
Se você trabalha com o mercado imobiliário ou simplesmente gosta de se manter atualizado sobre as novidades, com certeza já percebeu que se tem uma coisa que esse setor não é, é monótono, certo?
No artigo desta semana, vamos trazer um panorama geral de como as mulheres solteiras estão dominando o mercado de luxo e se tornando cada vez mais independentes financeiramente.
Além disso, o boom dos imóveis comerciais, impulsionado pelo retorno ao trabalho presencial, fez com que a busca por propriedades perto do trabalho crescesse (e os preços também).
Falando em crescimento, os imóveis grandes são a nova aposta das imobiliárias em São Paulo.
Com mais gente priorizando conforto e espaços amplos, apartamentos e casas espaçosas estão sendo disputados no mercado
Se você quer saber mais sobre os últimos acontecimentos do setor imobiliário, continue a leitura!
Assuntos que vocẽ irá encontrar:
- Mulheres movimentarão 34 trilhões de dólares até 2030;
- Tendência de retorno aos escritórios impacta o mercado de aluguéis;
- Imóveis grandes movimentam o mercado de São Paulo;
- Política de Haddad impacta decisão de compra de imóveis;
- Gigante chinês do mercado imobiliário prevê prejuízo de 45 bilhões;
- Ampliação de áreas de lazer é a aposta do setor imobiliário para 2025.
Mulheres movimentarão 34 trilhões de dólares até 2030
O mercado imobiliário de luxo vem passando por uma mudança nos últimos tempos. A participação de mulheres solteiras no setor vem ganhando cada vez mais destaque.
É isso que mostra o relatório Luxury Outlook 2025, divulgado recentemente pela Sotheby’s International Realty - uma marca imobiliaŕio de alto padrão.
Dados da National Association of Realtors (NAR) revelam que, nos Estados Unidos, o número de mulheres solteiras proprietárias de imóveis subiu de 11% em 1981 para 20% em 2024.
Em contrapartida, a proporção de casais proprietários diminuiu de 73% para 62% no mesmo período. Já a participação de homens solteiros como compradores de imóveis representa apenas 8%.
E ao que tudo indica, o futuro financeiro das norte-americanas tem tudo para seguir gerando bons frutos.
Isso reflete uma grande mudança no cenário econômico e na forma como elas influenciam mercados, incluindo o imobiliário de alto padrão.
Além disso, o Bank of America Institute destaca que a próxima transferência intergeracional de riqueza será um fator decisivo para que as mulheres assumam o controle financeiro de uma vez por todas.
Além disso, o perfil dos compradores também está mudando. Segundo a Sotheby 's International Realty, a idade média dos compradores de imóveis de luxo nos Estados Unidos é de 61 anos.
Dentro desse grupo, mulheres solteiras ou divorciadas estão liderando a tendência de adquirir propriedades menores, que se alinham melhor às suas necessidades e estilo de vida atual.
Com mais riqueza em suas mãos, as mulheres estão moldando uma nova era no mercado imobiliário de luxo, se consolidando como protagonistas dessa transformação.
Tendência de retorno aos escritórios impacta o mercado de aluguéis
A discussão em torno da volta do trabalho 100% presencial se tornou um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas.
Cinco anos após o começo da pandemia de Covid-19, os trabalhadores se acostumaram com um novo normal: poder realizar as suas atividades de maneira remota, do escritório da sua casa ou até mesmo enquanto viajam.
Como uma de suas primeiras medidas, o presidente Donald Trump exigiu o retorno do trabalho presencial, cinco dias por semana, a todos os funcionários do governo, com risco de demissão a quem desobedecer a medida.
Mas se engana quem pensa que esse decreto surgiu do nada.
Essa medida reflete uma tendência mais ampla entre grandes corporações americanas, como Amazon, JP Morgan e AT&T, que estão rejeitando o modelo de home office em favor do trabalho presencial.
Uma reportagem do New York Times, revela que até Hollywood tem reforçado essa narrativa.
Filmes como Babygirl, que traz uma protagonista CEO bem-sucedida, explora os dramas psicológicos relacionados ao ambiente de trabalho e reforça a centralidade do escritório.
Algumas produções chegam a retratar o trabalho remoto como algo "fora de moda", contribuindo para esse movimento de revalorização do presencial.
Uma reportagem do jornal Financial Times analisou o futuro dos escritórios, em que além das grandes corporações mencionadas, a matéria destacou dados da CBRE, líder global em locação corporativa.
Em Londres, o aluguel de escritórios na região central registrou um aumento de 10% no último ano, e a projeção é de um crescimento de 25% até 2029.
No entanto, isso não significa necessariamente um retorno integral das empresas ao trabalho presencial.
Inclusive, muitas optam por espaços menores e reinventados, adaptados às novas necessidades.
Especialistas ouvidos pelo jornal ressaltam que os escritórios podem ser um diferencial importante para atração e retenção de talentos, desde que sejam projetados para agregar valor à experiência dos funcionários.
Outra tendência mencionada é a maior integração dos escritórios com a comunidade ao redor, que tendem a se valorizar com o aumento no fluxo de pessoas retornando aos espaços de trabalho.

Imóveis grandes movimentam o mercado de São Paulo
Não é novidade nenhuma que o mercado imobiliário de São Paulo continua em expansão. Em 2024, mais de 75 mil apartamentos compactos, de até 45m², foram lançados na cidade, segundo o SECOVI-SP.
Esse número vem crescendo desde 2016, quando os lançamentos desse tipo não passavam de 5,8 mil unidades.
No entanto, apesar da popularidade dos studios e apartamentos pequenos, foram os imóveis maiores, acima de 140m², que realmente movimentaram as vendas este ano.
Para chegar nesse resultado, uma pesquisa realizada por uma empresa especializada no mercado imobiliário analisou 133 mil transações imobiliárias registradas pela Prefeitura de São Paulo, com base no pagamento do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
Como o estudo considera apenas imóveis já comercializados - excluindo unidades na planta ou em fase de financiamento - os dados refletem principalmente o mercado de imóveis usados.
Além disso, o levantamento destacou quais bairros tiveram o maior crescimento nas vendas de imóveis maiores.
Bom Retiro se destacou no topo da lista, com um aumento de 124%, seguido por Pari com 115%, e São Miguel Paulista com 95%.
Já o bairro Vila Nova Conceição liderou o aumento no ticket médio de imóveis maiores, com uma alta de 53%, seguido por São Mateus com 43% de crescimento e Anhanguera com 42%.
Essa valorização reflete a escassez de terrenos em bairros nobres da capital paulista, que continua impulsionando os preços nessas regiões.
Política de Haddad impacta decisão de compra de imóveis
Em uma entrevista concedida ao jornal Diário do Poder, o escritor e consultor do mercado imobiliário, Daniel Claudino, analisou como as políticas econômicas lideradas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, podem afetar diretamente o setor em 2025.
Mesmo com o desemprego em níveis baixos, a percepção de instabilidade tem levado muitos brasileiros a adiar a compra de imóveis.
A falta de confiança na continuidade das políticas econômicas causa um impacto ainda maior do que os próprios indicadores econômicos.
Ou seja, a incerteza sobre as diretrizes do atual ministro pesa mais do que as ações em si.
Claudino ainda destaca os desafios que o mercado imobiliário deve enfrentar nos próximos meses, com crédito mais restrito e aumento da inadimplência.
De acordo com o autor, a combinação de Selic elevada e a redução dos recursos disponíveis na poupança e na Caixa Econômica Federal pode tornar o financiamento imobiliário mais caro e menos acessível, impactando diretamente nas vendas de imóveis.
Em relação às oportunidades de expansão do setor, Heitor Kuser, empresário e CEO do CIMI360, acredita que o aumento da inadimplência e o crescimento dos estoques de imóveis podem levar bancos a retomarem com os leilões de propriedades por preços mais acessíveis, criando boas chances para quem deseja adquirir o imóvel próprio.
Já em relação ao mercado de locação, o setor deve continuar em crescimento, impulsionado por investidores que enxergam nos imóveis uma fonte de renda alternativa lucrativa.
Gigante chinês do mercado imobiliário prevê prejuízo de 45 bilhões

Na última segunda-feira (27), a grande incorporadora chinesa, Vanke, estimou uma perda líquida de aproximadamente 45 bilhões de yuans - ou seja, cerca de US$6,2 bilhões para 2024.
Esse resultado reflete a desaceleração contínua do mercado, com vendas e margens de lucro abaixo das expectativas.
Em 2023, a empresa havia registrado um lucro líquido de 12,1 bilhões de yuans.
Diante do cenário financeiro desafiador, o presidente Yu Liang e o CEO Zhu Jiusheng renunciaram aos cargos, embora Yu tenha permanecido como diretor do Conselho.
Em comunicado à Bolsa de Hong Kong, a Vanke lamentou os resultados e apresentou um plano de reestruturação para reduzir riscos e fortalecer suas operações.
No entanto, mesmo em meio às dificuldades, a empresa entregou mais de 180 mil unidades, alcançou 246,02 bilhões de yuans em vendas e se manteve no topo do setor em área vendida.
Além disso, fechou contratos no valor de 25,9 bilhões de yuans e recuperou mais de 10 bilhões de yuans com iniciativas de revitalização de ativos.
Em relação ao processo de recuperação da gigante chinesa, os governos de Guangdong e Shenzhen, junto a instituições financeiras, prometeram apoio total à Vanke, conforme informações divulgadas pelo jornal Shenzhen Special Zone Daily.
Para os próximos anos, a incorporadora projeta um cenário de estabilização do mercado imobiliário e pretende acelerar suas estratégias de mitigação de riscos.
O foco será fortalecer seus negócios principais e consolidar um modelo de crescimento mais sólido e sustentável para 2025.
Dessa forma, a recuperação do setor imobiliário na China, impulsionada por grandes players como a Vanke, será fundamental para estabilizar a economia e restaurar a confiança do mercado.
Ampliação de áreas de lazer é a aposta do setor imobiliário para 2025
Com as recentes mudanças no mercado imobiliário, principalmente no que diz respeito às expectativas dos compradores em relação às áreas de lazer e convivência nos condomínios.
Para atender a essa nova demanda, as construtoras têm apostado em espaços diferenciados, indo além do convencional.
Segundo dados da Associação de Empresas Imobiliárias de Pernambuco (Ademi-PE), as vendas de imóveis em Recife e Jaboatão dos Guararapes registraram um crescimento de 97% em abril do último ano.
Esse desempenho positivo reforça o potencial do setor, com expectativas de crescimento contínuo até 2025.
Além disso, o levantamento da Ademi-PE apontou que os imóveis mais valorizados no último ano foram aqueles com preços acima de R$350 mil.
Ou seja, esse dado confirma a tendência de que condomínios que oferecem áreas de lazer diferenciadas estão se consolidando como uma escolha estratégica no mercado imobiliário.
Em uma entrevista concedida ao jornal Folha de Pernambuco, o CEO da empresa Argic Incorporação e Construção, Ricardo Moreira, destaca que o público entre 25 e 40 anos é o principal alvo desse novo modelo de moradia.
Ricardo destaca que essa faixa etária tende a valorizar mais os benefícios dessas opções, pois já está inserida no mercado de trabalho e possui hábitos de consumo alinhados a essa tendência.
No entanto, a busca por conforto e lazer nos condomínios não é um movimento exclusivo das novas gerações.
O empresário lembra que esse movimento começou há cerca de 15 anos, quando o mercado imobiliário passou a investir em empreendimentos com piscina, academia, salão de festas e jogos, atendendo a um público cada vez mais exigente.
O que mudou de uns anos para cá foi a forma como as novas gerações vivem, trabalham e consomem, influenciando diretamente os lançamentos imobiliários.
O home office e o trabalho híbrido, por exemplo, criaram a necessidade de espaços de coworking dentro dos condomínios.
Já o aumento do interesse por qualidade de vida e bem-estar fez com que as academias dos empreendimentos ficassem maiores e mais equipadas, acompanhando o estilo de vida ativo dos novos compradores.
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