força por trás do crescimento foi a mudança na política monetária. Em dezembro, a Taxa Selic poderia chegar a 16% em 2025, sem perspectivas de queda.
Agora, o Banco Central sinalizou uma pausa no ciclo de altas, e o mercado já aposta em possíveis cortes de juros ainda neste ano, influenciando diretamente a valorização das ações imobiliárias.
Apesar da alta, os papéis do setor são conhecidos pela volatilidade e pelos riscos de crédito. A Selic ainda deve se manter alta até o fim do ano, o que exige atenção dos investidores ao navegar nessa nova onda de valorização.
Analistas alertam que o IMOB tem correlação inversa com as taxas de juros futuras: quando uma sobe, a outra tende a cair.
Portanto, manter olhos atentos ao fluxo de caixa, à alocação de capital e ao endividamento das empresas é fundamental.
Segmentos em destaque
O desempenho dos shoppings centers, que representam 44% do IMOB, superou as expectativas no primeiro semestre. Multiplan e Iguatemi, por exemplo, tiveram crescimento expressivo nas vendas e mantiveram margens financeiras saudáveis.
Já as construtoras focadas em média e alta renda enfrentam desafios com crédito mais caro, mas apresentam bom desempenho operacional, com lançamentos e vendas em crescimento.
No segmento de baixa renda, beneficiado pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, construtoras com grande potencial de dividendos e crescimento moderado no curto prazo, se destacam.
Para investidores que buscam oportunidades pontuais, os fundos imobiliários também podem ser interessantes, apesar de apresentarem alta volatilidade.
Segmentos como escritórios e shoppings oferecem opções atrativas, enquanto o residencial de alto padrão segue como nicho promissor, especialmente em regiões valorizadas como Jardins e Itaim Bibi, na grande São Paulo.
Com vendas em alta, estoque de lançamentos deve esgotar em 8 meses

O mercado imobiliário no Brasil continua em ascensão, com as vendas de imóveis residenciais apresentando um desempenho impressionante.
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), se o ritmo atual de vendas e lançamentos continuar, o estoque de imóveis disponíveis no mercado deve se esgotar em aproximadamente 8,2 meses.
Este cálculo é baseado na oferta de 290 mil imóveis novos no mercado, o que representa uma queda de 4,1% entre junho de 2024 e junho de 2025.
No mesmo período, 423 mil unidades foram vendidas, marcando um recorde e um crescimento de quase 17% em comparação ao ano anterior.
No total de 2025, as vendas de imóveis cresceram 9,6% em relação ao ano passado, totalizando 206,9 mil unidades.
O aumento das vendas também impulsionou os lançamentos imobiliários, que cresceram 6,8% no primeiro semestre, totalizando 186,5 mil novas unidades.
Este é o maior volume de lançamentos registrado desde 2006, ano em que a pesquisa da CBIC começou a ser realizada.
O impacto do Minha Casa, Minha Vida
Esses resultados são fortemente impulsionados pelos incentivos do programa Minha Casa, Minha Vida, que em abril deste ano ampliou os critérios de elegibilidade, incluindo uma faixa adicional para famílias com renda de até R$12 mil.
Esse ajuste tem gerado um apoio contínuo ao setor imobiliário, especialmente nas vendas, que cresceram 25,8% no primeiro semestre de 2025, comparado ao mesmo período de 2024.
No segundo trimestre, as vendas do MCMV aumentaram 11,9%, movimentando R$68 bilhões com 102,8 mil imóveis comercializados.
No entanto, os lançamentos deste programa desaceleraram, com uma queda de mais de 10% no segundo trimestre em comparação ao primeiro, e uma queda anual que chegou a 15,5%. Apesar disso, as vendas seguiram em alta.
No caso específico do programa, para suprir os desafios do estoque, seriam necessários cerca de 6,2 meses para que o estoque de imóveis fosse completamente esgotado, considerando a média de vendas dos últimos 12 meses, sem novos lançamentos.
Esse dado evidencia a pressão crescente sobre o estoque de imóveis disponíveis e a alta demanda impulsionada pelos programas de incentivo.
Crescimento imobiliário em Uberlândia e expansão do setor no interior
A cidade de Uberlândia, localizada a pouco mais de 500 km de Belo Horizonte, tem se consolidado como um grande polo da construção civil em Minas Gerais.
Com um crescimento acelerado no número de lançamentos, o município se tornou o segundo no estado com mais projetos no primeiro trimestre de 2025, superando até a capital mineira e Nova Lima.
No período de janeiro a março, Uberlândia registrou 1.009 projetos de construção, ficando atrás apenas de Contagem, que lidera o ranking com 1.053 lançamentos.
Já Belo Horizonte e Nova Lima juntas somaram 658. A atração de novos empreendimentos em Uberlândia se deve à sua forte economia e à escassez de espaço para novos projetos na capital mineira.
Por lá, é possível encontrar uma grande oferta de terrenos e um plano diretor que permite o adensamento de áreas estratégicas, facilitando o crescimento da cidade.
Atualmente, a construção civil é responsável por 8% do PIB de Uberlândia, gerando quase 25 mil empregos entre janeiro e junho de 2025.
A cidade tem chamado atenção devido à sua localização estratégica, próxima a São Paulo e com uma excelente infraestrutura de transporte, incluindo rodovias, ferrovias e um aeroporto com voos regionais.
Além disso, Uberlândia tem uma taxa de crescimento populacional de 5,85%, acima da média nacional, o que resulta em uma demanda constante por moradias, comércio e serviços.
O boom imobiliário em Uberlândia é reforçado por grandes investimentos de empresas do setor, que veem a cidade como um terreno fértil para a economia.
A Obramax, por exemplo, rede de atacarejo de materiais construtivos, está investindo R$140 milhões na construção de uma unidade na cidade, gerando 200 empregos diretos.
Algumas construtoras também estão apostando na cidade e investindo valores que chegam a R$250 milhões na construção de residenciais de alto padrão na cidade nos próximos cinco anos.
Leblon perde a coroa de m² mais caro do Brasil
O ranking mensal que revela quais são as vias mais valorizadas da capital fluminense - até então dominado pelo Leblon - viu uma reviravolta nesta última edição.
A Avenida Delfim Moreira, que se manteve em primeiro lugar no mês passado, agora ocupa a quarta posição, com um valor médio de R$33.500 por metro quadrado.
Por outro lado, a Rua Barão de Jaguaripe, também em Ipanema, avançou para a segunda colocação, alcançando R$39.400 por metro quadrado. Já a Rua Joana Angélica, com R$35.100 por metro quadrado, estreou no pódio, ficando em terceiro lugar.
Embora a Avenida Epitácio Pessoa tenha assumido a liderança no valor do metro quadrado, o Leblon continua no topo quando se trata do tíquete médio.
Assim, a Avenida Delfim Moreira segue como a rua mais cara da cidade, com um preço médio de R$7,66 milhões por imóvel.
As ruas Barão de Jaguaripe e Rainha Guilhermina também permanecem entre as três mais caras, com valores de R$7,1 milhões e R$6,8 milhões, respectivamente.
No entanto, algumas vias tradicionais, como a Avenida Prefeito Mendes de Morais, em São Conrado, perderam destaque, caindo para a 11ª posição com R$4,29 milhões.
As transações de grande porte continuam a movimentar o mercado, o que reflete diretamente no ranking, mas os endereços mais caros continuam sendo aqueles localizados nas orlas de Leblon e Ipanema.
Ou seja, o Leblon segue dominando o ranking de tíquete médio, com 8 ruas listadas, e Ipanema vem em seguida com 6 ruas.
Outras regiões, como Barra da Tijuca, Lagoa e Botafogo, também têm se destacado, mas a disputa continua sendo acirrada nos bairros mais nobres da cidade.
Em resumo, o aumento do valor por metro quadrado nas regiões mais caras da capital carioca reflete a contínua valorização de áreas com imóveis menores, mas de alto valor.
A disputa pelo solo urbano nas regiões mais valorizadas do Rio de Janeiro está cada vez mais intensa, especialmente com a escassez de espaços disponíveis e a crescente demanda por imóveis de alto padrão.
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