
Se você trabalha com imóveis ou simplesmente gosta de acompanhar o mercado, já deve ter percebido: abril foi tudo, menos parado.
Tivemos de tudo um pouco: queda no preço dos imóveis residenciais, nova regra da Prefeitura de São Paulo para moradia social, um boom histórico nos leilões de imóveis e até a Corona (sim, a marca de cerveja) comprando um terreno na praia.
Neste artigo, a gente te conta o que está por trás de cada uma dessas movimentações e o que elas dizem sobre o momento atual do setor.
Assuntos que você irá encontrar:
- Preço dos imóveis residenciais cai em abril;
- Prefeitura de São Paulo limita preço da moradia social na cidade;
- Brasil pode se tornar um dos maiores mercados do Airbnb, diz CEO;
- Leilão de imóveis vive momento histórico no Brasil com aumento de 24%;
- Corona compra terreno beira-mar em Pernambuco.
Preço dos imóveis residenciais cai em abril
O valor dos imóveis residenciais à venda no Brasil registrou aumento de 0,46% em abril de 2025, de acordo com o Índice FipeZAP de Venda Residencial.
No entanto, apesar da valorização, o ritmo foi menor do que em março, quando os preços subiram 0,51%.
Entre os tipos de imóveis, as unidades com um dormitório apresentaram a maior valorização, com alta de 0,59%. Já os imóveis com quatro ou mais dormitórios tiveram um crescimento mais contido, de apenas 0,30%.
A pesquisa analisou 56 cidades brasileiras, das quais 47 registraram aumento no preço médio do metro quadrado.
Em abril, o valor médio nacional chegou a R$9.276 por metro quadrado, um reflexo direto do comportamento do mercado de compra e venda de imóveis residenciais.
Analisando o acumulado dos últimos 12 meses, os preços dos imóveis residenciais subiram 7,66%, com valorização registrada em todas as cidades monitoradas.
Esse crescimento supera a inflação oficial do período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 5,53%.
Prefeitura de São Paulo limita preço da moradia social na cidade
No final do último mês, a Prefeitura de São Paulo publicou um novo decreto que estabelece limites para o valor de venda de moradias populares na capital.
A medida visa evitar distorções no uso de incentivos municipais destinados à habitação de interesse social, garantindo que os imóveis beneficiados realmente atendam às famílias de baixa renda.
Segundo o decreto, o teto máximo para a venda de imóveis com subsídio público será de R$518 mil.
A norma vale para as modalidades de Habitação de Interesse Social (HIS 1 e HIS 2) e Habitação de Mercado Popular (HMP). Os valores máximos de venda foram definidos conforme a faixa de renda atendida por cada programa.
HIS 1: até R$ 266 mil para famílias com renda mensal de até 3 salários mínimos (ou até 0,5 salário mínimo per capita);
HIS 2: até R$ 369,6 mil para famílias com renda de até 6 salários mínimos (ou 1 salário mínimo per capita);
HMP: até R$518 mil para famílias com renda de até 10 salários mínimos (ou 1,5 salário mínimo per capita).
Além da limitação de preços, o decreto proíbe o aluguel de curta duração, como short stay, para esses imóveis.
Já em locações tradicionais, o valor do aluguel não pode ultrapassar 30% da renda familiar máxima definida para cada modalidade.
A decisão busca combater práticas como a compra de unidades subsidiadas para fins de investimento ou aluguel acima dos valores compatíveis com a realidade de famílias de baixa renda.
Outra novidade é a exigência de que, em caso de desocupação do imóvel, o proprietário deve comprovar documentalmente que o imóvel não está sendo utilizado de forma indevida.
Brasil pode se tornar um dos maiores mercados do Airbnb, diz CEO

A Airbnb, plataforma globalmente conhecida por conectar anfitriões e viajantes, está indo além do aluguel de casas e quartos.
Em meio a crescentes restrições ao seu modelo de hospedagem temporária em várias partes do mundo, a empresa americana está expandindo seu portfólio para incluir experiências culturais, gastronômicas e de bem-estar, como aulas de yoga, serviços de cabeleireiro, refeições com chefs locais e ingressos para festivais.
Essa mudança de estratégia foi detalhada por Brian Chesky, CEO e cofundador da Airbnb, durante uma teleconferência realizada em Berlim.
Segundo ele, o Brasil é peça-chave nessa nova fase da plataforma, devido à sua diversidade cultural e potencial turístico, o país tem tudo para se tornar um dos maiores mercados do Airbnb no mundo.
Airbnb e a valorização da economia local
Segundo uma pesquisa do Oxford Economic, uma das grandes forças do Airbnb está no impacto econômico positivo gerado nas comunidades locais, visto que a maioria dos anfitriões são pessoas que alugam um quarto ou uma casa para complementar a renda.
Ao contrário dos hotéis, que concentram turistas em zonas específicas, o Airbnb permite que os viajantes se hospedem em bairros residenciais, o que estimula o comércio local e a convivência com a cultura do destino.
Além disso, a procura por experiências autênticas tem crescido entre os viajantes.
A plataforma já ultrapassou a marca de 2 bilhões de experiências realizadas, e tem feito parcerias com eventos como o festival Lollapalooza.
Além disso, a expansão da Airbnb também passa pela construção de uma relação transparente com os governos locais.
Diante das críticas sobre o impacto no mercado imobiliário, a empresa vem se reunindo com autoridades para explicar seu modelo de negócios e colaborar com a criação de regulamentações.
O Brasil como vitrine do novo Airbnb
O CEO foi enfático ao afirmar que o Airbnb está comprometido com o Brasil e pretende continuar investindo no país.
Segundo ele, o crescimento da plataforma aqui já supera o de outros mercados maiores, tanto em população quanto em economia.
Para o futuro, a empresa mira em uma atuação mais integrada às cidades, promovendo desenvolvimento local, turismo consciente e oportunidades econômicas para os moradores.
Leilão de imóveis vive momento histórico no Brasil com aumento de 24%
Acredite se quiser, o mercado de leilões de imóveis está vivendo seu melhor momento no Brasil.
No último ano, o setor registrou um aumento de 24% nas vendas, totalizando 275 mil unidades arrematadas e movimentando cerca de R$200 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Arrematantes de Imóveis em Leilões (Abraim).
O avanço é impulsionado por dois fatores principais: o aumento do custo do crédito imobiliário, causado pela alta da taxa Selic, e a digitalização das plataformas de leilão, que democratizou o acesso a esse tipo de investimento.
Apesar do crescimento expressivo, apenas 12,6% dos imóveis disponíveis em leilão foram efetivamente arrematados.
Segundo especialistas, a baixa conversão se deve a imóveis com preços acima do valor de mercado ou com pendências jurídicas, o que desanima os investidores.
Leilão digital e novas estratégias de investimento
Não é novidade que a transformação digital facilitou muitos processos que antes eram considerados complexos.
Hoje, é possível analisar documentos, avaliar riscos e concluir a compra completamente online. Isso atrai tanto investidores iniciantes quanto aqueles mais experientes.
Entre as estratégias mais populares estão:
House flipping: compra de imóveis com desconto, reforma e revenda com lucro;
Locação de curto prazo: majoritariamente feitos através da plataforma Airbnb, com foco em rentabilidade imediata.
Esse modelo ganhou tanta força que empresas como Leilão Eletrônico e Casa Onze Imóveis já firmaram parcerias para atender esse público específico.
A Caixa Econômica Federal, por exemplo, saltou de 9 mil imóveis leiloados em 2022 para 47 mil em 2024, evidenciando a popularização do leilão como alternativa ao financiamento tradicional.
Corona compra terreno beira-mar em Pernambuco

A Corona, marca de cerveja da Ambev conhecida por seu forte posicionamento ligado à natureza e ao lifestyle praiano, surpreendeu ao arrematar um terreno à beira-mar na Praia de Piedade, em Pernambuco.
Mas, ao contrário do que muitos imaginam, o objetivo não é construir um resort, bar ou ponto de venda.
Na verdade, a marca quer exatamente o oposto: não construir absolutamente nada, a fim de impedir novas construções que bloqueiem a luz do sol para preservar a vista natural da praia.
O que será que uma marca de cerveja e o mercado imobiliário têm em comum?
A ação faz parte de uma estratégia ousada de branding ambiental que busca preservar o pouco que resta de áreas naturais em regiões urbanas litorâneas.
Em vez de explorar o solo com novas edificações, a Corona quer proteger o terreno de futuras ocupações, transformando-o em um símbolo de resistência ao avanço descontrolado do concreto.
Com essa atitude, a marca está lançando a primeira reserva solar do mundo no Brasil.
Além disso, esse movimento também lança luz sobre uma nova tendência: marcas que se posicionam de forma ativa no debate sobre o futuro das cidades, ocupação do solo e sustentabilidade costeira.
Em vez de competir por espaço, a Corona escolhe devolver espaço à natureza, e isso comunica muito mais do que qualquer campanha publicitária tradicional.
Afinal, em um mundo onde quase tudo se transforma em ativo imobiliário, preservar pode ser o gesto mais revolucionário.
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