Apostas online afetam o pagamento de aluguel no Brasil, diz pesquisa

Mulher vestindo uma camisa laranja fazendo as contas para pagar aluguel do seu imóvel.

Você já parou para pensar que as apostas online podem estar influenciando o pagamento de aluguel no Brasil? Pois é, essa é a nova realidade do mercado. 

Um levantamento mostrou que um em cada três inquilinos já atrasou, ou conhece alguém que atrasou o aluguel por causa dos gastos com apostas

Um dado que acende um alerta para o mercado e mostra como o entretenimento digital está mexendo com o bolso - e com a moradia - dos brasileiros.

Neste artigo, vamos te atualizar sobre as principais tendências e mudanças que estão moldando o setor. 

Afinal, em meio a tantas transformações, fica claro que o setor está mudando rápido, e acompanhar essas mudanças é essencial para gestores e corretores imobiliários que querem entender o futuro da moradia e dos investimentos no país.

Assuntos que você irá encontrar: 

Imóveis HIS viram dor de cabeça para investidores em SP

Nos últimos meses, um grupo de investidores vem denunciando supostas irregularidades na venda de imóveis enquadrados como Habitação de Interesse Social (HIS) em São Paulo. 

As unidades, construídas pela incorporadora Vitacon, teriam sido comercializadas como oportunidades de investimento de alta rentabilidade, mas com restrições legais desconhecidas pelos compradores.

De acordo com relatos publicados pelo portal Metrópoles, os investidores afirmam que, durante a negociação, os corretores apresentaram o empreendimento como ideal para aluguéis de curta duração, inclusive oferecendo os serviços da HOUSi, empresa do mesmo grupo, especializada na administração de locações temporárias.

O detalhe é que os imóveis faziam parte de um programa habitacional voltado à população de baixa renda, o que limita a comercialização e o uso das unidades.

Os imóveis classificados como HIS seguem regras específicas previstas pela legislação municipal. 

Essas regras determinam, por exemplo, que as unidades devem ser destinadas a famílias com renda de até seis salários mínimos e não podem ser utilizadas para aluguel de curta temporada, como no modelo Airbnb, amplamente divulgado no material de venda.

Muitos investidores afirmam que não foram informados sobre essas limitações e que só descobriram o enquadramento do HIS após a assinatura do contrato ou quando a Prefeitura de São Paulo proibiu o uso desses imóveis para locações temporárias.

Alguns relatam que, após a compra, tiveram dificuldades para alugar as unidades dentro das regras vigentes e acabaram acumulando custos com condomínio e manutenção, sem obter retorno financeiro.

Possibilidade de ação judicial

Diante das denúncias, parte dos compradores passou a discutir ações judiciais coletivas contra a construtora.

Especialistas em direito imobiliário apontam que, caso seja comprovada falta de transparência nas informações prestadas durante a venda, o caso pode ser enquadrado pelo Código de Defesa do Consumidor, abrindo espaço para pedidos de indenização por danos materiais e morais.

Por outro lado, advogados ressaltam que a defesa das incorporadoras pode se basear no fato de que as restrições constam nos contratos, exigindo que os compradores provem que foram induzidos ao erro durante o processo de comercialização.

A Câmara Municipal de São Paulo instalou uma CPI das HIS para investigar supostas irregularidades nesse tipo de venda. 

A Vitacon foi chamada a prestar esclarecimentos e declarou, em nota, que “cumpre integralmente a legislação e mantém total transparência com seus clientes”.

Apostas online afetam o pagamento de aluguel no Brasil, diz pesquisa

O impacto das apostas online ultrapassou o entretenimento e já começou a atingir o mercado imobiliário.

É isso que diz uma pesquisa feita por duas empresas líderes no setor imobiliário. De acordo com o levantamento, um em cada três inquilinos brasileiros já enfrentou, direta ou indiretamente, dificuldades para pagar o aluguel devido a gastos com apostas.

O levantamento, que ouviu 1,3 mil locatários entre 26 de setembro e 6 de outubro de 2025, mostra que 13% dos entrevistados admitiram atrasar ou deixar de pagar o aluguel por conta de apostas. 

Outros 10% disseram ter sentido dificuldade para pagar, embora sem chegar ao atraso.

Somando os que afirmam ter atrasado o próprio aluguel e os que conhecem alguém nessa situação, o impacto atinge 31% dos entrevistados, emitindo um sinal de alerta para o mercado imobiliário.

A influência das apostas online no orçamento doméstico também aparece em outros estudos.

Segundo a Serasa, quase metade dos 73,1 milhões de inadimplentes no Brasil já fizeram apostas online, e 44% disseram ter apostado com a esperança de ganhar dinheiro para pagar dívidas.

No varejo, o impacto também é perceptível: apenas em 2024, o setor perdeu R$109 bilhões devido às apostas, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC).

O estudo aponta ainda que 37% dos apostadores gastam até R$50 por mês, enquanto 18% ultrapassam os R$300. 

Entre os mais jovens (18 a 24 anos), o índice de apostadores chega a 36%, o que indica uma tendência de crescimento da inadimplência futura.

Outro dado preocupante é que 57% dos inquilinos que apostam começaram há menos de um ano, o que indica que os efeitos das apostas sobre o pagamento de aluguel podem se intensificar nos próximos meses.

Além disso, 20% dos entrevistados relataram perdas de até R$50, enquanto 21% disseram ter perdido mais de R$500 em 12 meses.

A percepção social das apostas online

Além disso, a pesquisa também revelou como os brasileiros enxergam o tema:

  • 49% consideram que as apostas são nocivas à sociedade;
  • 75% defendem regras mais rígidas para o setor;
  • 74% acreditam que as apostas aumentam o endividamento das famílias;
  • Ainda assim, 37% veem o ato de apostar como uma forma de lazer saudável, quando feito com moderação.

Os números mostram um comportamento ambíguo, entre o entretenimento e o risco financeiro, que já atinge diretamente o mercado de locação e coloca em alerta proprietários, imobiliárias e gestores.

Longevidade ativa cria novo nicho de luxo no mercado imobiliário

Mulher da 3º idade se exercitando ao ar livre na sua casa.

O Brasil está envelhecendo (e de um jeito inédito). Cada vez mais pessoas chegam aos 70, 80 e até 90 anos com saúde, autonomia e vontade de viver novas experiências. 

Essa transformação demográfica está dando origem a um novo e promissor nicho de luxo no mercado imobiliário: os empreendimentos voltados à longevidade ativa.

Com o avanço da chamada Economia Prateada, que movimentou R$1,8 trilhão em 2024 e deve chegar a R$3 trilhões até 2030, incorporadoras começam a investir em moradias pensadas para quem quer envelhecer bem, sem abrir mão de conforto, segurança e estilo de vida.

Em São Paulo, empresas que estão liderando essa nova tendência estão trabalhando com projetos com VGV estimados em R$400 milhões, voltado ao público 60+. 

As unidades, de 27 m² a 85 m², reúnem design funcional, tecnologia e serviços pay-per-use, como limpeza, alimentação e acompanhamento remoto.

Os empreendimentos contam com academia adaptada, cinema, hidroginástica e monitoramento via IoT, com braceletes inteligentes que detectam quedas. 

De acordo com a OMS, o Brasil será o quinto país com mais idosos do mundo até 2030, e o número de pessoas com mais de 60 anos deve dobrar até 2050, passando de 25 milhões para 50 milhões.

E uma coisa é fato: essa população não quer isolamento, mas sim moradias urbanas e integradas, próximas a amigos, cafés e atividades culturais.

Por isso, as incorporadoras têm priorizado bairros centrais e tradicionais, como Higienópolis e Jardins, e planejam expandir o modelo para outras capitais e cidades de alto padrão, como Belo Horizonte, Vitória e Balneário Camboriú.

Além de atender a uma necessidade social crescente, o conceito de senior living também está transformando o modo como se investe em imóveis.

Muitos idosos ativos têm preferido alugar em vez de comprar, priorizando flexibilidade e liquidez. Com isso, algumas incorporadoras já destinam parte das unidades para locação, apostando em renda recorrente de longo prazo.

Nova linha do BC promete parcelas mais estáveis da casa própria

A partir de janeiro de 2026, o mercado imobiliário contará com um novo modelo de financiamento habitacional atrelado ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Segundo o Banco Central, a mudança deve reduzir a volatilidade das prestações e trazer mais previsibilidade para quem financia a casa própria.

O novo formato foi apresentado pelo diretor de Regulação do BC, Gilneu Vivan, que explica que a proposta busca equilibrar o pagamento das parcelas, tornando-as menos sensíveis à variação da inflação.

A decisão de adotar a nova linha ficará a cargo dos bancos, que poderão oferecê-la a partir de 1º de janeiro de 2026.

Hoje, a maior parte dos contratos imobiliários é corrigida pela Taxa Referencial (TR) somada a uma taxa fixa de juros. No novo modelo, a correção será feita pelo IPCA, mas com uma estrutura que busca evitar os picos de reajuste típicos desse indicador.

Para isso, será incorporado um adicional de amortização calculado com base na média histórica da inflação dos últimos 20 anos, o que deve estabilizar o valor das parcelas ao longo do tempo.

Segundo o BC, o modelo também amplia a capacidade de captação dos bancos, permitindo uma melhor correspondência entre os recursos emprestados e o custo de captação. 

Isso pode resultar em spreads menores e, consequentemente, em taxas mais competitivas para o comprador.

Um dos principais pontos positivos do novo formato é a redução da oscilação nas prestações.

Nos contratos atuais indexados ao IPCA, a parcela pode subir rapidamente em momentos de inflação alta, o que causa insegurança e até desistências de pagamento.

A reformulação também está ligada à nova estratégia de uso dos recursos da poupança, o principal funding do crédito imobiliário no Brasil.

Com as mudanças, o Banco Central espera multiplicar o efeito desses recursos, permitindo que os bancos geram mais crédito com o mesmo volume de poupança captada.

O sistema deve favorecer especialmente bancos médios e cooperativas, que terão novas alternativas de funding para competir com grandes instituições.

A expectativa é que o mercado teste o novo modelo ao longo de 2026, com revisão prevista para o fim do ano. Caso os resultados sejam positivos, a tendência é de expansão gradual da linha IPCA nos financiamentos habitacionais.

Rebouças desponta como nova aposta no mercado de escritórios em SP

A Avenida Rebouças, um dos endereços mais tradicionais de São Paulo, está vivendo uma nova fase no mercado imobiliário corporativo.

Antes conhecida pelas lojas de noivas, a região agora atrai grandes empresas e investidores, consolidando-se como alternativa às saturadas Faria Lima e Paulista, onde os espaços estão cada vez mais escassos e caros.

De acordo com a JLL, a vacância na Rebouças caiu de 29,9% no início de 2025 para apenas 12% no terceiro trimestre, uma das maiores recuperações do mercado de escritórios da capital. 

O estoque atual é de 51,8 mil metros quadrados, mas deve quase dobrar até 2027 com a entrega de novos empreendimentos.

O levantamento da JLL mostra que o mercado de escritórios de alto padrão em São Paulo atingiu a menor taxa de vacância em 14 anos, com apenas 16,2% de espaços disponíveis.

A absorção líquida chegou a 50 mil metros quadrados no terceiro trimestre e acumula 247 mil m² no ano, refletindo o apetite crescente por ambientes corporativos modernos e bem localizados.

O preço médio do metro quadrado nas salas comerciais subiu para R$115, alta de 3,8% no trimestre e 14,9% em 12 meses.

Com isso, regiões secundárias, como a Rebouças, Pinheiros e Vila Madalena, se destacam como opções mais acessíveis, mas ainda próximas dos principais polos de negócios.

A Rebouças deve receber dois novos edifícios corporativos até 2027, somando 45,2 mil metros quadrados ao estoque, um crescimento de 87%.

Entre os destaques está o Biosquare, prédio de 25 andares e mais de 39 mil m² já pré-locado pela Amazon, que promete redefinir o padrão da região.

O aluguel também acompanha o movimento de valorização, subindo 23% em um ano, passando de R$146 em 2024 para R$180 no terceiro trimestre de 2025.

O perfil das empresas instaladas mostra a diversificação do novo eixo corporativo:

  • 34% das locações são do setor financeiro,
  • 31% de serviços digitais,
  • 14% da indústria do tabaco,
  • e 7% de coworkings.

A infraestrutura consolidada, o fácil acesso ao metrô e a proximidade de bairros residenciais como Pinheiros e Jardins tornam a região ideal para empresas que buscam boa localização com custos mais competitivos.

O que esperar daqui pra frente

Com a crescente demanda e a limitação de espaços nas áreas mais nobres, a tendência é que a Rebouças se consolide como um novo eixo corporativo de alto padrão em São Paulo.

A região combina o charme histórico da cidade com uma infraestrutura moderna e conectada, atraindo empresas que valorizam mobilidade, tecnologia e eficiência operacional.

Para investidores e gestores imobiliários, a Rebouças representa uma oportunidade de crescimento sólido em um mercado que segue aquecido

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