Lançamentos de imóveis sem vaga de garagem disparam em São Paulo

Homem colocando caixas no porta-malas do seu carro em sua vaga de garagem.

O mercado imobiliário brasileiro segue se reinventando e, com ele, surgem novas tendências que impactam tanto os investidores quanto os consumidores. 

Se você é corretor, gestor imobiliário ou simplesmente acompanha o setor, é bom ficar atento às atualizações que podem mudar o cenário de lançamentos, financiamentos e reabilitação de terrenos.

Recentemente, a Caixa trouxe uma novidade para quem está de olho na casa própria: um seguro que quita as parcelas do financiamento imobiliário em caso de desemprego

Além disso, a escassez de terrenos urbanos tem levado o mercado a explorar alternativas, como a recuperação de terrenos descontaminados, que agora se tornaram uma solução viável para novos empreendimentos.

Outro grande destaque é o programa Minha Casa, Minha Vida, que continua ganhando força em São Paulo, com quase 60% dos lançamentos no estado, mesmo em um cenário econômico desafiador. 

E, para quem pensa que a falta de espaço é um obstáculo, a mudança no Plano Diretor de São Paulo está permitindo que imóveis sem vagas de garagem se tornem mais atrativos.

Continue lendo para entender como essas mudanças afetam o mercado imobiliário e como você pode aproveitar essas oportunidades.

Assuntos que você irá encontrar:

Caixa lança seguro que quita parcelas em caso de desemprego

A Caixa Seguridade acaba de lançar um seguro pensado para quem quer mais segurança ao realizar o sonho da casa própria. 

O produto pode ser contratado por quem já tem um financiamento habitacional ativo na Caixa ou no momento de fechar um novo contrato.

Com indenização mensal de até R$5 mil por parcela e limite de seis mensalidades, o seguro oferece proteção para financiamentos com valores segurados que variam entre R$20 mil e R$2 milhões, dependendo do plano escolhido.

Para celetistas, a cobertura contempla casos de desemprego involuntário, desde que o vínculo com o empregador tenha duração mínima de 12 meses, respeitando as carências e condições gerais do produto. 

Já os autônomos podem acionar o seguro em situações de incapacidade física temporária causada por acidente ou doença, com carência de seis meses e franquia de 30 dias.

Além da proteção da renda, o seguro inclui cobertura em caso de morte acidental e serviços de assistência, como apoio jurídico para inventário, personal organizer e assistência funeral.

O produto promete ampliar a proteção aos clientes que contratam financiamento imobiliário, além de tornar o serviço mais acessível e democrático.  

Terrenos descontaminados como solução para falta de espaço urbano

A escassez de terrenos urbanos faz com que áreas antes consideradas inviáveis voltem ao radar do mercado imobiliário. 

Terrenos contaminados, que já foram entrave para construções, hoje representam uma oportunidade para incorporadoras e empresas de logística em busca de espaço estratégico.

Historicamente, a atividade industrial é a principal responsável pela contaminação do solo e da água subterrânea em ambientes urbanos.

No Estado de São Paulo, a Cetesb possui 7,5 mil áreas contaminadas cadastradas, das quais 2,5 mil já passaram por algum processo de remediação. 

Em São Paulo capital, 41% das 2,8 mil áreas registradas como contaminadas já foram recuperadas, e o setor imobiliário é protagonista nesse movimento, responsável por 64% das reabilitações.

Para agilizar esses processos, a Cetesb lançou recentemente uma nova edição do manual sobre descontaminação do solo, a primeira revisão desde 2001. 

O objetivo é tornar mais objetivos os procedimentos de remediação e reduzir o tempo de aprovação dos planos, que hoje pode ser de até 60 dias, muito abaixo da média de nove meses de anos atrás.

Para construir em terrenos contaminados não é necessário eliminar todos os poluentes, mas atingir os padrões mínimos exigidos para cada tipo de ocupação, seguindo normas da Cetesb e a federal Conama nº 420. 

Em muitos casos, a água subterrânea contaminada não pode ser usada, mas a construção é liberada, desde que essa restrição seja registrada na matrícula do imóvel e na convenção do condomínio.

Além disso, o uso comercial das áreas é menos restritivo que o residencial, o que abre mais oportunidades de negócio. 

Antes de comprar o terreno, a contaminação é avaliada e o custo da remediação entra na negociação como desconto. 

Como é feita a descontaminação dos terrenos?

O custo da descontaminação varia bastante, podendo ir de R$300 mil a R$8 milhões, dependendo do tamanho do terreno e da complexidade da remediação.

O processo de descontaminação pode ser complexo, especialmente quando envolve o lençol freático, mas hoje existem técnicas para tratar quase todo tipo de poluente, como hidrocarbonetos e organoclorados. 

Com a evolução da legislação ambiental e das técnicas de remediação, o interesse do mercado por esses terrenos só tende a crescer.

Como recuperar valores pagos a mais em imóveis acima de R$400 mil

Imagem de uma família na frente do seu imóvel novo.

Se você comprou ou vendeu um imóvel na planta acima de R$400 mil, é importante conhecer um direito pouco divulgado, mas que pode trazer uma recuperação financeira significativa. 

Muitas incorporadoras ainda aplicam correção monetária de forma indevida sobre os contratos desse tipo de imóvel.

Dessa forma, a Justiça tem reconhecido que práticas como simular prazos irreais para cobrar o INCC mensalmente são ilegais, abrindo caminho para revisão contratual, recálculo das parcelas e devolução em dobro dos valores cobrados a mais.

Para contratos na planta, o INCC é o índice oficial de correção monetária. Pela legislação, sua aplicação deve ser:

  • Mensal, apenas em contratos com prazo superior a 36 meses;
  • Anual, em contratos com prazo inferior.

O consumidor que tiver sido cobrado indevidamente pode ter direito a recuperar até 15% do valor total pago.

Ao lidar com contratos de imóveis na planta, fique atento aos termos de correção monetária e, quando necessário, indique que o cliente busque assessoria jurídica especializada. 

Estar por dentro desse direito ajuda a proteger seus clientes e a consolidar sua reputação no setor imobiliário.

Minha Casa, Minha Vida domina São Paulo com quase 60% dos lançamentos

O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) vem mostrando força em São Paulo mesmo diante de juros altos, inflação e queda nos financiamentos para construtoras. 

No segundo trimestre de 2025, os lançamentos cresceram 11,7%, totalizando 17.911 unidades, e o VGV chegou a R$5,1 bilhões, contra R$4,2 bilhões em 2024, segundo a Brain Inteligência Estratégica.

As vendas dispararam, sendo 19.354 unidades comercializadas entre abril e junho, alta de 74% em relação ao mesmo período do ano passado. 

Hoje, o programa representa quase 60% dos lançamentos e mais da metade das vendas na capital paulista.

Três fatores explicam a força do MCMV em São Paulo:

Política habitacional favorável: há quase dez anos, incentivos permitem construir mais nos terrenos e usar o valor de outorga como subsídio.

Reestruturação de preços: ajustes do governo federal em 2023 aumentaram o potencial de oferta nas últimas temporadas.

FGTS turbinado: os recursos destinados ao programa saltaram de R$50–55 bilhões para cerca de R$130 bilhões, ampliando o acesso das famílias aos imóveis.

O cenário positivo é reforçado pelo aumento da renda, redução do desemprego e subsídios que minimizam o impacto da taxa de juros, além da contribuição estadual de até R$30 mil para entrada do financiamento.

Além disso, alguns bairros se destacam, sendo eles:

  • Santo Amaro (zona sul) liderou a valorização do preço por metro quadrado, com aumento de 36,9% no último ano, graças à melhor localização e imóveis voltados à faixa 3 do programa.
  • Mooca (zona leste) registrou 2.637 lançamentos no primeiro semestre.
  • Lapa, Butantã e Barra Funda (zona oeste) também se destacam pelo potencial construtivo e renda média adequada para o MCMV.

O mercado ainda tem muito espaço para crescer em 2025 e 2026, já que a demanda supera a capacidade de produção. 

O desafio, no entanto, é o aumento de custos com unidades de dois quartos com 34 a 35m², visto que qualquer alta no valor de construção impacta diretamente o preço final dos imóveis.

Lançamentos de imóveis sem vaga de garagem disparam em São Paulo

O número de imóveis sem vagas de garagem em São Paulo mais do que dobrou neste ano, de acordo com dados do Secovi-SP. 

Nos primeiros sete meses de 2025, o número de unidades entregues sem vaga passou de 6.500 para impressionantes 15.600.

Em 2024, cerca de 43% dos empreendimentos lançados na capital paulista já não ofereciam vagas de garagem. E essa tendência se intensifica em imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida, onde 78% dos lançamentos estão nessa configuração.

Uma das razões para esse aumento é a revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade, que, desde 2023, permite que unidades de até 30 m² sejam lançadas sem a necessidade de garagem

No plano anterior, aprovado em 2002, imóveis de até 200 m² eram obrigados a ter, pelo menos, uma vaga de garagem.

Menor metragem, menor necessidade de garagem

Embora esses apartamentos custem de R$10 mil a R$30 mil a menos por metro quadrado, a decisão por imóveis sem vaga não está diretamente ligada ao preço e o comportamento do mercado consumidor é o fator que mais influencia essa escolha. 

Esses imóveis costumam ter metragem enxuta e estar localizados perto de eixos de transporte público, como é o caso dos novos lançamentos na Rua Frei Caneca, no centro de São Paulo. 

Assim, a ausência de garagem acaba sendo um reflexo dessa proximidade com transporte público, onde os moradores não sentem a necessidade de ter um carro.

Com isso, a cidade busca otimizar o uso do solo e tornar os bairros mais acessíveis para quem depende de transporte coletivo.

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