
Nos negócios imobiliários, cada semana é marcada por movimentos que moldam o presente e sinalizam o futuro do setor.
Desta vez, as atenções se dividem entre a nova regra em São Paulo que impacta a locação short stay (por temporada, em um bom português), o avanço da verticalização com prédios de luxo no interior e os riscos da informalidade, que ainda domina parte das negociações.
Enquanto isso, o número de corretores ativos no Brasil cresce, mesmo com a desaceleração nos registros de novos profissionais.
E, do outro lado do mundo, cidades como Mônaco e Londres continuam ditando o ritmo dos imóveis mais valorizados do mundo.
Pensando nisso, trouxemos neste artigo todos os detalhes de cada um desses temas para você ficar por dentro do que está acontecendo no mercado imobiliário.
Assuntos que você irá encontrar:
- São Paulo proíbe aluguel por temporada em imóveis populares;
- Arranha-céus de luxo no Brasil crescem e chegam ao interior;
- Quanto custa morar nos metros quadrados mais caros do mundo?
- O risco da informalidade nos negócios imobilários;
- Número de corretores no Brasil cresce, mas a entrada desacelera.
São Paulo proíbe aluguel por temporada em imóveis populares
A locação por temporada, que vinha ganhando força no mercado imobiliário da capital paulista, principalmente entre investidores de imóveis compactos, acaba de enfrentar um novo obstáculo.
A Prefeitura de São Paulo implementou uma proibição de aluguel por temporada em imóveis classificados como habitação popular, o que tem gerado impacto direto em estúdios voltados ao modelo “short stay”.
Desde 30 de maio de 2025, imóveis enquadrados nas faixas HIS (Habitação de Interesse Social) e HMP (Habitação de Mercado Popular) não podem mais ser alugados por temporada.
Esses imóveis são voltados a famílias com renda de até 10 salários mínimos, com valores que vão até R$518 mil, dependendo da faixa.
Ou seja, se o apartamento faz parte de um programa habitacional popular, agora só pode ser alugado de forma tradicional, nada de Airbnb ou outras plataformas de curta duração.
A medida tem como objetivo garantir que esses imóveis cumpram sua função social de atender famílias de baixa renda.
A partir disso, a prefeitura quer evitar que unidades subsidiadas virem fonte de renda para investidores, tirando do programa quem realmente precisa de moradia.
Quem descumprir essas regras pode ter que devolver os incentivos fiscais recebidos, pagar impostos retroativos e multas.
E o impacto no mercado de estúdios?
Nos últimos anos, os estúdios de até 40m² viraram febre entre pequenos investidores, principalmente por conta da alta rentabilidade.
O aluguel por temporada poderia render até 50% mais do que um contrato tradicional. Para muitos, era a chance de entrar no mercado imobiliário com um investimento mais acessível, abaixo dos R$400 mil.
Agora, com a nova regulamentação, o jogo mudou. Unidades populares perdem o apelo de curto prazo, e os investidores precisam reavaliar suas estratégias.
Além disso, alguns Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) que apostaram nesse tipo de ativo veem a nova regra como um risco.
Embora a maioria dos FIIs de estúdios estejam fora das faixas HIS/HMP, há uma preocupação com a reavaliação de portfólios e impactos na receita.
A boa notícia é que especialistas afirmam que a exposição dos fundos a esse tipo de imóvel ainda é pequena, e que a regulamentação pode atrair investidores institucionais, ao trazer mais clareza e segurança jurídica.
Vale lembrar que essa discussão não é exclusividade brasileira. Cidades como Barcelona e Nova York já enfrentam pressões semelhantes, com políticas mais rígidas para regular o mercado de locação de curta duração e proteger a função social da moradia.
Enquanto isso, no Brasil, a legalidade do aluguel por temporada em condomínios residenciais ainda aguarda uma decisão definitiva do STJ.
Até lá, a recomendação é que os condomínios atualizem suas convenções internas, garantindo transparência e segurança para todos.
Arranha-céus de luxo no Brasil crescem e chegam ao interior

Desde sempre, os arranha-céus chamam atenção de quem quer que passe pela frente desse tipo de empreendimento.
Para alguns, são símbolos de modernidade e poder. Para outros, verdadeiros paredões que sufocam a cidade. Mas uma coisa é certa, os arranha-céus de luxo no Brasil estão se multiplicando, e não apenas nas grandes capitais.
Balneário Camboriú virou referência nacional quando o assunto é verticalização e é lá que estão os cinco únicos edifícios brasileiros com mais de 200 metros de altura já concluídos.
Já na capital paulista, os arranha-céus de luxo também estão ganhando destaque. Até 2026, devem ser entregues ao menos quatro novos empreendimentos com mais de 200 metros.
O novo Plano Diretor de São Paulo, aprovado em 2023, flexibilizou regras urbanísticas, permitindo a construção de prédios altos próximos a grandes avenidas, o que impulsionou ainda mais esse tipo de projeto.
Por que tantos espigões de luxo?
A resposta está na economia. Os preços dos imóveis no Brasil vêm subindo acima da inflação em boa parte dos últimos anos, segundo o índice FipeZAP.
Com isso, construir para o alto passou a ser viável, especialmente em áreas nobres, com alta demanda e valorização constante.
Além disso, há um público disposto a pagar - e caro - por essa experiência nas alturas. São investidores, profissionais liberais de alto padrão, jogadores de futebol e, principalmente, executivos do agronegócio.
Esse grupo tem sido um dos principais responsáveis pela expansão vertical também em cidades do interior.
O Interior também quer tocar o céu
Projetos grandiosos estão saindo do papel em Rondonópolis (MT), Rio Verde (GO), Chapecó (SC) e até em Palmas (TO), onde está sendo construído o Excalibur Residence, com 200 metros de altura às margens do Lago de Palmas.
Em Sorocaba (SP), o prefeito propôs a construção de uma torre com mais de 1 quilômetro de altura, ainda sem detalhes definidos.
Essa expansão revela que a verticalização deixou de ser exclusividade das capitais, e passou a integrar a estratégia de crescimento de várias cidades médias.
A grande questão é: vale a pena construir prédios gigantescos? Prédios com mais de 150 metros exigem tecnologias complexas, normas rígidas de segurança e elevadores que pesam até 12 toneladas.
Os custos podem ser 20% a 30% mais altos por metro quadrado. Mas, mesmo assim, construtoras afirmam que o retorno compensa, especialmente em um nicho com baixa inadimplência e alta previsibilidade.
No entanto, críticos apontam problemas como sombra para vizinhos, alteração da dinâmica urbana e aumento do trânsito.
Já os defensores argumentam que, com planejamento, a verticalização pode ser aliada da sustentabilidade urbana, evitando o avanço sobre áreas verdes, melhorando o uso da infraestrutura e aproximando as pessoas do trabalho.
Quanto custa morar nos metros quadrados mais caros do mundo?
Já pensou investir em imóveis onde cada metro quadrado vale mais do que um apartamento inteiro no Brasil?
Sim, isso é possível! Em cidades como Mônaco, Hong Kong e Londres, o luxo anda de mãos dadas com a escassez, e o preço reflete exatamente isso.
Buscar imóveis em outros países não é apenas uma questão de status. Para muitos investidores, é uma forma de diversificar patrimônio em moeda forte, garantir proteção contra oscilações do mercado local e acessar ativos com alta valorização.
Imóveis de altíssimo padrão em regiões valorizadas do mundo oferecem mais do que conforto e prestígio, eles representam uma reserva sólida de capital.
A escassez de terrenos, a alta demanda e o prestígio da localização tornam esses imóveis verdadeiros tesouros imobiliários.
Segundo o The Wealth Report 2025, da Knight Frank, divulgado pela Forbes, Mônaco lidera com folga a lista de metros quadrados mais caros do mundo.
Com US$1 milhão (cerca de R$5,48 milhões), você compra apenas 19 m² no principado, o equivalente a R$305 mil por metro quadrado.
Outras cidades que aparecem no ranking incluem:
- Hong Kong: 22 m² por US$ 1 milhão
- Singapura: 32 m²
- Genebra e Londres: até 34 m² pelo mesmo valor
Se você está buscando proteção patrimonial, exposição internacional e ativos resilientes, pode valer muito a pena.
O segredo está no planejamento. Ou seja, contar com suporte jurídico, fiscal e estratégico adequado é essencial para evitar riscos e garantir bons retornos.
Além disso, esse tipo de investimento pode funcionar como uma blindagem contra crises econômicas e políticas, especialmente em países com histórico de estabilidade e alta demanda por imóveis de luxo.
O risco da informalidade nos negócios imobilários
Durante muito tempo, a profissão de corretor de imóveis não teve o reconhecimento que merece e, ainda hoje, muitos acreditam que vender ou alugar um imóvel é algo simples, quase automático.
Mas a realidade é bem diferente. Um corretor de imóveis lida com investimentos de uma vida inteira e decisões que envolvem alto valor financeiro e emocional.
Além disso, ele garante que toda a negociação seja segura do ponto de vista jurídico e comercial.
Um levantamento da proptech israelense Propdo revelou que 60% das transações imobiliárias no Brasil acontecem sem a presença de um corretor.
Isso significa mais riscos para compradores e vendedores, como problemas na documentação, avaliação incorreta do imóvel e negociações frágeis juridicamente.
Em outras palavras, a ausência de um profissional qualificado pode transformar um negócio promissor em uma grande dor de cabeça.
Já nos Estados Unidos, por exemplo, a história é bem diferente e 95% das transações imobiliárias contam com a presença de um corretor, segundo a National Association of Realtors (NAR).
Por lá, o corretor é parte indispensável da negociação, com certificações rígidas e estrutura de comissionamento consolidada.
Assim, tanto o comprador quanto o vendedor entendem que o corretor é o guardião da legalidade e da segurança do negócio.
Esse modelo, que alia tecnologia, transparência e valorização profissional, deveria servir de inspiração para o mercado brasileiro.
Ou seja, seja atuando sob uma marca, de forma independente ou em uma imobiliária, o corretor de imóveis continua sendo peça-chave no mercado imobiliário brasileiro.
Portanto, ignorar isso e optar por negociações informais pode significar riscos desnecessários e prejuízos.
Com a digitalização do setor, o ideal é unir tecnologia e expertise humana, garantindo negócios mais rápidos, transparentes e seguros.
Número de corretores no Brasil cresce, mas a entrada desacelera
O número de corretores de imóveis no Brasil continua crescendo, no entanto, a taxa de entrada de novos profissionais mostra sinais de desaceleração.
Segundo dados do Sistema Cofeci-Creci, o país fechou 2024 com cerca de 580 mil corretores ativos, um aumento de 5% em relação a 2023.
Apesar do número parecer expressivo, o ritmo vem diminuindo ano após ano.
Entre 2020 e 2021, o crescimento foi de 12%. Depois caiu para 10% em 2022, 8% em 2023 e agora chegou aos 5%.
A entrada de novos corretores tem relação direta com o “termômetro do mercado”. O cenário atual, marcado por uma taxa Selic elevada e um leve desaquecimento das vendas, acaba desestimulando o ingresso de novos profissionais.
Ainda assim, a corretagem segue em alta e a profissão perdeu o estigma e virou símbolo de autonomia e boa remuneração, atraindo até profissionais de áreas impactadas pela tecnologia, que encolheu 51% nos últimos 10 anos.
Apesar disso, embora o volume de novos registros tenha diminuído, o perfil dos novos corretores mudou. Hoje, quem decide seguir na profissão já chega mais qualificado, engajado e com visão estratégica.
Muitos desses profissionais já atuavam informalmente no setor, e agora buscam a regularização para atuar com mais segurança e autonomia.
Há também quem entre com objetivos claros, seja abrir uma imobiliária, obter carteira autônoma ou ampliar resultados com vendas digitais.
Mulheres, aposentados e migrantes ganham espaço
O mercado imobiliário tem atraído perfis variados de pessoas que desejam ingressar agora no mundo dos imóveis.
Mulheres em transição de carreira, aposentados em busca de renda extra e profissionais de outras áreas, como vendas e engenharia, encontram na corretagem uma oportunidade de crescimento.
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