Taxa de intermediação imobiliária: guia completo

Imagem de dois corretores analisando uma taxa de intermediação.

A taxa de intermediação é uma cobrança legítima no mercado imobiliário, mas ainda gera dúvidas e questionamentos tanto de clientes quanto de profissionais do setor que não sabem como explicá-la adequadamente.

Encontrar o imóvel ideal, conduzir visitas a imóveis, organizar documentação e acompanhar todo o processo de fechamento exige conhecimento técnico e dedicação que vai muito além da simples aproximação entre as partes envolvidas.

Para corretores e imobiliárias, compreender profundamente o que essa taxa representa é fundamental para evitar conflitos e garantir relacionamentos transparentes com clientes.

Por isso, neste guia completo, você descobrirá tudo sobre taxa de intermediação, desde sua definição até estratégias práticas para apresentá-la aos clientes e gerenciar sua cobrança de forma profissional e transparente.

Assuntos que você irá encontrar:

O que é taxa de intermediação?

A taxa de intermediação é a remuneração cobrada pela imobiliária logo no início dos contratos de locação, normalmente correspondendo ao valor integral ou parcial do primeiro aluguel pago pelo inquilino. 

Ela também é conhecida como taxa de contrato ou taxa de angariação.

Esta cobrança representa o pagamento justo pelo conhecimento, dedicação e responsabilidade assumida durante todo o processo de intermediação entre proprietário e inquilino, reconhecendo o papel técnico desempenhado pela imobiliária.

Diferentemente da taxa de administração mensal (que varia entre 6% e 10% para imóveis residenciais), a taxa de intermediação é cobrada pontualmente no fechamento do contrato e novamente quando há renovação, geralmente após 30 meses.

Em vez de repassar o valor ao proprietário, a imobiliária fica com essa quantia mediante a um acordo estabelecido previamente no contrato de administração do imóvel, servindo para cobrir custos operacionais da intermediação.

A cobrança decorre de gastos anteriores ao fechamento do contrato, como fotos profissionais do imóvel, vistoria, marketing online em portais, divulgação offline através de placas e organização de toda documentação necessária.

Como a taxa de intermediação é cobrada? 

A forma de cobrança da taxa de intermediação varia conforme o tipo de imóvel, região e práticas específicas de cada imobiliária, mas segue padrões estabelecidos pelo mercado.

Taxa de intermediação na locação de imóveis 

Na locação, o valor para imóveis residenciais costuma variar entre 30% e 100% da primeira locação. Muitas imobiliárias optam por parcelar esse valor em duas vezes para que o proprietário não fique completamente sem renda do aluguel no mês inicial.

Para imóveis comerciais, a cobrança é mais comum e geralmente mais elevada, pois envolve gastos adicionais como prospecção especializada de inquilinos e estudo de viabilidade comercial do negócio.

Em casos onde a imobiliária auxilia na intermediação da construção do imóvel comercial e fornece serviços adicionais como projeto arquitetônico, a taxa pode valer os três primeiros meses de aluguel, especialmente em contratos mais longos.

Taxa de intermediação na compra e venda de imóveis

Na compra e venda de imóveis, essa taxa é geralmente chamada de comissão de corretagem

O percentual comum no Brasil varia entre 5% e 6% do preço de venda do imóvel, podendo ser maior em casos específicos como imóveis rurais.

Quem paga essa taxa?

Isso depende do tipo de negociação e do que for acordado entre as partes. 

  • Na locação, é comum que o inquilino pague a taxa.  
  • Em vendas, o mais usual é que o comprador arque com a comissão, mas tudo deve estar previsto claramente em contrato. 

O que a taxa de intermediação cobre?

A cobrança da taxa de intermediação decorre de gastos da imobiliária anteriores ao fechamento do contrato: fotos profissionais do imóvel, vistoria, marketing online (anúncios nos portais) e offline (placas), documentação para assinar o contrato.

Estes custos são calculados através do Custo de Aquisição de Contratos, que soma as despesas de marketing, comissão do captador, times internos e outros gastos relacionados ao aumento da carteira de propriedades administradas.

Sem essa taxa, a imobiliária começaria a operação de cada novo contrato no vermelho, prejudicando significativamente o fluxo de caixa da empresa e comprometendo a sustentabilidade do negócio.

A taxa também cobre o trabalho técnico de organização de documentos, checagem de antecedentes do inquilino, elaboração do contrato e todo acompanhamento necessário até a assinatura final e entrega das chaves.

A taxa de intermediação é cobrada em todo o país?

A taxa de intermediação varia, principalmente, conforme a localidade. 

Nas cidades com mercado imobiliário mais desenvolvido, a cobrança é corriqueira. Em capitais, costuma ser de 100% do valor da primeira locação.

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Municípios menores têm maior dificuldade de implementar essa cobrança porque o principal concorrente é o próprio proprietário do imóvel, que conhece boa parte dos moradores locais e tem maior facilidade em fazer a locação por conta própria.

Nestes mercados menores, encargos adicionais funcionam como incentivo à desintermediação, fazendo com que proprietários optem por gerenciar diretamente suas locações sem intermediários profissionais.

Em regiões com mercado imobiliário mais profissionalizado e competitivo, a cobrança é amplamente aceita e compreendida como parte natural do processo de locação assistida.

Diferença entre comissão e taxa de intermediação

Muita gente usa os dois termos como se fossem iguais e, na prática, eles até podem se confundir em algumas situações. 

Existe uma diferença sutil e importante entre comissão e taxa de intermediação especialmente em contratos de locação.

Comissão de venda: na venda de um imóvel, a comissão é uma porcentagem do valor total negociado, paga uma única vez ao corretor ou imobiliária quando o negócio é concretizado.

Taxa de intermediação na locação: na locação, a taxa de intermediação é cobrada sobre o primeiro aluguel como remuneração pela intermediação inicial do contrato.

Taxa administrativa mensal: além da taxa de intermediação inicial, existe a taxa administrativa mensal (entre 6% e 10%), referente à gestão contínua do contrato de locação.

Ou seja: 

A comissão está ligada à concretização do negócio de venda;

A taxa de intermediação está ligada ao fechamento do contrato de locação;

A taxa administrativa está ligada à manutenção e gestão desse contrato ao longo do tempo.

O que diz a lei sobre a taxa de intermediação?

O artigo 722 do Código Civil garante que o corretor tem direito à remuneração sempre que realiza uma intermediação, desde que o serviço tenha sido prestado de forma regular. 

A lei reconhece o trabalho como legítimo e prevê o pagamento mesmo sem contrato formal, se ficar comprovada a intermediação.

Entendimento dos órgãos de defesa 

O Procon orienta que a cobrança deve ser informada com antecedência e estar clara no contrato. 

Por sua vez, o STJ entende que o pagamento pode ser exigido quando o corretor atua em nome do cliente, desde que a relação de intermediação esteja bem definida.

Quando há desequilíbrio ou cobrança considerada indevida, a Justiça tende a proteger o consumidor, reforçando a importância da transparência desde o primeiro contato.

Como evitar problemas?

  • Sempre registre a taxa por escrito com detalhamento no contrato do valor exato e quem irá arcar com o pagamento. 
  • Evite termos genéricos que possam gerar mais de uma interpretação. 
  • A cobrança deve ser claramente comunicada ao proprietário e constar do contrato de administração do imóvel.

Por que a taxa de intermediação é importante para as imobiliárias?

Quando um imóvel é locado, a imobiliária começa a operação no vermelho. Como comentamos acima, há despesas comerciais e administrativas associadas ao início da locação.

O Custo de Aquisição de Contratos permite calcular o tempo médio que a imobiliária leva para equilibrar o custo de cada locação. 

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Por exemplo: se esse custo for de R$ 600 por imóvel locado, e o tíquete médio de locação for de R$ 1.000 com taxa de administração de 10%, a imobiliária levará em média seis meses para equilibrar as contas.

Daí a importância da cobrança, para a imobiliária, da taxa de intermediação logo no início do contrato: assim a operação de locação não inicia com as contas negativas, o que prejudica o fluxo de caixa da empresa.

A taxa também permite que imobiliárias mantenham equipes qualificadas, invistam em tecnologia, marketing e treinamento contínuo, elementos essenciais para oferecer serviço de qualidade diferenciada no mercado.

Como explicar a taxa de intermediação para o seu cliente?

A comunicação adequada sobre a taxa de intermediação é fundamental para evitar conflitos e construir relacionamentos baseados em confiança e transparência.

Seja claro desde o primeiro contato: não espere o cliente perguntar. Fale da taxa logo no início da conversa, explique o motivo da cobrança e o que está incluso no serviço. 

Isso evita surpresas e transmite confiança desde o começo da relação.

Mostre o valor do serviço, não só o custo: explique o que está por trás da taxa, a busca pelo imóvel ideal, as visitas, a checagem da documentação, a segurança jurídica e o suporte do início ao fim da negociação. 

Quando o cliente entende tudo o que está sendo entregue, ele enxerga a taxa como investimento, e não como peso

Formalize tudo em contrato: use linguagem simples, diga claramente o valor, quem paga e em qual etapa. Um contrato direto evita ruídos, protege as partes e reforça o profissionalismo do atendimento.

A taxa de intermediação é uma cobrança legítima que reconhece o trabalho técnico e a dedicação da imobiliária durante todo processo de intermediação. 

Quando comunicada com transparência e justificada pelo valor entregue, fortalece a confiança e profissionaliza a operação.

Gerenciar adequadamente contratos, repasses, comissões e taxas exige sistemas organizados que otimizem o fluxo financeiro e garantam controle completo de todas as movimentações.

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