
Se você trabalha no mercado imobiliário, seja diretamente na corretagem ou na gestão, com certeza já deve ter ouvido falar em memorial descritivo, certo?
Mas vamos ser sinceros, e apesar de ser um documento essencial para as construções, principalmente para lançamentos, ele ainda gera muitas dúvidas.
Afinal, o que exatamente é um memorial descritivo? Por que ele é tão importante para quem vende, compra ou administra imóveis? E, principalmente, como interpretá-lo de forma clara e segura para orientar seus clientes com propriedade?
A verdade é que o memorial descritivo não é um papel qualquer. Ele traz todas as especificações técnicas de um imóvel.
É como se fosse um “raio-x” da obra, e entender esse documento pode ser o diferencial entre uma venda bem-feita e um pós-venda cheio de dores de cabeça.
Neste artigo, vamos te mostrar tudo o que você precisa saber sobre memorial descritivo, com foco no que realmente importa para o seu dia a dia como profissional do mercado imobiliário.
Assuntos que você irá encontrar:
- O que é memorial descritivo?
- Para que serve o memorial descritivo?
- Por que o memorial descritivo importa para o mercado imobiliário?
- Como fazer um memorial descritivo?
O que é memorial descritivo?
O memorial descritivo é um documento técnico e legal que reúne, de forma detalhada, todas as informações sobre os materiais, acabamentos, técnicas construtivas e instalações previstas para um imóvel, seja ele residencial, comercial ou corporativo.
Ele funciona como um “manual” da construção, mostrando exatamente o que será entregue ao comprador, ambiente por ambiente.
Do tipo de piso e tinta às esquadrias, louças sanitárias, revestimentos, metais, tomadas e pontos de iluminação, tudo isso costuma estar registrado no memorial descritivo.
Além de proteger o consumidor, esse documento também garante segurança jurídica para a construtora e para os corretores que participam da venda.
Afinal, ele é uma declaração legal que pode ser usada em caso de divergência entre o que foi prometido e o que foi entregue.
Para que serve o memorial descritivo?
Como dito acima, o memorial descritivo serve como um documento-guia que detalha tudo o que será entregue em um imóvel.
Mas sua função vai muito além de uma lista técnica, visto que ele é uma peça-chave para dar segurança, clareza e respaldo legal em todas as etapas da venda.
Para corretores e gestores imobiliários, entender bem para que serve o memorial descritivo é fundamental.
Confira as principais finalidades do memorial descritivo no mercado imobiliário:
1. Garantir transparência na negociação
O memorial descritivo mostra exatamente o que será entregue, evitando promessas vagas ou genéricas.
Isso ajuda o cliente a tomar uma decisão mais segura e informada, e reforça a confiança no profissional de vendas.
2. Servir como documento jurídico
Como o memorial descritivo tem validade legal, ele pode ser usado como referência em caso de divergências entre o que foi prometido e o que foi entregue.
Para o cliente, é uma forma de proteção, já para a construtora e os profissionais envolvidos, é uma forma de se resguardar.
3. Apoiar a atuação do corretor
Com um memorial em mãos, o corretor consegue explicar melhor as características técnicas do imóvel, esclarecer dúvidas comuns e evitar interpretações equivocadas sobre acabamentos, materiais ou diferenciais do empreendimento.
4. Contribuir com a entrega e o pós-venda
Durante a entrega do imóvel, o memorial serve como base para conferir se o que está sendo entregue está de acordo com o previsto.
Além disso, ele também ajuda a reduzir conflitos no pós-venda, já que tudo foi especificado com antecedência.
5. Elevar o nível da experiência de compra
Quando o memorial é bem elaborado e utilizado corretamente, ele contribui para uma jornada de compra que fortalece a imagem da construtora e dos corretores envolvidos.
Por que o memorial descritivo importa para o mercado imobiliário?

Para muitos profissionais do mercado imobiliário, o memorial descritivo ainda é visto como um documento técnico de áreas da engenharia ou apenas um anexo burocrático do projeto.
No entanto, na prática, ele pode (e deve) ser uma ferramenta estratégica para corretores e gestores.
Entender bem o memorial descritivo é o que diferencia o profissional que apenas “mostra o imóvel” daquele que atua de forma consultiva, gerando credibilidade, segurança e confiança no processo de venda.
Além disso, entender como funciona esse documento também:
Fortalece a confiança com o cliente
Não é nenhuma novidade que clientes valorizam profissionais que dominam o que estão vendendo.
Dessa forma, explicar de forma clara o que será entregue, com base no memorial, mostra preparo, segurança e compromisso com a verdade. Isso gera mais confiança e aumenta as chances de fechamento.
Ajuda a alinhar expectativas
Muitos conflitos entre comprador e incorporadora surgem por expectativas mal definidas.
Mas com o memorial descritivo, o corretor pode esclarecer exatamente o que está ou não incluso na entrega do imóvel, evitando mal-entendidos e frustrações.
Apoia no processo de tomada de decisão
Em imóveis na planta ou em construção, o cliente não pode “ver e tocar” o que está comprando.
O memorial, nesse caso, é o recurso que mais se aproxima da realidade, já que ele pode ser usado como argumento de venda ao apresentar materiais de qualidade, diferenciais do empreendimento e o padrão construtivo prometido.
Em resumo, quanto mais você conhece o memorial descritivo, mais autoridade você transmite, e mais preparado estará para conduzir negociações com segurança e profissionalismo.
Como fazer um memorial descritivo?
Criar um memorial descritivo eficiente exige atenção aos detalhes e uma boa compreensão do projeto.
Afinal, o objetivo aqui é garantir que todas as especificações do imóvel sejam descritas de forma precisa e transparente, para que não haja surpresas para o cliente na entrega.
Para isso, criamos um passo a passo simples para te ajudar a elaborar um memorial descritivo eficiente.
2. Descreva os materiais e acabamentos: informe detalhadamente todos os materiais que serão usados, como tipos de piso, revestimentos, metais, esquadrias, tintas, etc.
3. Detalhe os itens de infraestrutura: não deixe de listar todos os sistemas do imóvel, como hidráulica, elétrica, gás, e sistemas de climatização, se houver.
4. Inclua informações sobre a área comum (se houver): para empreendimentos com áreas comuns, como em prédios e condomínios, também é necessário descrever os acabamentos e equipamentos das áreas compartilhadas (piscinas, salão de festas, academias, entre outros.).
5. Preveja detalhes sobre o uso de tecnologias e diferenciais: se o imóvel contar com tecnologias específicas, como automação, sustentabilidade (ex: coleta de água da chuva), é importante deixar tudo bem claro no memorial descritivo.
Exemplo de memorial descritivo
Memorial descritivo de um apartamento residencial
Identificação do imóvel
- Projeto: Residencial Alto da Serra, Torre A
- Localização: rua das Flores, 135, São Paulo
- Área Privativa: 85 m²
- Número de Andares: 15 andares
- Quantidade de Unidades: 60 unidades
Materiais e acabamentos
- Pisos: piso porcelanato 60x60 na sala, cozinha e banheiros; piso laminado de madeira nos quartos.
- Revestimentos: azulejos cerâmicos 30x60 nas paredes da cozinha e banheiros.
- Esquadrias: janelas de alumínio pintado na cor branca, com vidros de 6mm.
- Metais: torneiras de monocomando nos banheiros e cozinha.
- Tinta: tinta acrílica fosca na cor branca nas paredes e tetos.
Infraestrutura
- Hidráulica: sistema de encanamento em PVC, com instalações para chuveiro elétrico e ponto para filtro de água.
- Elétrica: fiação elétrica de cobre, tomadas e interruptores na cor branca, com ponto para ar condicionado em todos os dormitórios.
- Gás: sistema de gás encanado, com medição individual.
Área comum
- Piscina: piscina adulto com revestimento em pastilhas de vidro, borda infinita.
- Academia: equipamentos de musculação e aeróbico, piso emborrachado.
- Salão de Festas: piso de porcelanato, bancadas de apoio em granito, iluminação em LED.
Não se esqueça que quanto mais detalhado for o memorial, menos chance de ocorrerem mal-entendidos.
Além disso, use uma linguagem simples e objetiva, pois mesmo sendo um documento técnico, é importante que todos os envolvidos na negociação compreendam facilmente as especificações.
Portanto, inclua todos os itens possíveis e não deixe nada de fora, principalmente quando se trata de acabamentos ou recursos que podem agregar valor ao imóvel.
Entender e dominar o memorial descritivo é um passo essencial para oferecer um atendimento de qualidade e garantir transações seguras e transparentes.
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