
O mercado imobiliário mundial está vivendo um momento de mudanças e crescimento, e as últimas notícias só reforçam essa tendência.
Em um cenário de alta confiança no setor, o interesse por imóveis está disparando em várias cidades brasileiras, com Belo Horizonte e São Paulo liderando o aumento na procura.
E em paralelo, mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida prometem dar mais acessibilidade à casa própria, com condições de financiamento mais favoráveis.
Enquanto isso, em Dubai, o mercado de luxo continua surpreendendo, com transações imobiliárias crescendo a um ritmo acelerado.
A cidade, que já se consolidou como um dos maiores centros do mercado de alto padrão, se destaca ainda mais com um volume de vendas 3,5 vezes superior ao de Nova York, mantendo sua posição de destaque no mercado global.
Este artigo vai te trazer um panorama sobre os destaques do setor imobiliário, o que está em alta e como essas mudanças podem impactar o seu próximo investimento imobiliário.
Assuntos que você irá encontrar:
- Nova faixa do MCMV faz interesse em compra de imóveis dobrar em BH;
- Mercado imobiliário de Gramado movimentou R$2,5 bilhões no ano de 2024;
- Apesar da alta de Selic e consumidor mais cauteloso, mercado segue aquecido;
- Participação de investidores imobiliários atinge menor número da história;
- Mercado imobiliário de Dubai cresce e ultrapassa Nova York.
Nova faixa do MCMV faz interesse em compra de imóveis dobrar em BH

O número de pessoas interessadas em comprar um imóvel em Belo Horizonte quase dobrou entre janeiro e abril deste ano.
De acordo com o Índice de Confiança no Setor Imobiliário, feito em parceria com a Offerwise, em janeiro de 2025, apenas 6% dos moradores da capital tinham intenção de adquirir um imóvel nos próximos seis meses.
No entanto, em abril, esse percentual saltou para 10%. Além da capital mineira, também registraram aumento no interesse de compra de imóveis no período: Porto Alegre, de 4% para 10%, São Paulo, de 5% para 11% e Rio de Janeiro, de 5% para 10%.
Esse crescimento no interesse coincide com o anúncio de mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida, que ampliou os tetos de valores e renda para famílias interessadas em financiar a casa própria.
Em 15 de abril, o governo federal apresentou o novo pacote habitacional ao Conselho Curador do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), voltado para famílias com renda mensal de até R$12 mil, que poderão comprar imóveis de até R$500 mil.
O novo modelo de financiamento oferece condições facilitadas de crédito, com prazos de até 420 meses e juros nominais de 10% ao ano, taxas abaixo das praticadas pelo mercado.
Com essas mudanças, o governo prevê que cerca de 120 mil famílias sejam beneficiadas.
Mesmo com a taxa Selic a 14,75%, o aumento no interesse de compra de imóveis em Belo Horizonte revela a resiliência do mercado imobiliário.
Além disso, a pesquisa aponta que há crescimento da intenção de compra em todas as classes sociais.
De acordo com o índice, na classe A, o percentual de interessados saltou de 10% para 18%; na classe B, de 5% para 13%; e nas classes C, D e E, de 5% para 8%.
O cenário também aponta que muitos compradores estão olhando para imóveis como uma forma de investimento, com a expectativa de retorno através do aluguel, já que o aumento da taxa de juros pode reduzir as vendas em algum momento.
A pesquisa, que ouviu 1.200 pessoas nas principais capitais das regiões Sudeste e Sul, foi realizada entre 4 e 25 de abril.
Desconto no Minha Casa Minha Vida atrai investidores
Ainda, o novo modelo do MCMV apresenta benefícios como juros de 10% ao ano, enquanto no mercado tradicional as taxas chegam a 13%.
Ou seja, isso significa parcelas mais acessíveis, com grandes diferenças de valor, dependendo da forma de financiamento.
O mercado continua aquecido, e a tendência é que o aumento de lançamentos e a valorização dos imóveis, especialmente no segmento econômico, permaneçam no cenário atual.
Mercado imobiliário de Gramado movimentou R$2,5 bilhões no ano de 2024
Apesar dos desafios enfrentados pela tragédia climática do Rio Grande do Sul no ano passado, o mercado imobiliário de Gramado teve um desempenho positivo em 2024.
De acordo com a Planta - Entidade Para o Desenvolvimento Imobiliário Sustentável da Serra Gaúcha -, o setor movimentou R$2,5 bilhões, superando os R$2,4 bilhões registrados em 2023.
A arrecadação de ITBI, o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis, foi de R$34,4 milhões, embora tenha havido uma queda em relação aos R$50,5 milhões de 2023, devido a alguns negócios que não geraram incidência ou que tiveram o imposto pago em anos posteriores.
Já em Canela, o mercado imobiliário também se manteve aquecido, com um volume de R$700 milhões movimentados e arrecadação de R$15,3 milhões em ITBI.
Juntas, as duas cidades totalizaram R$3,2 bilhões em negócios, com arrecadação de aproximadamente R$50 milhões, o que comprova a valorização contínua da região das Hortênsias.
Em uma entrevista para a Zero Hora, Bernardo Tomazelli, presidente da Planta, destacou que, apesar da crise econômica desencadeada pelas chuvas e deslizamentos no segundo semestre de 2024, o mercado da Serra Gaúcha se manteve resiliente.
O metro quadrado de imóveis novos em Gramado pode chegar a R$18.914, superando cidades como Florianópolis, Porto Alegre e Curitiba.
Esses números refletem a confiança dos investidores e a forte demanda por imóveis na Serra Gaúcha, com perspectivas promissoras para o futuro.
Apesar da alta de Selic e consumidor mais cauteloso, mercado segue aquecido
O recente aumento da taxa Selic para 14,75% pelo Banco Central acendeu um alerta no mercado imobiliário brasileiro.
Apesar dos bons resultados no setor da construção civil no primeiro trimestre de 2025, com um crescimento de 17% nas vendas de apartamentos e R$ 38,3 bilhões liberados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), a alta dos juros exige mais cautela e planejamento, especialmente para os consumidores.
Cada ponto percentual na Selic eleva, em média, 0,43 ponto nas taxas de financiamento imobiliário, o que impacta principalmente a classe média, que depende do crédito para adquirir imóveis.
Por isso, muitos consumidores estão adiando a compra ou optando por imóveis menores, especialmente aqueles com preço superior a R$500 mil.
O aumento no tempo de decisão de compra, que subiu de 2 a 3 meses, também reflete esse momento de atenção.
Embora as altas taxas de juros tenham afetado os lançamentos de novos empreendimentos, com uma queda de 7% no primeiro trimestre de 2025, o mercado se manteve resiliente.
O número de unidades financiadas aumentou 10% em relação ao mesmo período do ano passado, mostrando que, apesar da Selic elevada, a confiança no mercado ainda é forte.
Especialistas sugerem que, apesar da alta nos juros, a valorização dos imóveis, especialmente nas grandes cidades, continua sendo um bom investimento.
Quem compra para alugar também tem se beneficiado, já que os aluguéis estão subindo acima da inflação.
Já para aqueles que têm recursos disponíveis, a recomendação é considerar amortizar o financiamento ou aplicar o dinheiro, dependendo das condições de mercado e das opções de crédito.
Apesar do momento de cautela, o mercado imobiliário segue apresentando boas oportunidades, especialmente em áreas valorizadas e para quem adota uma estratégia bem planejada.
Participação de investidores imobiliários atinge menor número da história
Nos últimos meses, o mercado de investimentos imobiliários brasileiro vem mostrando sinais de esfriamento.
Segundo o Raio-X FipeZAP, a participação de investidores entre os compradores de imóveis caiu para 31% no primeiro trimestre de 2025, atingindo o menor nível histórico.
No entanto, esse declínio já era esperado, visto que a tendência de diminuição do apetite por ativos imobiliários vem sendo observada nos últimos trimestres.
Apesar dessa queda, a preferência por alugar imóveis continua sendo a estratégia mais comum, com 67% dos investidores optando por locação para gerar renda, enquanto 33% buscaram lucro com a revenda de imóveis.
Em fevereiro de 2025, o interesse pela locação atingiu o maior patamar registrado pela pesquisa: 80%, embora tenha recuado para 75% em março.
Além disso, a intenção de compra também caiu no primeiro trimestre de 2025, com apenas 35% dos respondentes interessados em adquirir imóveis nos próximos três meses, abaixo da média histórica de 38%.
Esse dado reflete um cenário mais cauteloso, no qual consumidores estão mais seletivos ao tomar decisões, especialmente devido aos juros elevados, que tornam o financiamento mais caro.
Na questão dos tipos de imóveis, 52% dos potenciais compradores indicaram interesse por imóveis usados, enquanto 40% não se mostraram indiferentes, e 8% preferiram imóveis novos.
A maioria (85%) busca imóveis para moradia, evidenciando a tendência de aquisição voltada para a residência própria.
Expectativas de preço dos imóveis
A percepção de preços também é elevada, com 73% dos entrevistados achando que os valores dos imóveis estão “altos ou muito altos”.
Para o futuro, 43% acreditam que os preços irão subir, prevendo um aumento de 3,2% nos próximos 12 meses.
Além disso, 66% das transações em março de 2025 envolvem descontos, com um valor médio de redução de 10%, sinalizando uma negociação equilibrada entre compradores e vendedores.
Mercado imobiliário de Dubai cresce e ultrapassa Nova York

Dubai tem consolidado sua posição como a capital dos empreendimentos de luxo, mas o que mais impressiona no mercado imobiliário local é o crescimento registrado em 2024.
A cidade alcançou um volume de transações de compra e venda três vezes maior que o da região metropolitana de Nova York, com 180,9 mil negócios fechados, um número que superou as 48,8 mil transações da Big Apple.
Isso é equivalente a quase metade do estoque de imóveis à venda em toda a Alemanha, evidenciando a magnitude do mercado de Dubai.
Além do volume, o valor dos negócios também chama a atenção.
Em 2024, o mercado imobiliário de Dubai movimentou 143 bilhões de dólares, simbolizando um crescimento de 36% nas transações e 27% no valor total negociado, em comparação com 2023.
O destaque fica para os imóveis de luxo, especialmente os que ultrapassam os 10 milhões de dólares, que são responsáveis pela maior parte das vendas.
Esse crescimento contínuo é impulsionado pela confiança internacional na economia dos Emirados Árabes, um "oásis" protegido de turbulências globais.
O primeiro trimestre de 2025 já registrou a venda de 111 imóveis de altíssimo padrão, totalizando 1,9 bilhão de dólares, o que representa um aumento de 5,7% em relação ao ano anterior.
A digitalização do mercado também é um fator importante, com muitos imóveis sendo vendidos 100% online, sem que os investidores precisem visitar a cidade para fechar negócios.
Além disso, o mercado secundário, onde compradores iniciais revendendem seus imóveis com lucro, também cresceu 21%, somando 51,2 bilhões de dólares.
O bairro mais procurado continua sendo a praia de Jumeirah, onde estão localizados empreendimentos de alto padrão, como o Armani Beach Residences, um projeto de luxo assinado pelo estilista italiano e pelo arquiteto japonês Tadao Ando.
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