
A compra de um imóvel é um dos momentos mais importantes, e mais cheios de dúvidas, para qualquer pessoa.
Entre entender o mercado, analisar opções e negociar valores, muita gente se pergunta: afinal, qual é o desconto real que dá para conseguir na hora de fechar negócio?
Nos últimos meses, diferentes pesquisas e decisões judiciais movimentaram o setor e ajudaram a esclarecer esse cenário.
Desde casos de cobranças ilegais em imóveis na planta até as novas tendências de moradia e o avanço da digitalização nos financiamentos, o mercado vem passando por mudanças que impactam diretamente compradores, corretores e gestores imobiliários.
Neste artigo, você vai entender o que está acontecendo, quais descontos são realmente possíveis na hora de fechar a compra do imóvel e como esses movimentos influenciam as negociações e o comportamento dos clientes.
Assuntos que você irá encontrar:
- Justiça obriga construtoras a devolver cobranças ilegais em imóveis;
- Qual o desconto médio na hora de fechar a compra de um imóvel?
- O segundo quarto virou escritório: a tendência que chegou para ficar;
- Caixa aposta no digital para se aproximar do público jovem;
- Prédio de luxo em Nova York pode desabar após falhas estruturais.
Justiça obriga construtoras a devolver cobranças ilegais em imóveis
Se você comprou imóveis na planta nos últimos anos, trago boas notícias! A Justiça decretou a devolução de valores cobrados de forma indevida pelas incorporadoras.
Isso porque, muitas empresas foram condenadas por aplicar reajustes mensais ilegais, o que fez o preço final do imóvel aumentar até 15%. Essa prática fere a legislação, que só permite correção anual em contratos com prazo inferior a 36 meses.
Como isso acontecia? A manobra das construtoras era esticar o contrato, incluindo parcelas "fictícias" com vencimento depois da entrega das chaves, o que permitia cobrar reajustes mensais, normalmente atrelados ao INCC.
Em alguns casos, os compradores ainda eram obrigados a pagar essas parcelas inexistentes para poder pegar a chave do imóvel.
Em entrevista divulgada no portal UOL, o advogado Daniel Vicentini, especialista em revisão de contratos imobiliários, afirmou que nos últimos 20 anos, até metade dos compradores de imóveis na planta podem ter sido lesados.
A boa notícia é que, segundo Vicentini, as chances de ganhar são altas, com decisões favoráveis em mais de 90% dos casos. E as restituições podem até ser pagas em dobro.
Em um dos casos citados pelo advogado, um empresário conseguiu recuperar R$90 mil após provar reajustes ilegais em um imóvel de R$412 mil.
Já um outro investidor, que tem várias unidades, descobriu aumentos de até 25% acima do permitido e entrou com quatro ações na Justiça contra a incorporadora.
Embora o Secovi-SP tenha sido procurado para comentar as denúncias, ainda não houve resposta.
Qual o desconto médio na hora de fechar a compra de um imóvel?
Você sabia que 64% das compras de imóveis residenciais no Brasil envolvem algum tipo de desconto?
Pois é, e o valor desse desconto pode variar bastante, dependendo de alguns fatores como a forma de pagamento e a pressa do vendedor.
De acordo com a pesquisa da FipeZAP, os descontos vão de 5% a 14% sobre o valor anunciado. E, se considerarmos só as transações com descontos, os compradores conseguem economizar, em média, 12%.
Em setembro deste ano, o percentual de transações com desconto subiu ainda mais, no qual, praticamente duas em cada três vendas de imóveis incluíram alguma redução no valor.
Ou seja, está cada vez mais comum conseguir aquele abatimento na hora de fechar o negócio. A pesquisa mostra que, em comparação ao ano passado, a disposição dos compradores para negociar os preços aumentou.
O mercado de imóveis usados também segue em alta, com 79% dos compradores optando por casas e apartamentos já prontos para morar. A tendência é que o desconto seja maior nesse tipo de imóvel, principalmente se precisar de algumas reformas.
5 dicas para conseguir o melhor desconto na hora de fechar negócio
Agora, se você quer saber como fazer para garantir aquele descontinho, aqui vão cinco dicas essenciais.
1. Saiba o quanto pode gastar e como vai pagar: com base no seu orçamento, defina quanto pode gastar e verifique as opções de financiamento que cabem no seu bolso.
Se possível, faça uma pesquisa de financiamento e veja se você pode aproveitar algum programa de habitação, como o Minha Casa Minha Vida, que tem condições mais vantajosas.
2. Pesquise o histórico de preços dos imóveis: antes de sair procurando, pesquise os valores de imóveis na região e compare com o que você tem em mente.
Ajuste seus planos para ter uma entrada maior ou escolher um imóvel em uma área mais acessível.
3. Observe o tempo de exposição do imóvel no mercado: quanto mais tempo o imóvel fica disponível, maiores as chances do vendedor aceitar um desconto.
Isso acontece porque, com o tempo, o imóvel pode perder valor, especialmente se houver opções similares por preços mais baixos.
4. Considere imóveis usados e prontos para morar: os imóveis usados, muitas vezes, oferecem mais espaço para negociação. Além disso, você evita o custo das reformas e a espera pela entrega das chaves.
5. Mostre que você está pronto para fechar o negócio: se você apresentar a aprovação de crédito ou condições de pagamento claras, o vendedor tende a aceitar um preço menor, porque verá que você está pronto para fechar negócio sem risco de desistência.
De acordo com a pesquisa, a intenção de compra como investimento caiu de 49% para 36% nos últimos meses.
Apesar disso, o investimento em imóveis sempre foi considerado uma das opções mais seguras e rentáveis a longo prazo.
O segundo quarto virou escritório: a tendência que chegou para ficar

Mesmo com a volta ao modelo presencial em muitas empresas, o desejo de ter um escritório em casa segue firme entre os brasileiros.
Uma pesquisa da Plano&Plano com 13 mil pessoas revelou que 53% dos respondentes sonham com um apartamento de pelo menos dois quartos, um deles dedicado ao home office.
Esse novo padrão de imóvel está se refletindo no mercado imobiliário, especialmente na capital paulista.
De acordo com o Secovi-SP, 68% dos imóveis vendidos até julho tinham pelo menos dois dormitórios, mostrando que a busca por mais espaço continua forte.
Como as gerações se adaptaram ao novo modelo
É interessante notar as diferenças entre as gerações ao escolherem o imóvel dos sonhos. A geração Z (18 a 24 anos), que antes não dava tanta importância à compra de imóveis, agora representa 31% dos interessados em apartamentos de dois quartos.
Já os millennials (24 a 44 anos) e a geração X (45 a 65 anos) tendem a buscar imóveis com três ou mais quartos, indicando um desejo por mais espaço para a família.
Além disso, as preferências por comodidades e localização também variam. Os millennials, por exemplo, adoram brinquedoteca e piscina, enquanto a geração Z prefere um espaço pet-friendly e quadra de esportes.
Já a geração X opta por sala de ginástica e, claro, um espaço para os pets. Em relação à localização, a Zona Sul segue como a mais desejada, mas o Centro de São Paulo é o local preferido entre os millennials.
Essas mudanças nos desejos dos compradores também influenciam o mercado imobiliário.
Os imóveis de dois quartos estão em alta, e a flexibilidade de adaptar um dos cômodos para um home office tem sido um dos grandes atrativos para quem busca mais funcionalidade e qualidade de vida.
Para os corretores e gestores, entender essas novas demandas é essencial para oferecer opções que atendam aos desejos dos clientes, seja em bairros mais centrais ou nas zonas mais tranquilas da cidade.
Caixa aposta no digital para se aproximar do público jovem
A Caixa Econômica Federal, tradicionalmente associada ao público mais experiente, os famosos boomers, tem enfrentado o desafio de se reinventar diante da crescente concorrência das fintechs.
Embora seja a força por trás de programas sociais como o Bolsa Família e tenha presença marcante nas loterias, o banco era visto pelo público jovem como uma opção mais “antiga”.
Além disso, o financiamento imobiliário, que é uma das suas maiores áreas, praticamente ficou isolado da disputa com os novos players do mercado.
Apesar de ser responsável por quase 70% dos financiamentos imobiliários no Brasil, com uma carteira de crédito habitacional que ultrapassa R$800 bilhões e mais de 7 milhões de contratos ativos, a Caixa sabia que precisava se modernizar.
O foco nas fintechs, que dominam o digital, era um ponto em que a Caixa precisava se adaptar, especialmente com a mudança nos hábitos de consumo impulsionada pela pandemia.
Por isso, a Caixa tem investido em digitalizar seus processos, especialmente os de financiamento imobiliário, que antes eram totalmente manuais e dependiam de documentos físicos.
Hoje, boa parte do processo é digital, como a eliminação da impressão de documentos e a assinatura eletrônica.
Além disso, o envio automatizado dos documentos para o cartório tem facilitado a vida do cliente, algo que era impensável nos anos 90.
Com essas mudanças, o tempo de conclusão de um financiamento passou de 60 para 30 dias, e, em alguns casos, pode ser finalizado em até duas semanas.
A Caixa também tem investido no futuro das finanças digitais com o Drex, a moeda digital do Banco Central.
O banco participou de um piloto, onde o financiamento foi simulado com liquidação em outra instituição e o registro no cartório feito de forma totalmente automatizada.
A ideia é continuar a transformação digital para oferecer mais agilidade, segurança e eficiência ao sistema financeiro brasileiro, deixando o antigo rótulo de “banco para boomers” para trás.
Prédio de luxo em Nova York pode desabar após falhas estruturais
O 432 Park Avenue, localizado na famosa "Billionaires' Row" de Manhattan, foi vendido como o ápice do luxo e sofisticação, mas hoje se tornou um pesadelo da engenharia.
O prédio, que já foi o sonho de muitos bilionários, incluindo celebridades como Jennifer Lopez e Alex Rodriguez, enfrenta sérias falhas estruturais que podem até torná-lo inabitável.
Desde a sua inauguração em 2015, o 432 Park Avenue, que tem 432 metros de altura e é o quinto prédio mais alto de Nova York, tem apresentado rachaduras na fachada, infiltrações de água, elevadores com defeito e falhas no sistema mecânico.
Muitos desses problemas têm origem na escolha do concreto branco para a construção, que, embora esteticamente agradável, se mostrou frágil com o tempo.
Engenheiros alertam que o prédio já passou de seus limites estruturais e pode continuar a se deteriorar ainda mais rápido.
A situação ficou ainda mais grave com relatos de moradores que enfrentam dificuldades cotidianas, como barulhos nas paredes e a sensação de instabilidade.
Um dos casos mais emblemáticos (e perigosos) foi o de um elevador que despencou 40 andares até o subsolo, levantando questões sobre a segurança do edifício.
Apesar das tentativas de reparo, os danos continuam se espalhando, e o condomínio estima que mais de US$160 milhões seriam necessários para corrigir as falhas.
Contudo, a incorporadora responsável nega que o prédio esteja em risco iminente de colapso, embora as autoridades locais já tenham emitido alertas sobre a queda de materiais da fachada, colocando pedestres em risco.
O 432 Park Avenue é agora um exemplo do que especialistas chamam de "supertalls", arranha-céus ultrafinos que enfrentam desafios inéditos na engenharia.
Embora o prédio já tenha sido um símbolo de luxo e ostentação, agora, ele se tornou um exemplo de falha na busca por inovação na arquitetura moderna, colocando em discussão os limites da engenharia civil para suportar estruturas tão extremas.
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