Tributação das LCIs pode encarecer o crédito imobiliário

Corretora de imóveis falando sobre nova tributação das LCIs e o impacto no crédito imobiliário.

Com a possível tributação das LCIs em 7,5%, prevista na MP 1303, o crédito imobiliário pode ficar mais caro e menos acessível para os brasileiros, afastando ainda mais a possibilidade de adquirir a tão sonhada casa própria. 

A medida, que ainda está em análise no Congresso, deve reduzir a atratividade desses títulos para investidores e, como consequência, limitar a oferta de recursos destinados ao financiamento habitacional. 

Ou seja, esse cenário pode resultar em juros mais altos e em um ritmo mais lento para novos negócios no setor.

Para quem atua no mercado imobiliário, a mudança merece atenção. Afinal, as LCIs representam hoje uma das principais fontes de captação para o crédito habitacional no país.

Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que muda com a nova tributação, quais os possíveis impactos no financiamento e como essa discussão pode afetar o futuro do mercado imobiliário brasileiro.

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Tributação das LCIs pode elevar custos do financiamento imobiliário

A proposta de taxar em 7,5% o rendimento de letras de crédito do agronegócio (LCA) e do setor imobiliário (LCI), incluída na Medida Provisória 1303 e editada pelo governo como alternativa à cobrança do IOF, disparou um alerta para os profissionais que atuam nesses mercados.

Esses títulos sempre foram isentos de imposto de renda e, justamente por isso, se tornaram uma das principais formas de captação de recursos para financiamentos habitacionais.

Se essa tributação for aprovada, o apelo das LCIs deve cair, o que significa menos oferta de crédito e juros mais altos para quem depende do financiamento para comprar um imóvel.

Em agosto de 2025, o saldo desse tipo de título já somava R$491 bilhões, equivalente a 64% de todo o saldo da poupança. Na prática, isso mostra que boa parte dos financiamentos imobiliários hoje depende diretamente das LCIs.

Com a nova taxação, o risco é que os bancos emitam menos desses papéis, o que pode restringir a oferta de crédito e tornar mais difícil para famílias brasileiras realizarem o sonho da casa própria.

Além disso, a medida pode gerar uma série de efeitos que vão além dos financiamentos, como por exemplo:

  • Financiamentos mais caros, já que os bancos terão menos recursos para emprestar;
  • Oferta de crédito reduzida, com menos emissão de LCIs;
  • Desaceleração no setor imobiliário, que depende de crédito acessível para girar a economia e gerar empregos.

Ou seja, o impacto não atinge apenas compradores de imóveis, mas todo o ecossistema do mercado imobiliário.

Durante as negociações no Congresso, alguns instrumentos de crédito conseguiram manter a isenção

É o caso dos CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e dos CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), bastante usados por incorporadoras, construtoras e pelo agronegócio.

Esses papéis ficaram de fora justamente porque são considerados essenciais para setores que já enfrentam custos elevados de financiamento fora do sistema bancário.

Vale lembrar que a MP 1303 ainda está em análise no Congresso e precisa ser votada até 8 de outubro de 2025. 

Até lá, governo, parlamentares e entidades do setor seguem negociando ajustes para equilibrar a necessidade de arrecadação com o impacto sobre o crédito imobiliário.

Déficit habitacional do Brasil atinge menor nível em 10 anos

O déficit habitacional brasileiro chegou ao menor patamar da última década, caindo de 10,2% em 2009 para 7,6% em 2023

O dado foi apresentado na última quarta-feira (24) pelo ministro das Cidades, Jader Filho, durante um evento promovido pela ONU-Habitat e pelo presidente do Quênia, William Ruto, em Nova York.

Segundo o ministro, a melhora é resultado direto da retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, que tem como meta contratar 3 milhões de moradias até 2026. 

O encontro “Café da Manhã Presidencial dos Campeões Globais Pela Habitação Adequada para Todos” reuniu autoridades globais para discutir políticas habitacionais integradas à resiliência climática, à proteção social e à regeneração urbana.

O Minha Casa, Minha Vida foi apresentado como um dos exemplos de solução para democratizar o acesso à moradia. 

O programa oferece condições especiais de financiamento, com juros mais baixos, prazos longos de pagamento e subsídio do Governo Federal para a entrada. Hoje, mais de 30% dos contratos atendem famílias com renda entre R$2.700 e R$4.800.

Além do acesso à moradia, o ministro destacou iniciativas voltadas ao combate das moradias inadequadas. 

Ao presidente do Quênia, ele apresentou os investimentos previstos pelo Novo PAC, que destinará R$10,2 bilhões até 2026 para a urbanização e regularização fundiária de favelas e assentamentos informais.

Jardim Botânico: o bairro que virou desejo na Zona Sul do Rio

Imagem do bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.

O Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio de Janeiro, vive um boom na procura por imóveis residenciais nos últimos anos.

Com seu ar residencial cercado de verde e, ao mesmo tempo, próximo a pontos estratégicos da cidade, o bairro se tornou um dos endereços mais desejados da região.

No entanto, ao contrário de outras áreas, esse movimento não aparece nos números oficiais. 

A escassez de terrenos impede novos lançamentos formais e faz com que as negociações ocorram em um mercado paralelo, baseado em reformas, demolições e projetos exclusivos vendidos diretamente a clientes de alto padrão.

Segundo o Secovi-RJ, não há lançamentos formais no Jardim Botânico desde 2023. Para atender a demanda, incorporadoras e investidores apostam em projetos pontuais.

Um exemplo é o condomínio fechado de seis casas que será construído na Rua Pacheco Leão, em um terreno que abrigava um antigo estúdio da Globo. 

O empreendimento, desenvolvido pela Fator Realty em parceria com a BSJ, deve gerar um VGV estimado em R$60 milhões.

Criado em torno do jardim fundado por D. João VI em 1808, o bairro cresceu com uma forte identidade cultural e paisagística. 

A localização também é estratégica: de um lado, a Lagoa Rodrigo de Freitas e de outro, a Floresta da Tijuca, com trilhas que levam à Vista Chinesa e ao Cristo Redentor. 

Além disso, o Jardim Botânico é um dos poucos bairros da Zona Sul que preservam a horizontalidade, com ruas inteiras formadas por casas, árvores e muros baixos.

Quanto custa morar no Jardim Botânico?

O metro quadrado das casas varia entre R$18 mil e R$22 mil, abaixo de bairros como a Urca (R$30 mil) ou Jardim Pernambuco (mais de R$35 mil).

Casas antigas podem custar entre R$3 milhões e R$4 milhões. Após reformas, alcançam valores entre R$7 milhões e R$12 milhões, dependendo do tamanho e da localização.

Essa alta na procura de imóveis na região existe devido a uma demanda reprimida de famílias que não querem ir para a Barra e não conseguem arcar com os valores do Leblon. 

Ou seja, o Jardim Botânico virou um ponto de equilíbrio para essas famílias.

Outro fator que valoriza o bairro é a segurança. Com acessos limitados, especialmente no Alto, e forte atuação das associações de moradores, a região transmite a sensação de um bairro controlado e protegido.

A infraestrutura completa também reforça esse apelo, com escolas tradicionais, hospitais de referência e a proximidade de shoppings como Leblon e Gávea.

MP aciona Justiça para recuperar imóvel histórico de Machado de Assis

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou com uma ação civil pública para conter a degradação de um sobrado localizado na Rua dos Andradas, 147, no centro da cidade. 

O imóvel tem valor histórico por ter sido residência de Machado de Assis entre 1869 e 1871, período em que o escritor publicou seu primeiro romance, Ressurreição.

A iniciativa, movida pela Primeira Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural, pede a restauração integral da fachada, cobertura e volumetria do edifício.

Segundo o MP, o atual proprietário utiliza o terreno como estacionamento rotativo, o que tem acelerado o processo de descaracterização e abandono. 

Por isso, tanto o dono do imóvel quanto a Prefeitura do Rio foram citados na ação, devendo adotar medidas emergenciais para garantir a segurança estrutural, limpeza, guarda e conservação do espaço.

A antiga casa de Machado de Assis é reconhecida como Área de Proteção do Ambiente Cultural (Apac) e foi tombada por decreto municipal. 

A proteção legal reforça a necessidade de preservar o prédio, que integra o conjunto arquitetônico e cultural do centro da cidade.

A ação civil será julgada pela 15ª Vara de Fazenda Pública da Capital. Caso haja descumprimento da decisão judicial, o MP solicita que seja aplicada uma multa diária de R$10 mil tanto para a prefeitura quanto para o proprietário do imóvel.

Prefeitura do RJ prepara pacote de incentivos para a Zona Norte

Após quase quatro anos com o Reviver Centro, a Prefeitura da capital carioca prepara uma versão do programa voltada para a Zona Norte, começando por Bonsucesso e, gradualmente, alcançando outros 13 bairros.

Enquanto no Centro o foco foram os retrofits de edifícios comerciais, a Zona Norte deve atrair construtoras interessadas em terrenos, galpões e áreas subutilizadas, com potencial de virar moradias e empreendimentos mistos.

O pacote de medidas prevê até 14 mil novas unidades habitacionais, apoiadas por incentivos como:
● Ampliação do potencial construtivo e do gabarito;
● Isenção de contrapartidas financeiras;
● Desapropriações por hasta pública para reaproveitar imóveis abandonados.

Esses estímulos reduzem barreiras de entrada e podem acelerar a chegada de construtoras que, até então, não tinham a região no radar.

Diferença de preços e potencial de valorização

Enquanto o preço médio do metro quadrado no Rio gira em torno de R$10 mil, em Bonsucesso ele é de apenas R$3 mil. Essa diferença reforça o potencial de valorização da região com a chegada do Reviver Zona Norte.

No Centro, por exemplo, os imóveis valorizaram 30,7% em apenas 12 meses após o início do programa, segundo o QuintoAndar. Já a Ademi-RJ projeta que a população residente no Centro pode dobrar até 2027.

Além da habitação, a proposta inclui projetos de reurbanização de vias como a Avenida Paris, criação de polos tecnológicos de baixo custo, áreas verdes e corredores arborizados ao longo da Transcarioca

O destaque, no entanto, é a habitação social ao longo da Avenida Brasil, considerada peça-chave para reverter a lógica de ocupação da região.

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