Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida recebe 130 mil novas unidades

Corretora de imóveis entregando chaves de imóveis do Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida.

Como de costume, o mercado imobiliário está agitado, com novidades e desafios que estão impactando o globo terrestre de ponta a ponta. 

No Brasil, o governo anunciou uma nova seleção de imóveis para o programa Minha Casa, Minha Vida, que visa ajudar famílias de baixa renda a conquistarem o sonho da casa própria. 

Enquanto isso, do outro lado do mundo, a China vive uma crise com imóveis desocupados e preços em queda, um reflexo do desaquecimento do mercado local. 

De volta ao solo brasileiro, a inadimplência nos condomínios está batendo recorde, e os síndicos estão se virando para lidar com essa pressão. 

E se você pensou que a crise imobiliária estava restrita à China e ao Brasil, a Espanha também entrou na jogada: o governo local mandou retirar mais de 60 mil anúncios do Airbnb, combatendo o impacto do turismo no mercado de moradia. 

No meio disso tudo, boas notícias para o mercado brasileiro: os lançamentos imobiliários cresceram 27,8% nos últimos 12 meses, mostrando que a confiança no setor ainda está em alta. 

Neste artigo, vamos saber mais sobre essas e outras novidades e entender o que está por trás desses números que estão mexendo com o mercado imobiliário nas últimas semanas. 

Assuntos que você irá encontrar: 

Governo anuncia nova seleção de imóveis para o Minha Casa, Minha Vida

Em um comunicado feito na última semana, o ministro das Cidades, Jader Filho, anunciou uma nova seleção de imóveis para o Minha Casa, Minha Vida. Serão 130 mil unidades habitacionais para a Faixa 1 do programa

O valor máximo dos apartamentos no segmento também subiu de R$170 mil para R$180 mil. Já para imóveis da região Norte do país, o valor poderá chegar a R$193 mil.

O ministro destacou que esse avanço no programa visa atender tanto os estados quanto os municípios e as empresas interessadas em construir as unidades. 

As mudanças iniciaram no dia 28 de maio e as novas unidades serão distribuídas com base no tamanho dos municípios. 

Serão destinadas 20 mil moradias para municípios com menos de 50 mil habitantes e 110 mil para os municípios com maior população.

Para aqueles municípios com mais de 50 mil habitantes, a ideia é criar uma fila de projetos, com prioridade para aqueles que estiverem mais avançados no processo de construção. 

Dessa forma, a medida visa otimizar o andamento dos empreendimentos e acelerar a entrega das moradias.

Além disso, durante o anúncio, Jader Filho também revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliará a meta do programa Minha Casa, Minha Vida de 2 milhões para 3 milhões de moradias durante seu mandato

Com a meta de 1,5 milhão de moradias já alcançadas, o novo objetivo busca expandir ainda mais a oferta de moradias para famílias de baixa renda.

Ainda, o ministro comentou sobre o novo programa de crédito imobiliário para reformas de moradias anunciado pelo presidente. 

Embora o programa tenha sido mencionado, ainda não há uma data oficial para o seu lançamento, e Jader Filho aguarda novos ajustes para definir os detalhes do projeto.

China sofre com número de imóveis desocupados e queda nos preços

Imagem da Muralha da China, no distrito de Huairou, na China.

Nos últimos anos, a China vem enfrentando um grave problema no setor imobiliário, com milhões de imóveis desocupados e uma queda significativa nos preços das propriedades. 

Em várias regiões, bairros inteiros, construídos durante o auge do boom imobiliário, permanecem com baixa ocupação. 

Com esse cenário, questões sobre os desequilíbrios entre a urbanização e o papel da habitação no desenvolvimento econômico do país passaram a ser levantadas.

De acordo com o site Business Insider, cerca de 65 milhões de residências estão desocupadas na China, resultado de um mercado em crise. 

Além disso, a baixa confiança dos compradores, o alto endividamento das incorporadoras e uma desaceleração econômica acentuam ainda mais o problema. 

Esse fenômeno é um reflexo da falta de demanda, com muitas construções realizadas sem planejamento de longo prazo

Dessa forma, isso gerou as chamadas "cidades fantasmas", com áreas urbanas, grandes avenidas e prédios novos praticamente vazios.

Queda nos preços e pé no freio de investimentos

Após décadas de crescimento acelerado, o setor imobiliário chinês entrou em crise em 2021, levando o governo a implementar várias medidas de estímulo. 

No entanto, esses esforços não foram suficientes para sustentar o mercado. A pesquisa da Reuters, agência de notícias internacional, indica que os preços dos imóveis no país devem cair 4,8% em 2025, uma revisão em relação à previsão anterior de 2,5%. 

Ainda, a retração nas vendas e investimentos deve continuar, com um recuo de 5% nas vendas e uma redução de 8,4% nos investimentos em 2025.

Desafios demográficos e desequilíbrios demográficos

A crise imobiliária da China é agravada pela guerra comercial com os Estados Unidos, o que adiciona mais incertezas ao cenário econômico. 

A superabundância de imóveis e a diminuição da população urbana ativa causam grandes desequilíbrios. Além disso, a desaceleração do consumo e a redução no crescimento populacional tornam ainda mais difícil a ocupação desses imóveis.

Embora o governo chinês tenha sinalizado a intenção de transformar alguns desses imóveis em moradias acessíveis ou centros comunitários, as iniciativas ainda são isoladas e não têm conseguido alterar significativamente os índices de desocupação.

Em um esforço para reverter a situação, algumas autoridades locais têm adquirido terrenos para aliviar a pressão sobre as incorporadoras e garantir a continuidade de projetos em andamento. 

No entanto, a escassez de recursos e a dificuldade em revitalizar áreas desocupadas ainda representam grandes obstáculos.

Inadimplência nos condomínios bate recorde histórico

A inadimplência em condomínios atingiu recorde histórico de protestos em 2024. 

De acordo com o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil (IEPTB), o número de dívidas condominiais levadas aos cartórios saltou de 4.885 em 2020 para 15.320 em 2024, um crescimento de mais de 200% em cinco anos. 

Só no primeiro trimestre de 2025, já foram registrados 6.266 novos protestos, indicando que os números devem continuar a crescer.

A prática foi a saída de síndicos e administradoras de imóveis para lidar com os condôminos inadimplentes devido à alta taxa de recuperação dos valores protestados, segundo a pesquisa.

Em 2024, dos R$29,6 milhões em dívidas levadas aos cartórios do país, R$7 milhões foram pagos pelos devedores, um índice de efetividade de 25,2%. 

O não pagamento da cota de condomínio pode gerar multas de 2% e juros de 1% ao mês, além do risco de o proprietário perder o imóvel, caso a dívida seja judicializada e levada a leilão. 

O protesto pode ser feito sem necessidade de aprovação prévia em assembleia, bastando que o síndico ou a administradora forneçam a documentação necessária, como a ata de eleição do síndico e os dados do condômino inadimplente.

Como funciona a cota condominial?

A cota condominial é essencial para o funcionamento do condomínio e é definida anualmente durante a assembleia, com base no orçamento do prédio. 

Existem dois tipos de cotas: a ordinária, que cobre as despesas regulares como salários de funcionários e manutenção, e a extraordinária, que cobre reformas e outras despesas não previstas.

A inadimplência afeta diretamente a qualidade dos serviços prestados e pode gerar aumentos nas contribuições dos moradores adimplentes ou até redução na qualidade dos serviços.

O atraso da cota condominial pode representar um grande prejuízo para os condomínios. 

Segundo um levantamento feito por um líder do setor, esse impacto é estimado em cerca de R$7 bilhões por ano. 

Em março de 2025, por exemplo, a inadimplência nacional atingiu 6,80%, o maior índice dos últimos dez meses, com mais de 4,2 milhões de imóveis com boletos vencidos por mais de 90 dias.

Governo da Espanha ordena retirada de mais de 60 mil anúncios no Airbnb

Imagem da bandeira da Espanha.

No começo da última semana, o governo da Espanha intensificou a luta contra o aluguel de curta duração, exigindo a remoção de quase 66 mil anúncios de imóveis do Airbnb

A medida foi tomada em resposta à crescente crise habitacional, que afeta diversas regiões do país, especialmente nas grandes cidades como Barcelona e Madri. 

Em nota oficial, o governo afirma que esses anúncios violam a legislação local por não possuírem as licenças necessárias ou apresentarem números falsos de registro.

A plataforma, por sua vez, recorreu da decisão na Justiça, com a empresa alegando que a escassez de imóveis é a verdadeira causa da crise habitacional. 

O Airbnb argumenta que, embora as medidas restritivas, como as implementadas em cidades como Barcelona, não resolvam a falta de moradia, a construção de mais imóveis seria a solução para o problema.

A ação é uma tentativa do governo de equilibrar os interesses econômicos e o direito à moradia, buscando combater o impacto dos imóveis de aluguel de curta duração, que têm contribuído para o aumento dos preços e a expulsão de famílias de suas casas. 

Em algumas regiões da Espanha, como a Catalunha, o governo tem feito esforços para transformar imóveis destinados ao aluguel turístico em moradias de longo prazo, o que deve ajudar a controlar os preços de aluguel.

Além disso, o governo está implementando um plano para a construção de moradias acessíveis e para conter os investimentos imobiliários estrangeiros, que têm pressionado ainda mais o mercado. 

A crise na Espanha também reflete um fenômeno observado em outras cidades europeias, onde o aumento do turismo e a alta demanda por aluguel de curta duração têm afetado o equilíbrio entre o setor imobiliário e as necessidades habitacionais da população.

A medida, que inclui a remoção de 5.800 anúncios inicialmente, visa corrigir essa distorção no mercado imobiliário e contribuir para a oferta de moradia mais acessível no país.

Lançamentos imobiliários cresceram 27,8% em 12 meses

O mercado imobiliário brasileiro vem mantendo uma trajetória positiva no ano de 2025, com um bom desempenho nos lançamentos e vendas de imóveis residenciais novos. 

De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os lançamentos de imóveis cresceram 27,8% em comparação ao ano anterior, enquanto o valor total dos lançamentos aumentou ainda mais, com uma alta de 28,4%.

As vendas também seguiram em ritmo forte, registrando um aumento de 12,3% no valor total vendido e um crescimento de 8,8% no número de unidades comercializadas no acumulado de 12 meses encerrados em fevereiro deste ano.

Em relação aos estoques, o segmento de médio e alto padrão se manteve estável, com uma oferta de 14 meses para escoamento. 

Esse nível está dentro da faixa considerada saudável, entre 11 e 14 meses, o que reflete um equilíbrio crescente entre oferta e demanda. 

A redução contínua nos estoques de 2023 a 2024 é um sinal de amadurecimento do mercado e de maior assertividade nos lançamentos.

Minha Casa, Minha Vida mantém bom desempenho

O segmento do MCMV também apresentou resultados positivos, com uma duração média da oferta de 11,6 meses, dentro da faixa ideal de 8 a 12 meses

Ou seja, isso indica que o segmento popular segue com um bom ritmo de vendas, mantendo um estoque ajustado à demanda e garantindo o acesso à moradia para famílias de menor renda.

Esses resultados são um reflexo da solidez do setor imobiliário brasileiro, que tem respondido bem à demanda por habitação em todas as faixas de renda. 

Segundo o presidente da Abrainc, Luiz França, para sustentar esse crescimento, é fundamental garantir condições estruturais favoráveis, como a redução da taxa de juros, novas fontes de financiamento e a preservação dos recursos do FGTS. 

Assim, esses fatores serão essenciais para manter o ciclo positivo e o dinamismo do mercado nos próximos anos.

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