
Nos últimos anos, o custo de vida no Brasil tem sido cada vez mais comentado e chamado atenção, e tudo isso não é por acaso.
Mais da metade dos brasileiros apontaram que o custo de morar onde vivem é considerado alto. E, enquanto os preços de aluguéis disparam, especialmente em lugares como a capital carioca, os imóveis menores, com até 50m², estão entre os mais buscados.
Lá fora, o impacto das tarifas de Trump também está mexendo com o mercado imobiliário nos Estados Unidos, enquanto, em Belém, a proximidade da COP30 está valorizando imóveis e aumentando a demanda por aluguéis por temporada - ou Short Stay.
Para completar, os preços dos aluguéis no Brasil acumularam uma alta bem acima da inflação, deixando os inquilinos cada vez mais pressionados.
Quer saber mais sobre o impacto disso no mercado imobiliário? Continue a leitura!
Assuntos que você irá encontrar:
- Mais da metade dos brasileiros consideram alto o custo de vida no país;
- Imóveis de até 50m² lideram alta no mercado imobiliário do RJ;
- Como as tarifas de Trump estão impactando os imóveis nos EUA?
- COP30 em Belém valoriza imóveis e aquece aluguel por temporada;
- Preço do aluguel dispara e acumula alta 2x maior que a inflação.
Mais da metade dos brasileiros consideram alto o custo de vida no país
Uma pesquisa realizada pelo Grupo OLX, por meio de sua inteligência imobiliária, DataZAP, revelou a percepção dos brasileiros sobre o custo de vida nas cidades que residem.
Segundo o estudo, 56% dos entrevistados acham que os custos, incluindo alimentação, moradia, transporte, educação e saúde, estão elevados ou muito elevados.
Por outro lado, 41% dos participantes consideram esses gastos razoáveis, e a satisfação com a vida parece influenciar a visão sobre o equilíbrio financeiro.
Ou seja, quanto mais felizes as pessoas se sentem com sua vida, mais positivas são suas percepções sobre o custo de viver na cidade.
A pesquisa foi realizada entre 4 de fevereiro e 10 de março de 2025, e ouviu 971 pessoas de todo o país, com idades a partir de 18 anos, que buscaram imóveis nos portais do Grupo OLX.
O que os moradores mais valorizam nas cidades
Quando perguntado sobre o que mais agrada nos lugares onde vivem, 52% dos entrevistados destacaram a facilidade de acesso a comércios e serviços como um ponto positivo.
Outras preferências incluem opções de lazer (45%) e gastronomia local (35%). No entanto, quando o assunto é insatisfação, segurança, trânsito e criminalidade aparecem como os principais pontos negativos.
A segurança, por exemplo, foi mencionada por 55% dos entrevistados, e 52% apontaram o trânsito intenso como um grande desafio.
O levantamento também identificou que aspectos pessoais, como a saúde mental e física, além da estabilidade financeira, impactam diretamente o bem-estar dos brasileiros.
Dessa forma, 43% citaram a saúde mental como um fator positivo em suas vidas, enquanto 42% destacaram a saúde física e 39% mencionaram a estabilidade financeira.
Mobilidade urbana e rotina de trabalho
No que diz respeito à mobilidade, a maioria dos entrevistados (43%) trabalha presencialmente todos os dias, mas 23% adotam um modelo híbrido, equilibrando trabalho remoto e presencial.
Já 21% trabalham presencialmente, mas em escalas de dias ou semanas, e 13% optam pelo modelo totalmente home office.
Curiosamente, 56% dos entrevistados trabalham em bairros diferentes de onde moram, embora dentro da mesma cidade.
Além disso, o carro é o meio de transporte preferido, sendo utilizado por grande parte dos participantes, mas 25% ainda dependem do transporte público.
O Imóvel ideal para os brasileiros
Em relação ao tipo de imóvel ideal, a maioria dos respondentes vive em casas ou apartamentos com cerca de 55 a 119 metros quadrados, dois dormitórios, uma suíte e vaga de garagem.
Já em relação a vizinhança ideal, para 79% dos participantes, é um lugar calmo, com baixo fluxo de pessoas.
Já para 78% dos entrevistados, morar em um local onde é possível fazer atividades a pé é um grande diferencial.
Por fim, 54% dos entrevistados preferem que os deslocamentos diários para locais essenciais não ultrapassem 10 minutos a pé, mostrando a importância da praticidade e da acessibilidade na rotina.
Imóveis de até 50m² lideram alta no mercado imobiliário do RJ

Nos últimos anos, a procura por imóveis compactos na capital carioca tem se tornado mais do que uma simples tendência, ela virou uma realidade consolidada no mercado.
Segundo dados do Secovi Rio, o Estado registrou o lançamento de 1.667 studios no último período, um reflexo direto das mudanças nas preferências dos compradores cariocas.
E essa tendência de crescimento não é isolada: nos anos anteriores, houve um aumento de 35% nos lançamentos de apartamentos menores, enquanto os imóveis maiores, especialmente os com quatro quartos, sofreram uma queda de quase 40%.
A explicação para esse movimento está no que podemos chamar de tripé do comprador urbano. Em outras palavras, praticidade, preço acessível e localização estratégica.
Esses fatores têm atraído um público com diferentes faixas etárias, que vai desde jovens profissionais e estudantes que buscam praticidade e mobilidade, até aposentados que procuram um lugar mais funcional e bem localizado para viver.
O sucesso desse modelo é evidente, com 80% das unidades com até 50 metros quadrados sendo vendidas ainda na planta.
Muitas vezes, esses imóveis são adquiridos com o intuito de investimento, especialmente para locação.
O Centro do Rio, com um importante cenário histórico e cultural, tem se destacado de maneira significativa no setor imobiliário.
Pela primeira vez em décadas, o bairro aparece no ranking dos campeões de vendas da cidade, ocupando a quinta posição.
Esse feito é mais do que uma simples estatística, ele representa a reabilitação de uma área que, embora nunca tenha perdido sua relevância cultural, agora volta a ser vista como uma opção de investimento sólido e rentável.
Ainda na zona central do Rio, a Região Portuária tem ganhado destaque.
Com quatro novos empreendimentos anunciados desde o início deste ano, a área vizinha ao Centro do Rio também está se tornando uma opção atrativa para quem busca imóveis compactos, bem localizados e com bom potencial de valorização.
De acordo com as últimas pesquisas, 54% dos imóveis já vendidos na região foram adquiridos por famílias com renda de até dez salários mínimos, o que reforça a ideia de que a acessibilidade e a praticidade estão no centro das escolhas dos compradores.
Como as tarifas de Trump estão impactando os imóveis nos EUA?
Dados recentes reacenderam a cautela no mercado imobiliário norte-americano, afetando diretamente as construtoras do país.
Em abril de 2024, o setor registrou uma queda de 12% no início de residências unifamiliares, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O impacto dos juros elevados tem sido amplificado pela crescente incerteza econômica e o aumento dos custos dos materiais de construção, que dispararam devido aos altos impostos colocados pelo governo de Trump.
Além disso, a queda nas licenças para novos empreendimentos e a hesitação de compradores, devido ao ambiente econômico volátil, indicam um desaceleramento do mercado.
Especialistas destacam que a incerteza política e tarifária, somada à hesitação dos consumidores, está pressionando a construção de novas casas.
Apesar disso, o setor multifamiliar, que inclui apartamentos e condomínios, apresentou um crescimento, com um aumento de 28% nas construções de edifícios com mais de cinco unidades.
Isso demonstra que, embora os desafios existam, há áreas do mercado imobiliário que continuam avançando, como a construção de apartamentos de aluguel e projetos multifamiliares, que têm sido menos impactados pelas flutuações econômicas.
O impacto das tarifas e o aumento nos custos de materiais também afetaram os custos para os compradores de imóveis.
Contudo, muitas construtoras adotaram estratégias como bloquear preços de materiais de construção com fornecedores, para evitar aumentos adicionais e manter seus projetos no cronograma.
O cenário atual, com juros elevados e incertezas tarifárias, traz desafios para o mercado imobiliário, mas também abre caminho para soluções criativas e estratégias de adaptação no setor.
COP30 em Belém valoriza imóveis e aquece aluguel por temporada

Com a aproximação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), prevista para novembro deste ano, Belém, cidade sede do evento, já sente os efeitos positivos no seu mercado imobiliário.
As obras de infraestrutura, mobilidade urbana e saneamento, impulsionadas pelo evento internacional, já estão transformando a capital paraense.
Entre os bairros mais impactados estão o entorno da Avenida Tamandaré, a área próxima à Estação das Docas, Porto Futuro 2, Nova Doca e a região do Parque da Cidade.
Essa transformação está gerando uma valorização imediata nos imóveis, especialmente em bairros que não recebiam grandes investimentos há anos.
O crescimento mais notável é no mercado de locação por temporada, que, mesmo ainda em fase inicial na cidade, já está superando os valores de aluguéis tradicionais.
A expectativa é que os preços dos imóveis para temporada aumentem ainda mais, principalmente quando serviços adicionais, como limpeza e alimentação, são incluídos.
Para os proprietários que desejam alugar seus imóveis para o evento, é essencial buscar um corretor especializado para garantir a precificação correta e a segurança jurídica do contrato.
O uso de plataformas digitais para aluguel pode ser útil, mas a orientação profissional é fundamental para filtrar os clientes e garantir uma experiência segura e bem-sucedida para todos.
Com a COP 30, Belém tem a oportunidade perfeita para consolidar sua imagem como um destino turístico, com benefícios que podem perdurar por muito tempo após o evento.
Preço do aluguel dispara e acumula alta 2x maior que a inflação
O preço do aluguel no Brasil não para de subir e já acumula uma alta de 13% nos últimos 12 meses, mais que o dobro da inflação oficial, medida pelo IPCA, que ficou em 5,53%.
De acordo com a pesquisa FipeZap, este é o sexto mês consecutivo em que o valor das locações residenciais no país cresce.
Em abril, por exemplo, o aumento foi de 1,25%, superando a inflação do período, que foi de 0,43%.
No acumulado dos últimos 12 meses, os preços de aluguel subiram 130% a mais do que o IPCA.
Entre as 36 cidades analisadas, Salvador foi a que registrou o maior aumento, com 30,46%. Já Belo Horizonte ficou em sétimo lugar, com um aumento de 15,73%, segundo o estudo.
O que está por trás desse aumento?
Segundo especialistas, o aumento nos preços das locações nas capitais está diretamente relacionado a mudanças nos planos diretores das cidades, que restringiram os coeficientes de aproveitamento de terrenos.
Isso significa que, mesmo com a diminuição do potencial de construção, os valores dos lotes não caíram, e consequentemente os preços dos imóveis aumentaram.
Outro fator que também tem pressionado o mercado de locação é a alta da taxa Selic, atualmente em 14,75%.
A taxa elevada torna a compra de imóveis menos atraente, já que muitas pessoas preferem investir em aplicações financeiras que oferecem melhores rendimentos do que no mercado imobiliário.
No entanto, no caso de imóveis de moradia popular, o especialista afirma que a rentabilidade tende a ser maior, principalmente devido à alta demanda e preços mais acessíveis.
Além disso, a valorização dos imóveis tem acompanhado o aumento da inflação, o que gera bons resultados para os locadores, mas também pressiona os inquilinos, que precisam renegociar os aluguéis, já que os preços de mercado subiram mais que o dobro da inflação.
O que o futuro reserva para os preços de aluguel?
Para que os preços dos aluguéis baixem, é necessário que ocorram mudanças macroeconômicas, como a redução da taxa Selic e a diminuição dos custos de materiais de construção e terrenos.
Ainda, caso o governo incentive o investimento em imóveis, por meio da redução da carga tributária sobre a renda de locação, isso pode estimular a compra de imóveis, diminuindo a pressão sobre o mercado de aluguel.
Em resumo, o mercado imobiliário está em alta, mas a alta da taxa de juros e os custos mais elevados continuam sendo obstáculos para os inquilinos.
Mesmo assim, o cenário pode melhorar com a adoção de medidas estratégicas por parte do governo e ajustes nas políticas econômicas.
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