IGP-M: O guia sobre a inflação do aluguel

Se você atua com locação de imóveis, ou pretende ingressar nessa modalidade, precisa conhecer o IGPM. Popularmente conhecido como “inflação do aluguel”, o IGPM foi um dos índices que mais sofreu os impactos da pandemia de Covid-19.

Quem já acompanha o blog Jetimob há algum tempo, sabe a importância dos indicadores econômicos para o mercado imobiliário. É o caso, por exemplo, da Taxa Selic, que afeta taxas de juros para empréstimos, financiamentos e demais investimentos.

No entanto, ao contrário da Selic, que em 2020 atingiu o seu menor patamar da história, o IGPM não para de subir. 

Mas você realmente sabe o que é IGPM e como ele é calculado?  Qual a sua relação com o IPCA? De que forma esse aumento impacta no mercado imobiliário? É o fim do IGPM nos reajustes de aluguel?

Continue lendo este artigo para entender tudo sobre o IGPM e saber qual a projeção para os próximos meses. 

O que é IGPM?

IGPM é a sigla para Índice Geral de Preços – Mercado. Criado no fim da década de 40, o IGPM é um indicador econômico elaborado e atualizado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ele é um dos indicadores fundamentais para qualquer pessoa que esteja envolvida no mercado imobiliário. Isso porque o IGPM é a principal referência utilizada para o reajuste dos contratos de aluguel. Não é à toa que nos quatro cantos do país ele é mais conhecido como a “inflação do aluguel”.

Contudo, se engana quem pensa que o índice Geral de Preços – Mercado só influencia no ramo da locação de imóveis.

Sabe quando a conta de energia elétrica da sua cidade dispara? Isso significa que provavelmente o IGPM está em alta também.

Além das tarifas de energia e dos contratos de aluguel, ele também é utilizado como referência por:

  • Escolas, universidades e demais instituições de ensino
  • Corretoras de seguro
  • Operadoras de planos de saúde
  • Empresas de telefonia

Desde a sua criação, o IGPM sempre foi um dos índices mais relevantes do nosso país.  Ele surgiu graças à necessidade que o mercado financeiro tinha de encontrar um índice totalmente confiável e que não fosse influenciado por interesses do governo vigente.

Além disso, ele passou a ser muito utilizado, pois abrange uma maior variedade de setores e etapas do processo produtivo. Ele oferece, assim, uma visão macro da atividade econômica do país.

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Como o IGPM é calculado?

O IGPM é definido pela média aritmética ponderada de outros três indicadores econômicos:

  • Índice de Preços por Atacado (IPA)
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

Cada um desses índices exerce um peso diferente na análise final do IGPM.

O IPA, que mede a variação de preços de mais de 400 mercadorias do setor atacadista, representa 60% da média final do IGPM.

Já o IPC mede a variação dos preços de bens e serviços mais comuns no dia a dia das famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos. Esse representa 30% do cálculo do IGPM.

Por último, compondo 10% do IGPM, temos o INCC. Ele mensura a variação de todos os custos envolvidos na construção civil destinada para fins habitacionais. Nessa apuração estão incluídos fatores como materiais, equipamentos e mão de obra.

Quando o IGPM é divulgado?

O intervalo de tempo usado para calcular o IGPM começa no dia 21 do mês anterior e vai até o dia 20 do mês de referência. 

Ao longo do mês de referência os dados do IGPM são divulgados três vezes pela Fundação Getúlio Vargas. Os dois primeiros resultados são somente prévias e normalmente apurados em intervalos de 10 dias.

Já no fim de cada mês, o Índice Geral de Preços – Mercado é divulgado oficialmente em valores definitivos.

Além disso, a FGV também publica a taxa acumulada do ano até o mês em questão, além do acumulado dos últimos 12 meses. Dessa forma, fica mais fácil entender a oscilação do índice ao longo do tempo.

Qual é o valor do IGPM hoje?

Na última atualização feita pela FGV, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,52% em fevereiro. Desse modo, o índice acumula taxa de -3,76% em 12 meses. 

Por que o IGPM disparou?

O IGPM já apresentava um ritmo intenso de altas desde 2018 e com a crise econômica agravada pela pandemia de Covid-19 a situação só piorou.

Por exemplo, a taxa acumulada entre maio de 2020 e 2021 atingiu a marca de 37,04. Sendo o maior percentual acumulado desde o Plano Real.

Lembra que o IGPM é composto por três outros índices? 

Então, o Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% desse cálculo, foi um dos principais causadores da disparada do IGPM. 

Considerando o mesmo intervalo entre maio de 2020 e 2021, o IPA acumulou uma alta de 50,02%. A maior taxa apresentada desde o Real.

Esse crescimento exorbitante é reflexo de uma série de fatores, como:

  • Elevação no preço das commodities; 
  • Demanda de matéria-prima maior do que a capacidade produtiva;
  • Disparada do dólar;
  • Recessão econômica causada pela pandemia de Covid-19.

Como o IGPM afeta o mercado imobiliário?

Como já mencionado anteriormente, o IGPM é o principal indicador dos reajustes nos contratos de aluguel. 

No entanto, com a variação da taxa atingindo a casa dos 20%, muitos locadores e locatários estão tendo conflitos no momento do reajuste

Um acréscimo desse tamanho no valor do aluguel pode apertar as contas de muitos inquilinos. Por outro lado, se o proprietário ficar com o imóvel desocupado, nesse momento de crise, pode obter um prejuízo enorme para o seu próprio bolso.

Por isso, a melhor alternativa para os dois lados é tentar a negociação do aluguel.

O locador tem total direito de aplicar o reajuste previsto em contrato. Entretanto, é preciso analisar essa situação excepcional e buscar alternativas que favoreçam ambos os lados.

É o fim do IGPM nos contratos de aluguel?

A aceleração das altas do IGPM colocou em pauta um possível fim do tão tradicional indicador nos contratos de aluguel.

Grandes players do mercado imobiliário já extinguiram o IGP-M dos novos contratos e passaram a adotar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira, medido pelo IBGE.

Porém, ainda é cedo para garantir que esse será o fim do Índice Geral de Preços – Mercado. O cenário econômico do Brasil é bastante instável. Além disso, é importante relembrar que estamos no meio de uma pandemia sem precedentes.

Os índices de reajuste costumam ser aplicados 12 meses após o fechamento do negócio. Portanto, previsões tão longas nesse momento incerto podem não refletir a realidade do país no contexto futuro.

Fato é que há muito tempo a relevância do IGPM nos contratos de aluguel vem sendo discutida. Ele é um índice que considera vários produtos da indústria, preço do dólar e demais commodities. 

Mas será que essas questões são realmente relevantes no dia a dia do inquilino? O que nos resta é acompanhar as próximas movimentações e tendências do mercado. 

Por muitos anos, o IGPM prevaleceu como índice oficial nos contratos de aluguel. Todavia, vale lembrar que seu uso nunca foi uma regra e muito menos lei, apenas um consenso adotado pelo setor imobiliário. Portanto, sinta-se à vontade se quiser apostar em um outro indicador de referência mais estável nos seus contratos de locação, como o IPCA ou o INCC.

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