
Se você tem imóvel para alugar ou gerencia propriedades, é bom ficar atento às novidades.
O governo brasileiro está implementando um novo modelo de cadastro imobiliário que vai afetar diretamente o setor de locação.
O objetivo é combater a sonegação de aluguéis e trazer mais transparência ao mercado, fazendo um cruzamento de dados entre cartórios, órgãos públicos e a Receita Federal.
Essa mudança não é só sobre deixar tudo mais organizado, ela também vai exigir que quem trabalha com imóveis tenha muito mais cuidado e precisão com a documentação, como contratos, recibos e declarações de rendimentos.
Em outras palavras, tudo precisa estar em dia, já que o sistema será mais rígido e inteligente no monitoramento.
Mas, calma, essa mudança também traz oportunidades. A boa notícia é que quem já trabalha de forma transparente pode sair na frente, conquistando mais confiança no mercado e garantindo que seus imóveis permaneçam dentro da legalidade.
Neste artigo, vamos te explicar tudo que você precisa saber sobre essa mudança e sair na frente da concorrência.
Assuntos que você irá encontrar:
- Novo modelo para crédito imobiliário pode afetar juros e SFH;
- Fundos imobiliários são usados pelo crime organizado, diz Receita;
- Preços dos imóveis avançam 0,50% em agosto e superam a inflação;
- Pintura roubada pelos nazistas aparece em imóvel na Argentina;
- Novo cadastro imobiliário e os impactos nos imóveis para locação.
Novo modelo para crédito imobiliário pode afetar juros e SFH
O governo estuda um novo modelo para ampliar o crédito imobiliário no Brasil, no entanto, a possibilidade de aumento nos juros do setor tem gerado debates entre especialistas.
Essa questão tem, inclusive, atrasado o anúncio esperado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deseja lançar a medida antes do início oficial da corrida eleitoral de 2026.
A proposta, conforme divulgado pela agência de notícias Broadcast, prevê que 100% do saldo da caderneta de poupança seja destinado ao financiamento habitacional, com juros máximos iguais aos atuais. Hoje, apenas 65% dos depósitos são usados para esse fim.
As parcelas da poupança que atualmente não vão para o crédito imobiliário - 20% de depósitos compulsórios e 15% de livre aplicação - seriam gradualmente liberadas, até atingir 100% com o tempo.
Cada novo financiamento contaria para o cumprimento da meta por cinco anos. Após esse período, o banco precisaria fazer novas concessões de igual valor para manter a exigência.
Até então, o que era considerado era o saldo total, não as novas operações.
O desafio para o setor
O que preocupa parte do governo é que os bancos poderiam enfrentar um período de até três anos sem o benefício da poupança, já que o prazo médio dos financiamentos imobiliários no Brasil é de oito anos.
Dessa forma, esse descompasso poderia gerar aumento das taxas de juros.
Apesar disso, a medida também é vista como positiva, pois amplia os recursos disponíveis para crédito.
Para reduzir riscos, há a proposta de canalizar os recursos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que limita a taxa de juros a 12% ao ano e financia imóveis de até R$1,5 milhão.
No setor privado, especialistas acreditam que tanto a alta quanto a baixa das taxas são possíveis, dependendo de como o modelo será implementado. O impacto fiscal para o governo, por outro lado, é considerado neutro, já que se trata de recursos da poupança.
LCIs e funding
A proposta também envolve as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Hoje, cerca de 60% a 70% do financiamento habitacional vem da poupança, e 30% a 40% de LCIs.
Com a mudança, os bancos poderiam usar 100% da poupança e ainda emitir LCIs com o mesmo lastro, adicionando até R$400 bilhões ao mercado gradualmente.
Como esse investimento têm isenção de Imposto de Renda, a medida poderia gerar uma renúncia fiscal de até R$9 bilhões por ano.
No entanto, técnicos defendem que, como a LCI passaria a ser o principal instrumento de funding, a poupança funcionaria apenas como mecanismo de equalização. Dessa forma, a renúncia fiscal não aumentaria de forma significativa.
Em resumo, ainda não há consenso dentro do governo. Mas todos concordam em um ponto: os recursos devem beneficiar prioritariamente a população de baixa renda, seguindo a lógica do SFH.
Fundos imobiliários são usados pelo crime organizado, diz Receita

Uma investigação da Receita Federal revelou que fundos imobiliários e multimercados com patrimônio de R$30 bilhões foram utilizados pelo crime organizado para ocultar bens e lavar dinheiro.
O alerta foi dado durante uma coletiva sobre operações no setor de combustíveis, envolvendo movimentações de R$52 bilhões em quatro anos.
Segundo a Subsecretária de Fiscalização da Receita Federal, Andrea Costa Chaves, pelo menos 40 fundos multimercado e imobiliários possuem imóveis ligados a atividades criminosas.
Os indícios apontam que os fundos funcionavam como um mercado de ocultação e blindagem patrimonial.
Além disso, há sinais de que as administradoras dos fundos estavam cientes do esquema e não cumpriram obrigações fiscais, tornando a movimentação dos cotistas difícil de rastrear.
De acordo com o diretor de investigação e combate ao crime organizado da Polícia Federal, três gestoras administravam os fundos, que em sua maioria são fechados com um único cotista, geralmente outro fundo de investimento, criando camadas de ocultação.
Entre os ativos adquiridos pelos fundos estão:
- Um terminal portuário;
- Quatro usinas produtoras de álcool (mais duas em parceria ou processo de aquisição);
- 1.600 caminhões para transporte de combustíveis;
- Mais de 100 imóveis, incluindo seis fazendas no interior de São Paulo, avaliadas em R$31 milhões, e uma residência em Trancoso/BA, comprada por R$13 milhões.
A operação cumpriu 200 mandados de busca e apreensão contra 350 alvos em dez estados, envolvendo empresas, corretoras e fundos de investimento ligados à cadeia produtiva de combustíveis, parte dela controlada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
A investigação identificou diversas práticas criminosas, incluindo:
- Crimes contra a ordem econômica;
- Adulteração de combustíveis;
- Crimes ambientais;
- Lavagem de dinheiro, inclusive do tráfico de drogas;
- Fraude fiscal e estelionato.
A concentração de alvos na Avenida Faria Lima, principal centro financeiro de São Paulo, chamou atenção, com 42 alvos distribuídos em cinco endereços, incluindo edifícios icônicos da região.
Preços dos imóveis avançam 0,50% em agosto e superam a inflação
O mercado imobiliário brasileiro manteve em agosto o ritmo de valorização observado ao longo de 2025, mesmo diante de um cenário de inflação moderada e juros elevados.
Segundo o Índice FipeZAP, os preços de venda de imóveis residenciais subiram 0,50%, ligeiramente abaixo de julho (+0,58%), mas ainda acima dos principais índices de inflação.
Enquanto o IGP-M avançou 0,36% e o IPCA-15 recuou 0,14%, o preço médio dos imóveis segue em alta, mostrando que a demanda por habitação continua sustentada, seja por moradia própria, seja por investimento.
Nordeste lidera a valorização
● Fortaleza: +1,31%
● Maceió: +1,25%
● João Pessoa: +1,20%
● Aracaju: +1,15%
Outras cidades também tiveram altas relevantes, como Belém (+1,15%) e Porto Alegre (+0,91%). Por outro lado, Campo Grande (-0,70%) e Brasília (-0,62%) registraram queda nos preços.
Ganhos acumulados em 2025
No acumulado do ano até agosto, os preços de imóveis subiram 4,45%, acima do IPCA de 3,12% e do IGP-M negativo de 1,35%, garantindo ganhos reais para os proprietários e reforçando o papel dos imóveis como proteção patrimonial em períodos de incerteza.
Destaques de valorização no ano:
- Vitória: +15,20%
- Salvador: +12,50%
- João Pessoa: +11,86%
Nenhuma das 56 cidades monitoradas registrou queda no período. Na comparação de 12 meses, a alta chega a 7,04%, novamente acima da inflação oficial (5,10%), com Vitória (24,36%), Salvador (17,90%) e João Pessoa (16,32%) liderando o crescimento.
Preço médio do metro quadrado
Em agosto, o preço médio do metro quadrado no Brasil atingiu R$9.423. Entre as capitais:
- Vitória: R$ 14.117/m²
- Florianópolis: R$ 12.519/m²
- São Paulo: R$ 11.721/m²
Os valores mais acessíveis foram encontrados em:
- Aracaju: R$ 5.238/m²
- Teresina: R$ 5.698/m²
Pintura roubada pelos nazistas aparece em imóvel na Argentina

Uma obra do artista italiano Vittore Ghislandi (1655-1743), roubada durante a Segunda Guerra Mundial em Amsterdã, na Holanda, voltou a chamar atenção após ser encontrada em um anúncio imobiliário na Argentina.
O quadro, intitulado “Retrato de uma Dama”, fazia parte da coleção do comerciante judeu Jacques Goudstikker, que morreu em 1940 enquanto tentava escapar dos nazistas.
A pintura foi localizada em um chalé em Mar del Plata, pertencente às filhas do ex-oficial nazista Friedrich Gustav Kadgien, falecido em 1978.
No entanto, ao realizar buscas no local, a Polícia Federal não encontrou o quadro, observando ainda mudanças na disposição dos móveis em relação às fotos do anúncio.
Especialistas afirmam que a qualidade e as proporções da imagem confirmam se tratar da obra roubada. A descoberta foi feita por um jornalista holandês que investigava o paradeiro de obras de arte saqueadas pelos nazistas.
Em busca na internet, ele encontrou o quadro no anúncio do imóvel e foi até a Argentina no início de agosto para apurar o caso, mas não conseguiu contato com Patricia Kadgien, uma das herdeiras da propriedade.
Antes de se mudar para o país vizinho do Brasil, Kadgien atuava na Suíça como especialista em operações de lavagem de dinheiro, com movimentações também em Buenos Aires e no Rio de Janeiro.
Novo cadastro imobiliário e os impactos nos imóveis para locação
Você sabe o que é o novo cadastro imobiliário? O governo brasileiro está atualizando o sistema de cadastro nacional e implantando um sistema de cruzamento de dados com o intuito de diminuir a sonegação de aluguéis no país.
Se você é proprietário ou gestor de imóveis, vale a pena entender o que muda e como se preparar para não ser pego de surpresa.
Vale lembrar que o cadastro imobiliário brasileiro já existe há anos, reunindo informações sobre imóveis urbanos e rurais, registro e titularidade.
Mas agora a ideia é integrar cartórios, órgãos públicos e bases fiscais de forma mais inteligente.
O objetivo? Reduzir a sonegação de impostos e deixar mais difícil para quem tenta esconder rendimentos de aluguéis ou fraudar registros.
Um dos grandes focos desse novo sistema é identificar aluguéis não declarados. Com o cruzamento de dados entre bancos, imobiliárias e Receita Federal, fica praticamente impossível omitir rendimentos.
Para profissionais do setor, isso significa que a organização e a transparência passam a ser prioridade. Ou seja, emitir recibos, registrar contratos e declarar rendimentos corretamente não é mais opcional, é necessário.
Quem atua de forma correta sai ganhando, com mais credibilidade, menos risco fiscal e até uma valorização extra do imóvel no mercado formal.
Como se preparar para o novo cenário
O cenário está mudando, e é preciso se adaptar. Organização e transparência não são mais apenas boas práticas, elas se tornaram obrigatórias. Com o novo sistema de cadastro e o cruzamento de dados, quem não se ajustar vai ficar para trás.
Agora, mais do que nunca, adotar tecnologias que ajudem a gerenciar os imóveis e documentos de maneira eficiente se tornou um passo crucial.
Investir em softwares de gestão imobiliária que integrem contratos, recibos e toda a documentação necessária não só vai garantir conformidade fiscal, mas também facilitar o seu dia a dia.
Manter contratos e recibos sempre atualizados é uma exigência para quem deseja evitar problemas com a Receita.
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