
A construção civil no Brasil segue sendo uma das principais fontes de geração de empregos formais e movimentação econômica.
No 2º trimestre de 2025, o setor bateu um recorde ao ultrapassar os 3 milhões de empregos.
No entanto, nem tudo são boas notícias. Ao mesmo tempo em que o número de vagas cresce, o crédito para novos empreendimentos sofre uma queda de 63%, refletindo um grande desafio para as construtoras.
Com a taxa Selic ainda alta e o acesso ao financiamento mais restrito, o setor está enfrentando dificuldades para viabilizar novos projetos.
O lado bom disso é que, mesmo diante dessa retração, o mercado ainda tem gerado empregos e mostrado sinais de recuperação.
Neste artigo, vamos te mostrar como a construção civil está se adaptando a esse cenário, quais são os principais desafios enfrentados pelo setor e o que esperar para o futuro do mercado imobiliário no Brasil.
Assuntos que você irá encontrar:
- Pesquisa revela cidades com maior procura no 2º semestre de 2025;
- A Gávea e o futuro do mercado imobiliário com a chegada do metrô;
- A conexão entre carros de luxo e imóveis de alto padrão no Brasil;
- Construção civil: empregos crescem, mas crédito enfrenta queda;
- Cidades brasileiras registram aumento nos preços dos imóveis em julho.
Pesquisa revela cidades com maior procura no 2º semestre de 2025
No final do último mês, foi divulgada mais uma edição do Índice de Demanda Imobiliária (IDI Brasil), com o ranking das cidades brasileiras com maior demanda por imóveis.
Curitiba, Goiânia e São Paulo estão liderando a procura nos segmentos econômico, médio e alto padrão, respectivamente.
No entanto, algumas cidades como Sorocaba (SP) e Belém (PA) estão mostrando força na corrida por um lugar no ranking, enquanto Salvador (BA) está passando por um momento de retração na demanda.
Com uma amostragem de 77 cidades com potencial para investimentos em imóveis residenciais verticais, o estudo é uma colaboração entre o Ecossistema Sienge, CV CRM, Grupo Prospecta e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Padrão econômico: renda familiar de R$2 mil a R$12 mil
Cidades como Curitiba, São Paulo e Fortaleza continuam dominando o ranking, com destaque para Sorocaba (SP), que segue crescendo e se mantém forte na lista.
Outro destaque vai para o mercado do Rio de Janeiro, que também está mostrando sinais de recuperação.
As 5 cidades com maior demanda nesse perfil econômico:
● São Paulo (SP) - Nota 0,853
● Fortaleza (CE) - Nota 0,847
● Goiânia (GO) - Nota 0,743
● Sorocaba (SP) - Nota 0,724
Padrão médio: renda familiar de R$12 mil a R$24 mil
Já no padrão médio, Curitiba foi uma das cidades que mais se destacou, ultrapassando o Rio de Janeiro devido ao crescimento tanto nos lançamentos novos quanto nos imóveis usados.
Sorocaba, mais uma vez, mostrou um avanço expressivo e subiu para as cinco primeiras posições.
As 5 cidades com maior demanda no padrão médio:
● São Paulo (SP) - Nota 0,797
● Curitiba (PR) - Nota 0,772
● Brasília (DF) - Nota 0,731
● Sorocaba (SP) - Nota 0,724
Padrão alto: renda familiar superior a R$24 mil
No segmento alto padrão, São Paulo segue na liderança, no entanto, Brasília subiu para a 3ª posição, se destacando pela oferta de imóveis de terceiros e novos lançamentos.
Sorocaba (mais uma vez) e Santo André também se destacam, com grande aumento na demanda por imóveis de luxo e expansão no mercado imobiliário de alto padrão.
As 5 cidades com maior demanda no padrão alto:
● Goiânia (GO) - Nota 0,790
● Brasília (DF) - Nota 0,767
● Fortaleza (CE) - Nota 0,719
● Florianópolis (SC) - Nota 0,681
A Gávea e o futuro do mercado imobiliário com a chegada do metrô

A Gávea, um dos bairros mais encantadores da Zona Sul do Rio de Janeiro, sempre foi valorizada pela sua tranquilidade e proximidade com a natureza.
Porém, até hoje, a falta de mobilidade urbana tem sido um desafio para o bairro. A boa notícia é que isso tudo está prestes a mudar com a chegada do metrô, que promete reestruturar o mercado imobiliário da região.
Com a estação do metrô Gávea, da Linha 4, em construção desde 2014, mas retomada só em 2023, a expectativa é que, até 2030, o bairro ganhe um novo capítulo na história da cidade.
A obra é vista como um divisor de águas para o mercado imobiliário local, com grandes incorporadoras de olho nas oportunidades que surgem ao redor da estação.
A região tem tudo para se tornar um polo de valorização, já que a ausência de metrô sempre foi um fator que limitou o crescimento do mercado imobiliário local, tornando a área menos acessível e mais difícil de ser explorada.
No entanto, com a proximidade da estação, o bairro tende a se integrar melhor à Zona Sul e à Barra da Tijuca, o que vai atrair novos investidores e moradores.
Potencial de valorização da Gávea com o metrô
Atualmente, o preço médio do metro quadrado no bairro carioca varia entre R$12 mil e R$14 mil para imóveis usados e entre R$20 mil e R$25 mil para lançamentos.
Mas com a chegada do metrô, o valor de mercado pode ser reprecificado, especialmente considerando os altos valores de bairros vizinhos como Ipanema e Leblon, que alcançam R$40 mil o metro quadrado.
Além disso, quando pensamos no perfil do mercado imobiliário da região, o bairro sempre teve duas faces: a juventude do Baixo Gávea, com sua vida noturna agitada, e as famílias tradicionais que moram em casas e condomínios na parte alta da região.
A chegada do metrô pode ampliar esse perfil, atraindo ainda mais jovens e investidores em busca de unidades menores e mais modernas
Dessa forma, a nova estação traz mais do que conveniência de transporte, ela pode se tornar uma potencial fonte de valorização para o mercado imobiliário local.
Inclusive, o processo de valorização imobiliária causado pela melhoria no acesso, não é nenhuma novidade na cidade e já foi vista em outras regiões da cidade como Ipanema e Leblon.
A conexão entre carros de luxo e imóveis de alto padrão no Brasil
Imagine um prédio projetado com geometrias aerodinâmicas e materiais como fibra de carbono e alumínio, inspirados no design de carros.
Se você acha que carros de luxo e imóveis não fazem parte do mesmo mundo, se prepare para mudar de ideia nos próximos minutos.
No mercado imobiliário de alto padrão, a combinação de design automobilístico e empreendimentos imobiliários tem sido uma das grandes apostas para agregar valor aos imóveis e atrair um público mais exigente.
Estudos mostram que a associação de marcas de luxo ao mercado imobiliário pode aumentar o valor dos imóveis em até 63% aqui na América Latina, bem acima da média global de 30%.
Quando juntamos isso à paixão dos brasileiros por carros com designs exclusivos, o impacto é ainda mais impressionante.
Em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, algumas incorporadoras já estão apostando em projetos imobiliários com assinatura de marcas automobilísticas, como a Pininfarina, famosa por desenhar carros para a Ferrari.
Esses empreendimentos de luxo estão sendo lançados com design inspirado nos carros esportivos, criando um diferencial que atrai investidores e compradores em busca de experiência, sofisticação e, claro, muita exclusividade.
Esse tipo de projeto não é exclusividade brasileira. Miami, conhecida por ser um mercado luxuoso e voltado para carros esportivos, é um ótimo exemplo de como o automobilismo e o mercado imobiliário de luxo se complementam.
Por lá, você encontra o Porsche Design Tower, com elevadores exclusivos para carros levarem os moradores direto aos apartamentos.
A lição que fica aqui é que o design automobilístico não é só uma questão de estética, mas uma estratégia para agregar valor.
Construção civil: empregos crescem, mas crédito enfrenta queda
A construção civil segue sendo um dos maiores geradores de emprego no Brasil, no entanto, vem enfrentando alguns desafios nos últimos meses quando o assunto é crédito para novos projetos.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou o balanço do 2º trimestre de 2025 e trouxe números positivos e negativos para o setor.
Isso quer dizer, que, o número de empregos formais no setor superou a marca histórica de 3 milhões, mas, por outro lado, o crédito à produção sofreu uma queda de 63%.
A alta da Taxa Selic continua sendo a grande vilã da história. Nos primeiros meses de 2025, o financiamento de novos imóveis caiu drasticamente, com uma retração de 62,9% no volume de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Ou seja, as construtoras estão enfrentando grandes dificuldades para obter recursos para novos empreendimentos.
Apesar da restrição no crédito, o setor tem se mostrado forte na geração de empregos. Só no primeiro semestre deste ano, foram criadas 149,2 mil novas vagas formais, com um aumento no número de jovens e trabalhadores qualificados ingressando no mercado.
47,7% das novas vagas foram ocupadas por pessoas entre 18 e 29 anos, e o salário médio de R$2.436 se manteve como o mais alto entre todos os setores.
Esses números mostram que, mesmo em um cenário de juros altos e crédito restrito, a construção civil segue sendo uma importante fonte de geração de empregos no país.
Embora o Índice de Confiança do Empresário da Construção tenha caído para 47,1 pontos em julho, a atividade do setor ainda mostra sinais de recuperação gradual.
A sondagem da indústria indicou que, apesar da desaceleração, o setor continua com um bom nível de utilização da capacidade instalada, com média de 67% no semestre.
Esse aumento no índice de atividade é atribuído à manutenção de lançamentos anteriores e a um aumento nas vendas de materiais como o cimento, com crescimento de 3,5% em relação ao ano passado.
A CBIC manteve sua projeção de crescimento de 2,3% para 2025, mas alertou que as expectativas para novos empreendimentos caíram para o segundo menor patamar do ano.
Cidades brasileiras registram aumento nos preços dos imóveis em julho

Os preços dos imóveis residenciais no Brasil continuam em alta e, em julho de 2025, os valores de venda subiram 0,58%, superando o aumento de junho, que foi de 0,45%.
A valorização acumulada no ano chegou a 3,93%, enquanto, nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 7,31%, conforme dados do Índice FipeZAP.
Esses números ficaram acima da inflação, que ficou em 5,30%, e também do IGP-M, o índice tradicional de aluguel, que subiu apenas 2,96%.
Os imóveis de três dormitórios foram os mais valorizados em julho, com alta de 0,69%. Já as unidades de quatro ou mais dormitórios tiveram o menor aumento, com 0,36%.
Quando olhamos o recorte de 12 meses, as unidades de um dormitório lideram com alta de 8,54%, mostrando que apartamentos menores continuam sendo bastante procurados nas grandes cidades.
Capitais como Vitória, Salvador e João Pessoa se destacam com valorização de 23,90%, 19,27% e 17,03% respectivamente. Por outro lado, Brasília e Goiânia apresentaram os menores aumentos, com 2,06% e 3,39%, respectivamente.
O preço médio nacional de venda atingiu R$9.375 por metro quadrado, com Vitória sendo a cidade mais cara, com R$14.031 por metro quadrado.
Outras cidades, como Florianópolis (R$12.420/m²) e São Paulo (R$11.671/m²), também estão no topo do ranking.
Já no mercado de aluguel, os preços também continuam subindo, mas a alta está desacelerando.
Em junho, o aumento foi de 0,51%, abaixo dos meses anteriores. No primeiro semestre, os aluguéis acumularam 5,66% de alta, acima da inflação.
Nos últimos 12 meses, os aluguéis subiram 11,02%, sendo que unidades de um dormitório tiveram a maior valorização, com 11,91%.
Cidades como Belém (+19,85%), Porto Alegre (+18,75%) e Fortaleza (+16,84%) lideraram os aumentos. No entanto, Brasília foi uma exceção, com recuo de 1,54% nos preços.
A valorização dos imóveis deve continuar, mas com uma alta moderada tanto para compra quanto para locação. A demanda por unidades menores, bem localizadas e com boa infraestrutura de serviços segue sendo o principal motor desse crescimento.
Para os investidores, o cenário exige cautela, já que a rentabilidade do aluguel pode perder atratividade frente a outros ativos financeiros, principalmente se os juros continuarem elevados.
No entanto, com a possível redução da Selic, o mercado imobiliário pode ganhar mais força no futuro, especialmente em cidades com alta demanda e boa liquidez.
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