
Você já ouviu falar em certificação ESG? Ela é uma tendência no mercado imobiliário que vem ganhando força e é uma forma de reconhecer empresas e empreendimentos que adotam práticas sustentáveis, éticas e responsáveis em sua gestão e operação.
Ela pode ser aplicada a incorporadoras, construtoras, loteadoras e a gestores imobiliários que se comprometem com critérios ambientais, sociais e de governança, colocando essas empresas à frente da concorrência.
Se acompanhar o que está acontecendo no setor imobiliário está sendo um desafio, não se preocupe, temos uma boa notícia!
Neste artigo, reunimos os principais destaques do mercado imobiliário para você se manter informado com todas as mudanças e atualizações que estão ocorrendo no setor mais movimentado da economia brasileira.
Assuntos que você irá encontrar:
- Juros começam a impactar imóveis de médio e alto padrão;
- Fim da isenção nas LCIs pode elevar exigência de entrada;
- Aluguel de escritórios em São Paulo chega a R$ 170 mil por mês;
- Golfe se torna diferencial no setor imobiliário de luxo;
- Como a certificação ESG está transformando o mercado imobiliário.
Juros começam a impactar imóveis de médio e alto padrão
Depois de um 2024 movimentado, o mercado imobiliário residencial brasileiro começou 2025 em um ritmo mais tranquilo.
Nos três primeiros meses do ano, os dados apontam estabilidade nas vendas e na procura por imóveis, uma pausa depois de um ciclo forte de crescimento.
Mas isso não significa que o setor esfriou. O que acontece é que o segmento de médio e alto padrão começou a sentir mais fortemente o impacto da alta taxa de juros, o que deixou compradores mais cautelosos e reduziu um pouco o ritmo de negociações.
Minha Casa, Minha Vida segue sendo o motor do setor
Mesmo com um leve recuo em relação aos trimestres anteriores, o Minha Casa, Minha Vida continua como grande pilar do mercado imobiliário.
Em 2024, o MCMV teve um papel fundamental para o desempenho histórico do setor, já que as vendas cresceram 11,8%, o melhor resultado desde o início da série histórica em 2014. Só o programa bateu recorde de lançamentos desde sua criação em 2009.
Já no segmento de médio e alto padrão, a história é outra. A alta nos juros elevou o custo do financiamento, o que impactou as expectativas de vendas.
No índice da Deloitte (que vai de 0 a 3), esse nicho caiu para 1,69 pontos, contra 2,18 no segmento popular.
No entanto, a demanda continua resiliente, impulsionada pela alta nos aluguéis e pelo déficit habitacional ainda elevado no país.
O que esperar para os próximos meses?
As projeções para o restante de 2025 são positivas, especialmente com a entrada da nova faixa 4 do MCMV, que inclui famílias com renda de até R$12 mil.
Essa mudança deve ampliar o acesso à casa própria para a classe média, com destaque para as novas condições de financiamento que podem reduzir em até 27% o valor das parcelas.
O interesse do setor por novos projetos também continua forte:
- 98% das empresas que atuam com MCMV pretendem lançar novos empreendimentos;
- E entre as empresas de médio e alto padrão, 89% planejam novos lançamentos nos próximos 12 meses.
Há ainda uma leve melhora na intenção de compra de terrenos, sinal de que o mercado segue otimista, mesmo diante dos desafios.
Fim da isenção nas LCIs pode elevar exigência de entrada

O possível fim da isenção de Imposto de Renda nas LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) acendeu o alerta no setor imobiliário.
Entidades do mercado já se manifestaram contra a medida, alegando que ela pode encarecer o crédito imobiliário e dificultar o acesso à casa própria, principalmente para a classe média.
Ou seja, com a poupança em queda e o FGTS focado em habitação popular, as LCIs ajudam a suprir o déficit de crédito enfrentado por construtoras e incorporadoras.
Se a proposta de taxação avançar, o impacto pode ser sentido direto no bolso do comprador.
A Abrainc estima que uma tributação de 5% nas LCIs pode elevar em até 0,7 ponto percentual a taxa de financiamento. Isso significa parcelas mais altas ou a necessidade de uma entrada maior para fechar negócio.
De acordo com especialistas do Secovi-SP, a medida é injusta e pode comprometer o acesso à moradia justamente para as famílias que dependem do financiamento para comprar um imóvel.
Dessa forma, além de pressionar o consumidor, a mudança pode afastar investidores. As LCIs, junto com as LCAs, são produtos populares entre os investidores conservadores, justamente por conta da isenção de IR.
Em outras palavras, sem esse benefício, a atratividade cai, o que pode reduzir a captação de recursos para novos projetos e afetar toda a cadeia da construção civil.
Aluguel de escritórios em São Paulo chega a R$ 170 mil por mês
Na badalada Avenida Faria Lima, o Plaza Iguatemi se destaca como um dos endereços comerciais mais sofisticados - e caros - de São Paulo.
Localizado em frente ao Shopping Iguatemi, o prédio boutique, construído em 2002, tem 21 andares com lajes a partir de 836 m². Os valores de aluguel podem ultrapassar R$170 mil por mês, com o metro quadrado chegando a R$415.
Segundo levantamento da consultoria Binswanger Brazil, feito a partir de anúncios de mercado, o Plaza Iguatemi lidera o ranking dos escritórios com os aluguéis mais altos da capital paulista.
Outros prédios icônicos, como o B32, conhecido como "prédio da Baleia”, também aparecem na lista. Idealizado por Rafael Birmann, o edifício tem valores próximos de R$360 por metro quadrado atualmente.
Vale lembrar que empreendimentos de altíssimo padrão, como o Pátio Malzoni, ficaram fora da análise por não possuírem vacância e, consequentemente, não terem preços de locação divulgados.
Quais são os os prédios de escritórios mais caros de São Paulo?
- Plaza Iguatemi (Faria Lima) - R$415,00/m²/mês;
- B32 (Faria Lima) - R$360,00/m²/mês;
- Salma Tower (Faria Lima) - R$360,00/m²/mês;
- Union Faria Lima (Itaim/JK) - R$350,00/m²/mês;
- FLFC - Faria Lima Financial Center (Faria Lima) - R$340,00/m²/mês;
- Faria Lima Square (Faria Lima) - R$330,00/m²/mês;
- Birmann 29 (Faria Lima) - R$310,00/m²/mês;
- Pedro Mariz - Birmann 31 (Faria Lima) - R$300,00/m²/mês;
- Faria Lima 4440 - Acqua (Faria Lima) - R$300,00/m²/mês;
- JHA (Itaim/JK) - R$295,00/m²/mês;
- The City - JK 1455 (Itaim/JK 01) - R$290,00/m²/mês;
- Praça Faria Lima (Faria Lima) - R$280,00/m²/mês;
- JK Square (Itaim/JK 02) - R$280,00/m²/mês;
- F.L. Corporate (Faria Lima) - R$270,00/m²/mês;
- Gabriel Faria Lima Corporate (Jardins) - R$266,00/m²/mês;
- Torre Faria Lima (Faria Lima) - R$260,00/m²/mês;
- The One - Faria Lima (Faria Lima) - R$250,00/m²/mês;
- Spazio Faria Lima (Faria Lima) - R$242,47/m²/mês;
- Eldorado Business Tower (Marginal Oeste) - R$210,00/m²/mês;
- Faria Lima Plaza (Faria Lima) - R$210,00/m²/mês;
- International Plaza II (Itaim/JK) - R$200,00/m²/mês;
- Millennium Office Park - Bloco B (Vila Olímpia) - R$196,47/m²/mês;
- JK 1600 (Itaim/JK) - R$180,00/m²/mês;
- JK 180 (Itaim/JK) - R$180,00/m²/mês;
- HY Pinheiros (Pinheiros) - R$180,00/m²/mês;
- Roberto Bratke (Faria Lima) - R$175,00/m²/mês;
- Inspira Itaim (Jardins) - R$170,00/m²/mês;
- Seisa Lux Pinheiros (Marginal Oeste) - R$166,00/m²/mês;
- Itaim Business Center - Iaiá (Itaim/JK) - R$165,00/m²/mês;
- Pátio Rebouças Corporate Boutique (Pinheiros) - R$165,00/m²/mês.
Golfe se torna diferencial no setor imobiliário de luxo

Você já pensou em unir o golfe (sim, o esporte) e o mercado imobiliário? Por mais incrível, ou esquisito, que pareça, ele tem se consolidado como um diferencial estratégico no setor de alto padrão.
Mais do que um esporte, ele representa um estilo de vida que agrega valor percebido, exclusividade e posicionamento de marca aos empreendimentos que se conectam com esse universo.
Dados do instituto Knight Frank apontam que imóveis localizados em condomínios com campos de golfe podem ter uma valorização entre 25% e 50%.
Quando estão posicionados à beira do campo, esse número pode subir para até 75%, se comparado a empreendimentos similares na mesma região.
Em prazos mais longos, como uma década, a valorização pode até dobrar, enquanto imóveis convencionais tendem a crescer cerca de 50%.
Empreendimentos que incorporam infraestrutura voltada ao golfe, mesmo que não tenham campo próprio, conseguem atrair um público específico de alto poder aquisitivo.
Portanto, espaços como simuladores de golfe e áreas comuns que dialogam com o estilo de vida esportivo oferecem conexão real com esse nicho e reforçam o apelo comercial da propriedade.
No entanto, a tentativa de captar esse público apenas com ações pontuais de marketing, como patrocínios em torneios ou distribuição de panfletos, não gera os mesmos resultados.
Ou seja, o diferencial está na coerência entre o produto e o estilo de vida que ele propõe.
Incorporar o golfe como elemento de projeto é uma forma de alinhar posicionamento, percepção de valor e estratégia de diferenciação no mercado imobiliário de luxo.
Como a certificação ESG está transformando o mercado imobiliário
Nos últimos anos, o termo ESG, sigla para ambiental, social e governança, deixou de ser uma novidade para virar uma prioridade no mercado imobiliário.
Com o aumento da pressão por empreendimentos mais sustentáveis, éticos e socialmente responsáveis, empresas do setor estão repensando sua forma de construir, vender e se posicionar no mercado.
Mais do que um selo bonito, adotar práticas ESG virou uma estratégia para valorizar ativos, atrair investidores e conquistar um público cada vez mais exigente.
Portanto, adotar práticas ESG no mercado imobiliário não é só bom para a imagem da empresa, também é bom para os negócios.
Empreendimentos alinhados a esses princípios ganham valorização de mercado, acesso a linhas de crédito verdes, incentivos fiscais e, claro, a preferência de investidores e consumidores que estão cada vez mais atentos ao impacto de suas escolhas.
Além disso, imóveis sustentáveis têm custos operacionais menores, como menos gasto com energia, água e manutenção, o que melhora a lucratividade no médio e longo prazo.
ESG na prática: mais do que discurso, é ação
Implementar ESG no dia a dia de um projeto imobiliário significa agir em frentes, como:
Eficiência energética e tecnologias sustentáveis: prédios que consomem menos e poluem menos.
Gestão de resíduos: reciclagem, reaproveitamento de materiais e construção mais limpa.
Governança e transparência: regras claras, políticas anticorrupção e prestação de contas.
Inclusão social: projetos com acessibilidade, espaços comunitários e foco no bem-estar coletivo.
E não para por aí. Segundo um estudo da Harvard Business Review, empresas com boas práticas ESG são, em média, 15% mais rentáveis do que as que ignoram essa agenda.
E se você acha que tudo isso é custo, vale saber que existem benefícios fiscais e financeiros para quem adota a agenda ESG.
Cidades com IPTU Verde, linhas de crédito com juros reduzidos, prioridade na aprovação de projetos sustentáveis e até parcerias público-privadas (PPPs) para revitalização urbana com impacto social. Ou seja: investir em ESG também é um bom negócio.
Afinal, em um mundo onde quase tudo se transforma em ativo imobiliário, preservar pode ser o gesto mais revolucionário.
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