
Uma das tendências que vem ganhando espaço no Brasil é o cohousing, um modelo de moradia colaborativa onde as pessoas têm suas casas privadas, mas compartilham espaços comuns como áreas de lazer, cozinhas coletivas e jardins.
A ideia é simples: criar uma comunidade mais conectada, reduzir custos e ainda ter aquele espaço só seu quando precisar.
Mas o cohousing não vem sozinho. Outras formas de morar estão chamando atenção por aqui, como as tiny houses e o coliving.
Neste artigo, vamos explicar o que são esses novos modelos de moradia e como se preparar para essa tendência do mercado imobiliário.
Assuntos que você irá encontrar:
- Ganho de capital: nova regra pode baratear a venda de imóveis;
- Descontos em imóveis de Porto Alegre aumentam para compradores;
- Oscar Freire é a rua comercial mais valorizada do mundo;
- Tiny houses, coliving e cohousing: a tendência que cresce no Brasil;
- 50% dos jovens até 28 anos tem o sonho de comprar o imóvel próprio.
Ganho de capital: nova regra pode baratear a venda de imóveis
A recém-aprovada Lei 15.265/2025 trouxe um ingrediente novo para o mercado imobiliário: o REARP, sigla para Regime Especial de Atualização e Regularização Patrimonial.
O nome parece complicado, mas a ideia é simples. O governo está oferecendo ao contribuinte a chance de atualizar o valor do imóvel para o preço de mercado, pagando 4% sobre a diferença entre o valor declarado e o valor real.
Ou seja, uma espécie de “promoção fiscal por tempo limitado” em que você paga um pouco agora para, teoricamente, evitar pagar bem mais no futuro.
Hoje, os imóveis entram no Imposto de Renda pelo valor histórico, sem correção monetária. Portanto, quando o contribuinte vende o imóvel, a diferença entre o valor antigo e o preço atual vira ganho de capital, tributado da seguinte forma:
- 15% para ganhos até R$5 milhões;
- 17,5% entre R$5 mi e R$10 mi;
- 20% entre R$10 mi e R$30 mi;
- 22,5% acima de R$30 milhões.
Com o REARP, o contribuinte pode antecipar parte dessa conta, atualizando o valor do imóvel e pagando apenas 4% sobre toda a valorização acumulada até agora.
E isso pode ser interessante em cenários de alta forte.
No entanto, existe uma trava importante e, se o imóvel for vendido antes dos cinco anos, o benefício é cancelado e tudo volta ao cálculo original, com os 4% pagos viram apenas um adiantamento.
Além disso, imóveis muito antigos (décadas de 1970 e 1980) já contam com redutores grandes no cálculo do ganho de capital, o que pode mesmo resultar em isenção. Nesses casos, aderir ao REARP é praticamente jogar dinheiro fora.
O mesmo raciocínio vale para contribuintes que pretendem usar a regra da isenção na venda de imóvel residencial com compra de outro em até 180 dias.
Em outras palavras, se a operação já estaria livre de imposto, não faz sentido antecipar a cobrança.
Descontos em imóveis de Porto Alegre aumentam para compradores
Quem está à procura de um imóvel para comprar ou alugar em Porto Alegre tem encontrado mais flexibilidade por parte dos donos.
Uma pesquisa revelou que, em outubro deste ano, 77% dos proprietários afirmaram estar dispostos a conceder desconto para fechar uma venda, um aumento em relação ao 58% registrado no mesmo mês do ano passado.
Entre os entrevistados, metade afirmou que aceitaria dar até R$50 mil de desconto para garantir o negócio. Já os 23% restantes não estão tão dispostos a negociar, uma redução significativa em comparação aos 43% de resistência observados em 2024.
Os dados mostram um proprietário mais atento à situação do mercado e disposto a ajustar o preço para acelerar a venda ou locação.
Portanto, para quem busca um imóvel em Porto Alegre, é um momento favorável para negociar.
Esse movimento também se reflete no mercado de aluguel. Em outubro, 78% dos proprietários estavam dispostos a reduzir o preço para fechar o contrato.
O desconto médio oferecido gira em torno de R$500 e a resistência à negociação caiu para 22%, um número bem abaixo do 68% registrado no ano passado.
Em resumo, o mercado imobiliário de Porto Alegre está cada vez mais favorável para quem busca condições melhores de compra ou aluguel, com muitos proprietários dispostos a negociar para fechar negócio.
Oscar Freire é a rua comercial mais valorizada do mundo

Esqueça 5th Avenue ou Bond Street, a estrela do momento é a Oscar Freire! Isso mesmo, a região famosa por ser casa de lojas de marcas de grife e lifestyle foi escolhida como a rua comercial de luxo com maior valorização do mundo em 2025.
O relatório Main Streets, da Cushman & Wakefield, mostrou que, no terceiro trimestre, o preço do aluguel no trecho da rua nos Jardins subiu 65% em comparação com o ano anterior, alcançando até US$120 por metro quadrado.
A Faria Lima também entrou no ranking, ocupando a segunda posição com um aumento de 43% nos aluguéis.
E não para por aí, o Brasil ainda conquistou o quarto lugar com a Visconde de Pirajá, no Rio de Janeiro, com 30% de valorização.
O crescimento do mercado brasileiro foi notável, com um aumento de 40% nos aluguéis comerciais entre os 50 países analisados, muito acima da média mundial de 4,2%.
Esse salto nos preços é parcialmente explicado pela variação cambial, já que o ranking é baseado em moedas fortes, mas a pressão inflacionária no Brasil e a competição por espaços de alto padrão também desempenham papel crucial.
A Oscar Freire, por exemplo, viu uma redução na oferta de lojas, o que fez os preços dispararem. Além disso, a Faria Lima teve uma grande alta nos aluguéis corporativos, o que impactou diretamente no valor dos imóveis comerciais.
Com esse crescimento, a Oscar Freire agora ocupa a 34ª posição no ranking mundial, subindo sete posições em comparação com o ano anterior. No topo da lista, a New Bond Street, em Londres, foi a principal vencedora, com um aumento de 22% nos aluguéis.
A Oscar Freire consolidou sua posição como uma das ruas comerciais mais caras e desejadas do planeta, refletindo a força e o prestígio do mercado de imóveis de luxo de São Paulo.
Tiny houses, coliving e cohousing: a tendência que cresce no Brasil
Com o mercado imobiliário cada vez mais dinâmico, novas opções de moradia, como microapartamentos, imóveis por assinatura e coliving, estão ganhando espaço no Brasil.
Uma pesquisa do QuintoAndar, em parceria com a Ipsos-Ipec, revelou que 69% dos brasileiros se mostraram dispostos a viver em tiny houses, que são casas pequenas, com até 37m².
Isso acontece especialmente pela redução do custo de vida (36%) e pelo desejo de ter um estilo de vida mais sustentável ou minimalista (34%).
Por outro lado, 17% dos entrevistados disseram que não consideram essa alternativa, alegando principalmente a falta de privacidade (42%) e a necessidade de mais espaço (84%).
Outro modelo que está ganhando força no Brasil é o “flex living”, com imóveis por assinatura, nos quais o morador aluga a propriedade por períodos curtos, como dias ou meses.
60% dos entrevistados consideraram morar nesse modelo, atraídos pela flexibilidade e pela possibilidade de reduzir custos (34%) ou pela curiosidade de conhecer um estilo de vida novo (27%).
No entanto, 47% dos brasileiros rejeitam essa opção devido ao desconforto com as regras e à necessidade de mais espaço.
Porém, nem todos os novos modelos estão conquistando os brasileiros. O cohousing, comunidades de moradia com casas privadas e áreas comuns compartilhadas, e o coliving, compartilhamento de quartos e áreas comuns não têm ganhado tanta adesão.
No caso do cohousing, 56% dos entrevistados consideraram essa opção, mas 38% rejeitaram, principalmente por falta de privacidade.
Já o coliving, onde quartos individuais são compartilhados em um ambiente coletivo, foi a opção mais rejeitada: 55% dos brasileiros não aceitam a ideia.
O motivo principal para essa recusa foi a falta de privacidade, com 31% dos entrevistados mostrando algum interesse, especialmente pela possibilidade de maior convivência e apoio dos vizinhos.
50% dos jovens até 28 anos tem o sonho de comprar o imóvel próprio
O sonho da casa própria continua vivo para os brasileiros, e a geração Z é a que mais almeja conquistar o seu imóvel.
De acordo com a pesquisa "Retratos do Morar", realizada pela Ipsos-Ipec, 50% dos jovens entre 18 e 28 anos afirmam que desejam comprar um imóvel. Esse número supera a média nacional, que é de 41%.
No entanto, o caminho entre o desejo e a realidade está longe de ser simples.
A pesquisa revela que as dificuldades financeiras ainda são o maior obstáculo para a aquisição do primeiro imóvel. 41% dos entrevistados dizem que não têm dinheiro suficiente para a entrada ou para realizar o financiamento.
No caso da geração Z, esse número sobe para 47%. Outros 30% mencionam que os preços subiram demais, enquanto 21% apontam os juros elevados como uma barreira.
Além disso, 37% dos participantes admitiram que gostariam muito de economizar, mas suas despesas atuais consomem toda ou quase toda a sua renda.
O longo caminho até a casa própria
Por conta dos desafios financeiros, o prazo para a compra de um imóvel também se estende. 60% dos entrevistados planejam comprar uma casa em um ano ou mais, sendo que esse número chega a 65% entre os jovens da geração Z.
O último Censo Demográfico do IBGE mostra que 1 em cada 5 brasileiros vive em imóvel alugado, e 95% dos jovens brasileiros ainda sonham em ter um imóvel próprio na terceira idade.
Mesmo vivendo de aluguel, muitos não abandonam a ideia de conquistar sua casa, um desejo que se mantém vivo ao longo das gerações.
Os fatores que alimentam o desejo pela casa própria são diversos e vão além da simples opção de aluguel.
A ideia de que a geração atual é "geração aluguel" é bem simplista e não leva em conta as várias razões pelas quais os brasileiros, principalmente os mais jovens, ainda sonham em ter um imóvel próprio.
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